Você compraria uma dúzia de tulipas por 50.000 dólares? Me tomas por maluco? diria o interlocutor. Pois bem, o que agora acontece arrisca ser ainda pior do que o "crash" das tulipas no Século XVII.
Trata-se do Bitcoin. Moeda cunhada nos corredores eletrônicos do Internet, sem qualquer lastro que seja, sem que nenhum orgão governamental o regule. Circula livremente nos fios e ondas dos computadores, comprando e vendendo serviços e mercadorias! Qual o seu valor? Quantos dólares compra um Bitcoin, ou quantos Bitcoins compram um dólar? Poucos sabem, mas deveriam saber que sua volatilidade é tal que já a levou o Bitcoin à 250 dólares, caindo, em seguida, para 135 dólares.
No entanto, centenas de milhões desta cripto-moeda ja circulam, sendo o valor total equivalente à 1,5 bilhão de dólares. Uma insituição financeira ja organizou um Fundo de Bitcoins, com o objetivo estritamente especulativo, captando recursos dos investidores, buscando lucro futuro nas oscilações desta nova moeda.
Porém, o que mais revela esta "inovação", tão apreciada pelos neo-capitalistas, é a perda de bom senso, por uma lado, e a pletóra de capital em busca de divertimento, por outro, pois entre o Bitcoin e a roleta pouca diferença parece existir. Como se observa, o acumulo desmesurado de riqueza nem sempre gera investimentos e mais riqueza; cria também um ambiente ultra especulativo. Este causa enormes prejuizos, não apenas para os especuladores, mas, para aqueles que de boa fé os companham.
A complascência e implícita permissividade das autoridades financeiras dos países desenvolvidos estimulam o espírito do "caveat emptor", o comprador que se cuide! Difícil é entender que a ansia pela inovação, parte do atual credo neo-capitalista, seja vista como necessáriamente positiva para o bem estar do povo. Ora, a derrocada causada pelos inovadores e desregulados derivativos na crise iniciada em 2007, demonstraram claramente a necessidade de supervisão dos Agentes reguladores dos mercados financeiros sobre àquelas instituições e mecanismos que captem recursos junto ao público investidor. Banco Central do Brasil e CVM, atenção!
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