Parece haver consenso sobre a contribuição das recentes passeatas em prol da moralização, da educação e da saúde, em fim, da boa governança. Seria preferível que tais revindicações se fizessem pelos canais democráticos, ou seja, através dos políticos e seus partidos, sobretudo daqueles da oposição, uma vez que trata-se de crítica à atual incompetência que emana de Brasilia. Porém, o caminho institucional se revelou inoperante, pois para o povo, não mais parece haver diferença entre os políticos da situação e aqueles da oposição. Daí o recurso às ruas.
A mensagem parece clara. A desmoralização das instituições tornam-se prenúncio de revolução, não armada, mas na busca de mudança na estrutura republicana, por ser ela considerada inacapaz de prover aquilo que o povo demanda. A legitimidade de um governo, ou do seu formato constitucional, depende do entendimento entre governantes e governados que o bem comum seja a argamassa de sua razão de ser. Por bem comum entenda-se que todas as classes sócio-economicas sintam-se beneficiadas pelo processo político, dentro da relatividade de suas aspirações. Caso contrário, o estamento político será visto como um ser que visa unicamente sua permanencia no poder, de onde extrai as vantagens dele decorrente, para os políticos e sua Corte, esta composta pelos apaniguados e familiares.
Tendo o poder como unica missão e responsabilidade, descura a classe política do interesse comum imposto pelo contrato social que cria o Estado Democrático.
Observamos, hoje, que o cerne do processo eleitoral, ou seja o voto, tornou-se objeto de comercialização, cuja obtenção e captura é entregue a marketeiros tendo por meta a compra da opinião pública, onde bilhões de Reais dominam e direcionam os meios de comunicação. O "voto independente" torna-se, cada vez mais, uma ficção.
Ainda, a perpetuação de determinados políticos no poder, distanciam-nos, cada vez mais, dos reais interesses de seus eleitores, fazendo-se a continua recondução ao poder mediante intricados conchavos que o próprio poder lhes confere. Por exemplo, temos próceres políticos cuja longa permanencia no poder em pouco ou nada compensa seu eleitores, sendo estes, muitas vezes, relegados à indigencia social. Os últimos ídices de Desenvolvimento Humado, elaborados pelas Nações Unídas, nos revela a coïncidência do longo mandato e sua baixa contribuição ao desenvolvimento social. Outros manteêm-se no poder dando a seus eleitores beneficios que ferem o bem comum, antecipando vantagens incompatíveis com o orçamento equilibrado. Muitas são as benesses oferecidas que terminam por aviltar a moeda e condenar o povo ao sacrificio da inflação.
Constata o povo Brasileiro, representado pelas diversas classes sociais, que o atual sistema político exige urgente aperfeiçoamento , condição que desagua na imperiosa necessidade de empreender-se uma Reforma Política, sem desrespeitar o direito a voto. Não só os políticos, mas também a alta magistratura, acompanhada pelos representantes do mundo empresarial, das classes laborais e, sim, de representantes das Forças Armadas devem unir-se, o quanto antes, sob, e aí vai uma sugestão, a mediação do presidente do Supremo Tribunal Federal, na missão de aperfeiçoar a hoje maculada democracia brasileira.
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