A recente deserção do PMDB das hostes governistas,
permite importante alterações no quadro político brasileiro. À permanecerem
isolados, cada partido, em sua política paroquial, poucas mudanças advirão.
Pelo contrário, a se formar uma aliança das Oposições, ter-se-ia quadro
favorável à solução, em prazo breve, de diversos gargalos institucionais e administrativos.
Já, do lado do PT, sob o comando do ex presidente,
alinham-se, além do partido, agremiações
agressivas, que se designam, habitualmente, o prefixo SEM, sem terra, sem teto,
e outras. Este líder, bem como muito de seus comandados, há
muito, tem por prioridade proteger-se da Espada da Justiça.
No momento, Michel Temer
controla os seus com dificuldade, enquanto Aécio Neves parece oscilar entre nada fazer e nada
dizer. Lícito temer-se que ambos tenham em comum, não iniciativas em busca de corrigir os imensos
erros trazidos pelo PT, mas sim, manobrar de forma a melhor se tostar ao Sol do
Poder.
Com notável habilidade, a nova administração PTista
revela Lula como presidente de fato. Impôs
o tema do dia, trazendo consigo correligionários e adversários. Impeachment é o
que se fala, apaixonadamente. Dilma se diz prestes a ser defenestrada por um golpe
de Estado, e a Oposição se deixa atrair para um diálogo uni-temático,
onde se limita a negar a afirmativa
adversária.
Merece consideração a alternativa de abrir-se outras
frentes que desequilibrem o ímpeto estratégico do PT. Em vez de
lutar no terreno escolhido pelo adversário, que o embate se trave em topografia que mais lhe prejudique.
Parece ter chegado a hora do PSDB implementar projeto de forte
presença mediática. Vale lembrar o exemplo de Carlos Lacerda, levando
diretamente ao povo, sua mensagem. Chamar à sua atenção os desmandos e
prejuízos causados pelo Partido dos Trabalhadores. Pregar para os indecisos, e
não, apenas, para aqueles que já comungam
com sua posição. Não faltará quem ofereça ao partido, honestamente, espaço
televisivo ou impresso para esta ofensiva.
Propõe-se falar o idioma das ruas, não de forma chula, mas com respeito e seriedade:
“A alta inflação corrói o salário do trabalhador. O que
Lula e Dilma dizem dar, por um lado, pelo outro tiram, ao tornar o Real mais
fraco.
O desemprego que oprime a massa trabalhadora decorre, não
de forças ocultas, mas, sim, da
corrupção e prejuízos que o PT e aliados trouxeram às empresas como a
Petrobrás, a Eletrobrás e as empresas que lhes prestam serviços.
O dinheiro que foi para as bolsas dos corruptos é
dinheiro que saiu do bolso dos que precisam de comida, saúde, educação e
transporte.
O povo sofre o desemprego e o aumento da inflação, perde
assim seu poder de compra.
A queda dos lucros causada pela perda de poder de compra da população, leva as empresas a fecharem suas portas e
despedirem seus funcionários.
Os juros e a inflação disparam, levando à classe média à
ansiedade e sofrimento, tornando impossível completar o pagamento do já foi comprado,
do eletro doméstico, do carro, da própria casa.
Lula é contra a Lava Jato, enquanto a Lava Jato é contra
o ladrão poderoso que nunca antes foi para a cadeia. Agora vão, e hão de pensar duas vezes antes de
meter a mão no bolso do trabalhador.”
E por aí vai. Sem dúvida outros e melhores tópicos podem
e devem ser levantados em praça publica e cadeias de televisão. Não se trata de uma aula de economia; longe
disto. Trata-se de levar ao povo estes e outros
assuntos que lhe interessam de
perto, no bolso, no dia a dia. Declarações
sobre um impeachment que muitos não sabem sequer soletrar nem pronunciar são
inócuas a menos que seja apresentado de forma simples; o impeachment vai acabar
com a carestia e vai fazer a economia e o emprego crescer. Esta mensagem teria por missão soterrar a de Lula, vítima de um golpe que não existe.
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