quarta-feira, 3 de abril de 2013


Os perigos que nos rondam

A Presidente Dilma está na mais importante encruzilhada de sua carreira política. Ou bem ela governa o país, ou bem ela prioriza sua re-eleição. Ambos são incompatíveis.

O país passa por momento extremamente perigoso. O dragão da inflação ressurge, alimentado pelo impulso eleitoral, privilegiando ora o estamento político, ora o que se presume ser do interesse popular. Em nenhum dos dois casos busca-se na severidade orçamentária e no investimento responsável o  antídoto do veneno inflacionário. O cenário que se nos oferece é sombrio, gerado, dentre outros, pelos pontos a seguir:

Crescente gastos públicos, e incapacidade gritante de modernizar a infra estrutura do país, o que aumenta o Custo Brasil. Ambos estão intimamente ligados. Tanto um como o outro objetivam ampliar a maquina estatal, criando empregos e oportunidades para a cooptação e conquista  de alianças políticas e eleitorais. O mesmo ocorre quando da  entrega a  políticos despreparados e/ou venais o comando dos projetos de sustentação da expansão econômica, o que redunda na incapacidade de executá-los, tanto no que tange ao cronograma quanto ao seu custo.

Política monetária frouxa, onde já se verifica relevante tendência de alta dos preços, recomendando a  implementação de medidas anti-inflacionárias, tal como a elevação das taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central. Contudo, parece emanar do Planalto constrangimento à ação independente do Banco Central.

Administração imprecisa de preços administrativos, seja pela contenção artificial dos preços dos combustíveis, seja pela recontratação abrupta de serviços públicos, seja pela pelas sucessivas e crescentes desonerações fiscais cujo beneficio inicial sobre os preços será anulado pelo impacto negativo no  Superávit Primário, levando ao aumento da divida  pública. Tal cenário teria efeitos negativos quanto à qualidade do crédito Brasil e sua  classificação de “investment grade”.

Excessivo favorecimento operacional ao setor bancário estatal, este alimentado por políticas de crédito fácil, como pelo “funding” subsidiado do Tesouro Nacional. A utilização do BNDES como catalisador de crescimento  econômico é correta, cabendo, contudo, fixar-lhe os  limites quantitativos e qualitativos. A expansão de sua carteira, seja de credito, seja de investimento, através do Bendespar, parece tender para o suporte de grupos econômicos, cujo favorecimento excessivo poderá redundar em risco excessivo. Qualquer fragilidade neste setor poderá ter conseqüências graves.

Os tópicos acima enumerados são todos de responsabilidade da Presidência. Não mais existem coelhos eleitorais para sair da cartola do PT., pois Lula, ao expandir a Bolsa Família esgotou o arsenal do partido. É justamente na tentativa de buscar outros “coelhos”  que a presidente arrisca enveredar pelo perigoso caminho do populismo, tão ao gosto da Sra Kirshner. 

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