Os perigos que nos rondam
A Presidente Dilma está na mais importante encruzilhada de
sua carreira política. Ou bem ela governa o país, ou bem ela prioriza sua
re-eleição. Ambos são incompatíveis.
O país passa por momento extremamente perigoso. O dragão da inflação
ressurge, alimentado pelo impulso eleitoral, privilegiando ora o estamento
político, ora o que se presume ser do interesse popular. Em nenhum dos dois
casos busca-se na severidade orçamentária e no investimento responsável o antídoto do veneno inflacionário. O cenário
que se nos oferece é sombrio, gerado, dentre outros, pelos pontos a seguir:
Crescente gastos públicos, e incapacidade gritante de modernizar a
infra estrutura do país, o que aumenta o Custo Brasil. Ambos estão intimamente
ligados. Tanto um como o outro objetivam ampliar a maquina estatal, criando
empregos e oportunidades para a cooptação e conquista de alianças políticas e eleitorais. O mesmo ocorre quando da entrega a políticos despreparados e/ou venais o comando dos projetos de sustentação
da expansão econômica, o que redunda na incapacidade de executá-los, tanto no
que tange ao cronograma quanto ao seu custo.
Política monetária frouxa, onde
já se verifica relevante tendência de alta dos preços, recomendando a implementação de medidas anti-inflacionárias,
tal como a elevação das taxas de juros estabelecidas pelo Banco Central. Contudo,
parece emanar do Planalto constrangimento à ação independente do Banco Central.
Administração imprecisa de preços
administrativos, seja pela contenção artificial dos preços dos combustíveis,
seja pela recontratação abrupta de serviços públicos, seja pela pelas
sucessivas e crescentes desonerações fiscais cujo beneficio inicial sobre os
preços será anulado pelo impacto negativo no Superávit Primário, levando ao aumento da divida pública. Tal cenário teria efeitos negativos
quanto à qualidade do crédito Brasil e sua
classificação de “investment grade”.
Excessivo favorecimento
operacional ao setor bancário estatal, este alimentado por políticas de crédito
fácil, como pelo “funding” subsidiado do Tesouro Nacional. A utilização do
BNDES como catalisador de crescimento
econômico é correta, cabendo, contudo, fixar-lhe os limites quantitativos e qualitativos. A
expansão de sua carteira, seja de credito, seja de investimento, através do
Bendespar, parece tender para o suporte de grupos econômicos, cujo
favorecimento excessivo poderá redundar em risco excessivo. Qualquer
fragilidade neste setor poderá ter conseqüências graves.
Os tópicos acima enumerados são todos de responsabilidade da
Presidência. Não mais existem coelhos eleitorais para sair da cartola do PT.,
pois Lula, ao expandir a Bolsa Família esgotou o arsenal do partido. É
justamente na tentativa de buscar outros “coelhos” que a presidente arrisca enveredar pelo perigoso caminho do
populismo, tão ao gosto da Sra Kirshner.
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