terça-feira, 4 de março de 2014

Está na hora!


Aécio Neves

Este  será o pensamento que aflige uma grande quantidade de eleitores, da oposição, é claro. Dentro de 7 meses dar-se-ão as eleições. O espectro da continuidade do governo Dilma pesa, cada vez mais, sobre aqueles que prevêem um país em sofrida desarrumação.

Sobre os dois líderes oposicionistas, Eduardo Campos e Aécio Neves , paira a dúvida da eficácia de suas plataformas, de suas propostas para aquele público ávido por mudança. O primeiro, turbinado pela aliança com Marina, parece ser mais eficaz. Sua mensagem de que o pais está fora dos trilhos, que a política do governo PT está cansada,  sensibilizou o eleitorado. Tem aproveitado os mais diversos pretextos para manifestar-se eleitoralmente. É agressivo e inteligente. Mas deixemos o governador de Pernambuco de lado.

Mais vale, no momento,  concentrar-se em Aécio, por ser, por enquanto, o candidato favorito da contestação. Este goza de vantagem estratégica. Seu partido, o PSDB merece reconhecimento muito superior ao de seu companheiro de oposição. Beneficiado pela paternidade do Plano Real e o sucesso inconteste de muitas das privatizações, (i.e. telecomunicações) seu silêncio,  entrecortado por murmúrios contestadores, falta-lhe, ainda, mais fôlego. É como se estivesse sem vontade para a briga. A insistência no bom governo realizado em Minas, atribuídos à sua irmã Andréa Neves da Cunha e ao vice Antônio Anastasia,  não parece suficiente para transmitir a qualificação do candidato face aos enormes desafios que a Nação enfrenta.  Seus conselheiros garimpam, numa aritmética eleitoral, tantos votos d’aqui, tantos de lá, e permanecem  extáticos com o rosário de erros da Presidenta e de seus prepostos. Como se a simples constatação do erro alheio fosse dar-lhes a vitória, como se o erro de um transferisse, automaticamente,  os votos para o outro.

Ao ver desta coluna, urge o PSDB determinar sua grande estratégia. A escolha de  4 ou 5 temas que tornem-se o refrão de sua campanha, sobre o qual montar-se-á a tática para a conquista do voto popular:
1.      
       Luta contra a corrupção (reforçado pela novela Mensaleira)
2.      -Reforma fiscal, tanto na simplificação (agrada o empresário) quanto na redução da carga fiscal (conquista o cidadão).
3.       Reforçar a Bolsa Família, com ênfase mais nítido na educação.
4.       Redução drástica da burocracia (reduz o custo de cidadania)
5.       Revisão da Política Externa brasileira para com a América Latina e Mercosul.

A escolha limitada de Temas Mestres aumentará o foco, tanto do candidato como do público eleitoral. Facilitará, também, a identificação e a priorização de medidas a serem tomadas para tornar realistas e eficazes  suas propostas.

Encerrando, não pode ser ignorada a inconveniência da fotografia do candidato Aécio em coluna social de jornal de grande circulação. Confortavelmente instalado em camarote na Sapucaí, o simpático candidato, ao lado de sua linda esposa, sorri feliz para o sortudo fotógrafo. Assim reforça a reputação (injusta?) de convicto festeiro que o candidato goza Brasil  afora.

Recomendação de última hora: demita-se imediatamente seus assessores de imprensa e, doravante, foto do candidato somente em ambiente de trabalho.


segunda-feira, 3 de março de 2014

Curtas







Segredos de Imprensa


Notável guinada foi observada em grande jornal do Rio. Depois de extenso período criticando, corretamente, os desmandos da Petrobras e outras atividades do governo PTista, vem o jornal, surpreendentemente, defender o estapafúrdio (para o Brasil) investimento no porto cubano de Mariel bem como elogiar o resultado da empresa petrolífera. As más línguas injustamente apontam avantajado anuncio em  página nobre (leia-se caríssima)  como razão da reviravolta.

Falência

A Venezuela, apesar de sua enorme produção de petróleo, está perto da falência. A queda de 25% nas exportações de petróleo nos últimos dez anos agrava a situação. Ainda, o distributivismo excessivo, a custa de investimentos no setor produtivo acentua a crise. Maduro foi condenado a herdar o desastre, coisa que, imprudentemente, desejou com ardor. Tenta atenuar a desarrumação de sua economia com medidas autoritárias, atropelando o livre mercado e os direitos humanos. E Brasilia só fica olhando, admirando, apoiando um desastre anunciado.

Judeus Ortodoxos

Trezentos mil judeus Ortodoxos marcharam em Jerusalém, em protesto de sua conscrição para o exército Israelense. Acreditam que é mais importante estudar sua religião do que fazer a guerra. Vamos torcer para que sua visão do Judaísmo se propague, assim trazendo a Paz nas terras bíblicas.



sábado, 1 de março de 2014

Ucrânia III

Este blog dedica mais um comentário sobre a crise Ucraniana. O faz por considerar que a gravidade da atual situação deve merecer a atenção de todos aqueles que se interessam, não apenas por política externa, mas pelos efeitos que advirão tanto no setores militar como econômicos.

É provável que enquanto os rebeldes de Kiev, (membros de partido Svoboda, extremo-nacionalista anti-russófona e anti semita),  ocuparem o governo Ucraniano, difícil será encetar diálogo construtivo com a região de preponderância russófila e o governo de Moscou.

A escalada, já prevista por esta coluna, segue seu curso. Neste momento, a Crimeia está sublevada, mediante intervenção "branca" de tropas Russas. Esta península, conquistada aos Turcos e Tártaros pela Tsarina Catarina II, ou seja a mais de trezentos anos, abriga a base naval da esquadra Russa, essencial para a proteção da "barriga" daquele país. Assim, o Mar Negro é área de vital interesse (justifica a opção bélica) de Moscou. Como exemplo, o Golfo do México é área de vital interesse para os Estados Unidos.

Impenitente da incompreensível inabilidade ao reconhecer a ilegal tomada de poder pelos rebeldes, atropelando a constituição do país (o impeachment não contou, nem de longe, com os votos exigidos pela constituição), o Congresso americano propõe medidas retaliatórias contra a Rússia. Barack Obama seguirá o caminho da confrontação ou optará pelo diálogo?  Já a União Européia, ciente de sua dependência parcial do petróleo e gaz que flui da Rússia, e talvez preferindo uma convivência  pacífica com aquele país, parece mais contida.

A prosseguir este rumo pré-bélico, teremos em breve as reações de nações vizinhas  e, bem mais importante, a posição da China. A Pequim não interessa uma Russia fraca a ponto de permitir a chegada da influência norte-americana a suas fronteiras do norte. Por outro lado, uma Rússia ocupada com a ameça Ocidental neutralizaria qualquer potencial ambição nos seus limites setentrionais. Como a primeira hipótese apresenta-se mais realista, é provável a a China ponha seu peso nas Nações Unidas a favor da Rússia.

Temos, assim, uma situação fluida, volatilizada por facções entregues a incontido ódio que não tem lugar na relação entre nações. O ódio do partido Svoboda, no poder, é herdeiro das divisões Ucranianas que lutaram contra a Rússia, sob comando Nazista. Trata-se de situação onde erros podem ser cometidos, provocando reações que, em condições normais seriam impensáveis.






sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Curtas

Bitcoins

Foto: Bitcoin
Bitcoin

Alertado por esta coluna, constata o leitor a fragilidade desta moeda recém inventada, colocada aos pés do altar da Inovação, tão na moda nos dias de hoje.

450 milhões de dólares sumiram. Estavam investidos, por centenas de usuários/especuladores, nesta moeda virtual. A principal empresa operadora do mercado do Bitcoin acaba de confessar sua inépcia no controle das negociações realizadas por seu intermédio, redundando no espetacular prejuízo que pouca surpresa causa. Mr. Karpeles, o responsável pelo rombo, pede desculpas...


Quadrilha


Quadrilha pobre
Aconteceu o esperado. Aceitando o plenário do STF o  direito aos embargos infringentes, abriu-se a porta para a reversão do movimento moralizador comandado pelo Ministro Joaquim Barbosa.  Mais uma vez, o bacharelismo, ou o preciosismo da interpretação legal jogou por terra o desgastante e patriótico esforço de pôr término à impunidade.  Assim decidido,  a prisão permanece, mas a cadeia não, pois os condenados mais importantes, mais responsáveis e mais repugnantes do ponto de vista moral, terão vida fresca durante o dia. Fingirão trabalho honesto, mas, na realidade voltarão ao covil onde se armam golpes futuros, valendo-se do entrosamento, convergência e cobiça que caracteriza toda quadrilha. 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ainda Ucrânia



Ukraine


Conforme antecipado por esta coluna, tornam-se graves as conseqüências da tomada de poder pela rebelião em Kiev. Numa tentativa objetiva de identificar os fatos relevantes, com base em informação divulgada pela imprensa Ocidental, segue o relato do ocorrido:   

Antecedendo, por poucos dias a derrubada do governo, fora celebrado acordo entre representantes da União Européia, o governo Yanukovych e a oposição, ficando estabelecido uma trégua e posterior eleições para a designação de novo governo. Havia, também, o apoio tácito do governo Russo. Contudo, seguiu-se o descumprindo do acordo; a facção rebelde, liderada por um ex boxeador,  apossou-se  do Parlamento levando, pela intimidação, ao impeachment do então presidente.
Abandonando a postura prudente de exigir o cumprimento do acordo e a convocação de novas eleições, as nações líderes  Ocidentais, no afã de ver seus aliados no governo de Kiev, reconheceram o governo rebelde, desprezando a consulta prévia ao povo ucraniano.

Sem pretender defender o governo Yanukovych,  fontes de referência confiáveis revelam estar a Ucrânia a beira de abismo econômico desde 2008, quando seu PIB teve queda de 17%, levando a  recessão e o desemprego às massas trabalhadoras.  Prece, assim, que a demonização do atual presidente deva ser compartilhada com seu antecessor.   Como paliativo o Ocidente oferece 15 bilhões de dólares, através do FMI, obedecendo sua liberação em parcelas à adoção de reformas na economia. Já a Russia ofereceu ao governo deposto  a mesma quantia,  “no strings attached”. Ainda, Moscou oferece energia a preço muito inferior ao mercado.      

Quem ganhará a Ucrânia, é a pergunta que fica. Não no sentido proprietário, mas no da influência. Pedro o Grande começou e Catarina II completou a conquista de parte do país incluindo a Criméia. A influência Russa naquela região terá perto de 400 anos. Nunca a Ucrânia esteve sob a órbita Ocidental.  

Para melhor entender o que ora acontece, é preciso colocá-lo no contexto  da “nova guerra fria”, onde o enfraquecimento contínuo do poder Russo abre, para o líder  Ocidental e seus aliados,  acesso a maior área terrestre do planeta, onde as riquezas são incalculáveis, onde os dividendos geopolíticos são infindáveis. Ucrânia e Bielorrússia representam  a porta de entrada para a submissão da Rússia, já fragilizada pelas múltiplas etnias que compõe boa parte de seu território. A repetição das rebeliões, por minoritárias que sejam, nas diversas sub republicas que povoam a Rússia, favorecerão a inserção gradual do Ocidente em terras jamais atingidas. Esta estratégia de longo prazo  trará conseqüências tão longínquas quanto o próprio cerco à China.   

Lastreando este objetivo, nota-se na imprensa Ocidental um verdadeiro tsunami mediático, eivado de  informações, avaliações e interpretações negativas para com a Rússia e seus governantes, e cuja unanimidade faz transparecer hábil orquestração.  Segmentos da opinião pública, ainda hoje,  consideram aquele país como sendo comunista e ditatorial, apesar de ser capitalista e obedecer um calendário eleitoral (verificado pela União Européia). Sua imprensa é livre e  seus cidadãos gozam de plena  liberdade de ir e vir. Porém, é um governo de tendência autoritária, fruto de história ininterrupta de governos autocráticos, desde os Tsares aos ditadores Comunistas. São diferentes, sim, porém não mais expansionistas. Pelo contrário, concederam independência a dezenas de republicas Soviéticas que antes compunham o império que, com mão de ferro, era regido por Moscou.  

Assim assistimos um conflito surdo, nas sombras de objetivos recônditos. Jogo de profissional. Porém, convêm lembrarmos que o xadrez joga-se a dois.  Acuado o Urso reagirá?  Qual a intensidade da provocação tolerada, qual levará à resposta militar?

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Perigo a vista



Mapa da Ucrânia (Europa)
Ucrânia na Europa

A rebelião que sacudiu Kiev, alastrando-se depois para outras cidades do Oeste do país promete um futuro atribulado. Um presidente, democraticamente eleito foi expelido do poder por violento movimento de rua.

O estopim resultou da negativa do presidente Yanukovych em assinar acordo de estreita colaboração com a União Européia.  O fez por considerar que tal cooperação lhe obrigava aceitar leoninas condições impostas pelo FMI. Alegou que as condições levariam à Ucrânia  excessivos sacrifícios econômicos  por longo período. O governo optou, portanto, por aceitar a oferta Russa, onde a manutenção do custo subsidiado de energia provida por Moscou seria mantida e acompanhada de  empréstimo de 15 bilhões de dólares.

Tem-se, assim, a gênese da rebelião. A subseqüente escalada do protesto, ignorando a mão estendida pelo governo, chegando a oferecer o cargo de Primeiro Ministro para os rebeldes, não mais pode ser  contida. A determinação dos revoltosos, insuflada pela decisão da União Européia de impor sanções ao governo Yanukovych  por resistir a violenta baderna, reforçou a  recusa da oposição a qualquer forma de diálogo. 

Acentuando ainda mais a ingerência externa, o presidente Obama usou sua já conhecida (ainda que algo desmoralizada) “linha vermelha”. Não a cruze, advertiu e adicionou lenha na fogueira, sem esclarecer exatamente qual o  limite desejado.  Assim, a rebelião, fortalecida pelo apoio das potências ocidentais, recusou transigir, negociar. Resultou no repudio ao processo democrático que deveria de desenrolar dentro do plenário do Congresso Ucraniano. 

Fim de estória, ou término de seu primeiro capítulo? Confrontado com iminente perigo, o presidente Yanukovych foge para Kharkiv, no outro estremo do país, onde conta com forte suporte político; qual o próximo passo para o presidente deposto?

O desenrolar deste conflito esconde outro de maior importância. Camufla o braço de ferro que ora coloca os Estados Unidos e seus aliados Europeus num lado, e no outro, a Rússia. A partir do colapso da União Soviética, a OTAN, braço armado das potencias Ocidentais, criada para contenção do colosso Soviético, obedece a política emanada de Washington que  pretende cercar a Rússia ainda que esta  não mais ofereça perigo. Seu objetivo é o de enfraquecer, continuamente, a Rússia, por possuir ela o armamento nuclear capaz de lhe contestar as ambições.

Pretender atrair a Ucrânia para a esfera de influência Ocidental traz sérios riscos, uma vez que a disputa se coloca no campo de interesse vital para a segurança de Moscou. Age o Ocidente, leia-se os Estados Unidos, com extrema imprudência. A interferência nesta região cria um desequilíbrio vicioso nas relações dos dois campos, podendo derivar para o confronto armado. Talvez  o Departamento de Estado americano desdenhe o fato de ser a Ucrânia o berço da nação Russa; seu profundo peso simbólico não deve ser ignorado.


Impossível que Washington ignore que a perda da Ucrânia levará Wladimir Putin a temer destino semelhante para seu vizinho ao Norte . O desaparecimento destes dois estados-tampão, Ucrânia e Bielorrússia, desmantelará o frágil equilíbrio nas fronteiras dos dois blocos, negando a importância  que, há séculos, a diplomacia internacional dedica à prudência desta formulação.   Oportuno será lembrar o ocorrido na Georgia, em 2008, onde a presunção de apoio norte-americano  estimulou o então presidente Saakashvili a atacar a Ossétia do Sul, também área de vital interesse Russo. A resposta Russa foi  imediata e armada.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

CURTAS


Ministro Marco Aurélio Mello é o relator do processo| Foto: Carlos ...
Marco Aurélio Mello
Pata de cavalo, bola de roleta e cabeça de Juiz, nada menos previsível. E assim foi, quando da decisão do Ministro Marco Aurélio Mello, ao permitir o reinício dos pagamentos nababescos à tribo dos operosos funcionários do parlamento. Esta conclusão do inconstante Ministro interrompe a prévia e sábia decisão de impor o limite constitucional a estes proventos privilegiados e ilegais. Ainda, o voto de Sua Excelência onera desnecessariamente o Estado, por antecipar-se ao iminente julgamento do plenário supremo.    


Presidente da Ucrânia acusa oposição de tentativa de golpe - Rádio ...
Rebelião
Estranha a oposição unanime da imprensa Ocidental ao governo Ucraniano. Uma observação objetiva revela diversas iniciativas do presidente Viktor Yanukovytch na direção da conciliação, incluindo a oferta de um Primeiro Ministro a ser escolhido pelos revoltosos. Foi recusada. Depois de uma semana de trégua, e sem atender os apelos ao diálogo,  lançam-se os rebeldes em nova investida. Matam 7 policiais e perdem 15 homens. No entanto, a imprensa Ocidental, uníssona, mantém seu viés. Até que ponto o conflito Ucraniano nada mais é do que um peão na surda luta que os Estados Unidos e seus aliados travam para o enfraquecimento da Russia?



Abaixo as máscaras. O governo acerta (!) ao propor máscaras como agravante de crime. O cidadão que assim se esconde adquire uma inaceitável impunidade. O exemplo dos Black Blocks já demonstrou que a mascara separa o protesto violento da contestação pacífica.