quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Repetição?



                                                                  Mesquita Al Aqsa


Temos, hoje, um gradual reconhecimento do Estado Palestino, recebido que foi como membro da UNESCO e como Estado Observador nas Nações Unidas. Os conflitos cessaram, ainda que segmentos radicais de parte a parte, por vezes, provoquem confrontos fatais. Essencialmente, reina um estado de Paz entre Israel e a Autoridade Palestina. O reconhecimento da Comunidade Internacional do direito à soberania Palestina caminha para a unanimidade, assim como a preocupação para com a integridade do Estado Judeu.

No entanto, surge novo obstáculo, cujas consequências, senão interceptadas a tempo, poder'ao tornar-se de extrema gravidade para a paz na região. Para melhor compreensão, vale um pequeno histórico.

Ao ser firmado o acordo de Oslo em 1993, o sonho Palestino de tornar-se um Estado estava próximo. A comunidade Internacional, liderada por Bill Clinton, após décadas de descaso, deu apoio decisivo a Yasser Arafat, e a seu parceiro Isrelense, Isaac Rabin, para o término da cruel ocupação da Cisjordânia.

Em 1995 Isaac Rabin foi assassinado por Ygal Amir, radical judeu, representando a determinada oposição Zionista à libertação Palestina. Apesar do assassinato, o estado de Israel deu prosseguimnto aos termos do acordo de Oslo, levando tranquilidade e esperança de que tão longo conflito chegasse ao fim.

No ano 2000, após o término do governo trabalhista de Ehud Barack, foi eleito o radical General Ariel Sharon, político de reputação violenta, com responsabilidade indireta, determinada pela corte Israelense, pelo massacre de centenas de Palestinos nos assentamentos de Sabra e Chatilla. Assumindo o cargo de Primeiro Ministro, com o apoio do Likud, partido à época radicalmente contrário à independência Palestina, decidiu reverter o encaminhamento pacífico da conciiação.


Buscando provocação que revertesse esta dinâmica positiva, por saber da indignação que tal visita causaria, vista como blasfêmia pelo povo Palestino, Sharon, acompanhado de forte esquema de segurança, decidiu "visitar" o local da mesquita Al Acqsa, onde se situa o terceiro mais importante espaço da religião Muçulmana. Ora, até então, o Monte do Templo era escrupulosamente respeitado pelos Israelenses judaicos, reservando-se a area à exclusiva presença Muçulmana.

O plano de Sharon deu certo. Sublevados, os Palestinos esqueceram os benefícios dos Acordos de Oslo, e lançaram-se, impensadamente, na 2a Intifada. O resultado era de se esperar; após milhares de mortes o exército Israelense sufocou o levante, e simultaneamente apagou os vestígios físicos e politicos do tratado que concedia a autonomia Palestina.

Por isso, causa preocupação as recentes notícias, divulgadas na imprensa internacional. Os jornais noticiam que os Judeus Israelenses, após décadas de ausência respeitosa, agora contestam a exclusividade Muçulmana de acesso ao Monte do Templo onde se situa a Mesquita Al Aqsa. Esta situa-se no coração da parte Muçulmana de Jerusalem, preservado por decisão das Nações Unidas quando da partição da cidade sagrada.

Insinua-se, assim, a repetição da provocação de tempos idos; a cartada desestabilizadora de Sharon, no ano 2000. Qual será a consquência? Estaremos diante de uma 3a. Intifada, com o consequênte retrocesso no processo de paz? Estaremos ameaçados por novo conflito, fonte permanente de animosidade para com o Ocidente?
Talvez seja a hora do Governo Israelense impedir a evolução de movimento extremista, preservando a paz que a todos beneficia.

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