segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Comentários sobre o artigo "Itamaraty ferido"

Carlos Alexandre ----Pedro, Concordo com você em gênero, número e grau. Não entendo como um diplomata de carreira com um mínimo de altivez se sujeite a ser Ministro das Relações Exteriores tendo que dividir responsabilidades com essa figura abjeta do Marco Aurélio Garcia. A consequência desse estrabismo diplomático é a irrelevância à qual fomos relegados nos fóruns internacionais.



N.R. Por ocasião da publicação deste artigo, surgiu uma anomalia, já corrigida, que impediu acesso a muitos leitores. Espero que estes impedidos pelos mistérios da eletrônica, acessem e comentem.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Esboço de um quadro recessivo


Segue abaixo excelente artigo de autoria do Professor Dr. Julian Alfonso de Magalhães Chacel, cuja publicação valoriza este Blog.




Esboço de um Quadro Recessivo

O ano de 2015 será um tempo de purgação para corrigir os erros que nos últimos anos marcaram a má condução da política econômica. .A purificação  de nossa Economia  requer, em face dos “déficits gêmeos”, o fiscal e o externo, rígido controle do gasto público e livre flutuação do câmbio. E mais, um realinhamento de preços relativos, em especial tarifas, que significa impor ao país um período de “inflação corretiva”. Na busca de confiabilidade através do cumprimento da palavra empenhada, esqueça-se a meta de inflação de 4,5% e aumente-se a  ampla margem de tolerância no seu limite superior.

A meta fiscal de um superávit primário fixado prudentemente em 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) contém, apesar disso, um conteúdo de indeterminação. Qual será ao final do ano o valor do denominador? No dia de hoje há fortes indícios de contração comparativamente ao resultado estimado para o ano anterior, 2014, que aponta para uma taxa próxima de zero refletindo a estagnação, ou melhor, a ausência de crescimento econômico.

Além do efeito de contração resultante da tentativa de corrigir o desequilíbrio das contas públicas como pré-condição para domar a inflação rampante, há do lado real da economia restrições ao aumento do PIB sintetizadas na expressão “condições físicas da oferta”. As crises hídrica e elétrica são, no curto prazo, fatores limitativos da expansão dos níveis atuais de produção. A escassez de água compromete a produção agropecuária e na indústria de transformação alimentos e bebidas, siderurgia, papel e celulose e química, em escala decrescente consomem, no todo, cerca de 70% da energia utilizada pelo setor.

As vicissitudes que assolam a Petrobras, resultantes de erros de gestão associados ao uso político da empresa pela via da corrupção, também apontam na direção de um declínio da atividade econômica. A tudo isso se acrescenta a provável redução do seu programa de investimento, de vez que a viabilidade econômica de certos campos fica comprometida diante da queda  de preço do barril de cru. Pela sua dimensão e natureza do negócio, a contração da empresa no futuro imediato e a inevitável revisão dos contratos firmados com as grandes empreiteiras da construção civil geram um efeito em cascata sobre uma miríade de fornecedores. A matriz das interações industriais será profundamente afetada.


Esses são os principais argumentos que permitem prever um clima de recessão, com todo seu cortejo de consequências, para este ano de 2015. Dai falar-se na abertura deste escrito em “tempo de purgação”. Condição essencial para forjar um novo ciclo de crescimento.

Comentários recebidos sobre "Sansão e a Oposição"


Início do Governo Lula, Palocci e Meirelles contaram com o apoio da bancada do PSDB do Senado para as medidas de correições necessárias à estabilidade da economia.
Paulo Antonio


Esperemos, muito mesmo, que as necessidades nacionais prevaleçam sobre os partidarismos imediatistas !!!!!!!....LINA

Não posso acreditar que Aécio venha adotar esse tipo de atitude.--------Ary
Acho exatamente isso,que é um momento de união e muito trabalho para dar continuação ao Brasil e impedir o caos total ,que dificilmente sera arrumado depois,união pontes e parcimônia,acho que estas junto de reflorestamento deveria ser as palavras chaves.............Ana Amélia

Acabei de ler o seu último artigo no seu blog sob o título “Sansão e a oposição” e aproveitei para reler os três anteriores.
Devo dizer que estou de pleno acordo com todos esses artigos, sobretudo com o último e o intitulado “Purificação e auditorias”......Sérgio


O que se está vendo é o "fogo amigo" do PMDB e a contestação do próprio PT.
Até agora o PSDB não me parece estar contestando as medidas do Joaquim Levy, que aliás são medidas próximas a que tomaria o Armínio Fraga, se o povo soubesse votar.
O Sansão neste caso é a " base do Governo".
                                       Abraços, Alfredo


Não vejo em nenhum de nossos políticos a isenção necessária que o momento pede. Vejo hj um país dividido e cheio de rancor, desejo o melhor, mas não consigo enxergar.
Regina

Gostei muito do artigo e espero q o Aécio tenha bom senso e altruísmo para colocar os interesses do Brasil na frente de antagonismos políticos.
Bjs, Carmo



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Sansão e a Oposição

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Sansão, o herói bíblico, buscou na destruição do Templo Filisteu  o seu último gesto político. Ao derrubar as colunas que a Casa sustentavam, nada sobrou, nem ele, nem o edifício, nem o o povo.  

Opor-se às medidas de ajuste econômico a serem apresentadas ao Congresso dentro em breve, poderia lembrar o ato niílista de Sansão. Espera-se de Aécio Neves prudência, comedimento e, sobretudo, grandeza. É necessário que lidere o PSDB por entre os escolhos que surgirão quando apresentadas pelo governo Dilma, as medidas fiscais, financeiras e econômicas imprescindíveis ao saneamento da economia brasileira.

A repulsa, a negação, a rejeição de medidas que emanam do Planalto são reações naturais para um partido de Oposição, que,  fazem anos, luta contra as iniciativas do PT e seus aliados. Estas levaram o país à extrema fragilidade que se encontra.

Contudo, neste momento de aguda crise, onde o país arrisca o tropeço interno e o  repudio internacional,  há que saber-se  diferenciar entre as propostas de conveniência partidária do PT e as de interesse nacional. Importante será  endossar àquelas apresentadas pelos ministros da área econômica, vide Joaquim Levy, quando tecnicamente apropriadas.

Aproxima-se, assim,  o momento onde opositor e governante deverão, momentaneamente, dar-se as mãos para que não sofra a nação. É o momento da maturidade política, aquela que distingue o Político do Estadista. Uma trégua específica parece  essencial para que se façam os ajustes necessários.  A prioridade cabe ás necessidades nacionais, relegados a segundo plano os objetivos partidários imediatistas.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Apoio inesperado

Este Blog contou com o apoio do renomado articulista norte americano (New York Times), Thomas L. Friedman quanto à visita intempestiva do Primeiro Ministro Israelense:


...The decision by Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu and House Speaker John Boehner to cook up an address to Congress by Netanyahu on why the U.S. should get tougher on Iran is churlish, reckless and, for the future of Israeli-American relations, quite dangerous...

...It doesn’t only disrespect our president, it disrespects our system and certain diplomatic boundaries that every foreign leader should respect and usually has...


Quais serão os limites de Bibi?



Purificação e auditorias


                                                        



O caso Petrobras pode representar o término da impunidade que protege a degradada gestão das empresas estatais. A derrubada da represa, outrora erguida por políticos e administradores corruptos, se fará graças à opinião pública e, sobretudo a juízes probos e policiais honestos. A enxurrada das águas purificadoras será, possivelmente, o réquiem das manipulações, desvios e astúcias das contas autárquicas.Também de  importância será a figura do Auditor Independente.

A auditoria externa e independente, está sujeita, legalmente,  à comportamento ilibado.  Quando de renome e subsidiária de matriz no exterior, tanto maior será o impositivo ético, face à exposição internacional de seu comportamento. Contudo, ainda que a fraude e o crime não sejam tolerados,  nem sempre todo o rigor contábil  se verifica na prática. Tendo por objetivo o lucro, como qualquer empresa, o Auditor se curva, muitas vezes, às pressões de seus clientes. Por vezes,  a severidade das provisões colidem com os clamores por maiores lucros. Afirmações dos dirigentes são aceitas sem maiores verificações. Avaliações inconvenientes são relegadas a padrões mais flexíveis. Estas observações, que podem parecer cruéis, merecem credibilidade quando se constata a fragilidade das auditorias precedentes, onde somente agora acionistas e agências são alertados para os desmandos desvendados.

Porém, parece inevitável que uma onda de bem proceder levará os, por vezes, flexíveis Auditores à maior severidade no exame dos livros de seus clientes. Ameaçados pela exposição pública dos meios de comunicação e pelas implicações onerosas, tanto no campo legal quanto no financeiro e profissional, o Auditor deverá buscar, doravante,  proteção em conduta impecável, protegendo-se de processos bilionários decorrentes de incúria ou má fé. Ainda, quando subsidiário de firma norte americana ou européia, o Auditor estará sujeito às penalidades financeiras e legais aplicáveis à suas matrizes no exterior. Em suma, o custo de mal proceder tornar-se-á exponencial, com conseqüências terminais, trazendo à tona o exemplo emblemático da auditora Arthur Andersen.


Chega-se, então, à conclusão purificadora. Não será difícil prever-se que as empresas estatais enfrentarão, doravante, auditoria de extrema severidade. Tal severidade trará à tona fatos de estrema gravidade, no penal e no político.   Lícito prever-se o abandono das flexibilizações, compreensões, e interpretações. Por resultado, abrir-se-ão as “Caixas Pretas”, desvendar-se-ão os labirintos da contabilidade imprecisa, enganosa e “criativa”,  frutos da politização indevida das empresas Estatais.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Repetição

A quatro de janeiro de 2013 o artigo a seguir constou deste Blog. Contrariando esperanças, a dois de janeiro de 2015, nada melhorou. Em vez de Mensalão temos o Lava Jato, substituindo o notável Ministro Joaquim Barbosa temos o admirável Dr.Sérgio Moro. Mas bastará?


Cri de coeur!

Não é de se estranhar. O que esperar de um ano que termina com “13”? 

Na nossa terra, o querido Brasil, a economia desmandada pelo governo, ou acumula erros e enganos ou por falta de capacitação não realiza os projetos fundamentais para a modernização do país. Erros de todos os tipos; administrativos, econômicos, prioridades erradas, urgências descartadas. Enganos para com a sociedade, escondendo fracassos, e, num misto de wishful thinking e lorota, inventando iniciativas e realizações, fantasiando soluções. 

Sem perdão para aqueles setores privados aliados do poder  no assalto ao erário, no engodo e mistificação. Feitores de estradas que esburacam, de pontes que se quebram, de túneis que se esquecem, de consciência que se perde. Achacadores de um lado, corruptores de outro, desvendam a crescente teia de interesses escusos que enreda e paralisa o bom que resta.

Assiste-se o colapso crescente da Ética, tida por contingente crescente como conto da carochinha, para crianças sonhadoras  e adultos ingênuos. Esquecem que é ela a argamassa que mantêm uma sociedade unida, que valida a Regula Magna onde a convergência  das diferentes aspirações e divergentes opiniões são contidas pelo limite do bem comum, do povo, da Nação. Sem a Ética escorrega-se para a lei do mais forte, para o tempo primordial das selvas; abandona-se o que há de civilizado. Sem ética não existe meritocracia, mas sim uma concorrência inversa onde quem menos escrúpulos tem é o vencedor. Sem ela, vende-se a alma da sociedade, do indivíduo.

Fragiliza-se, assim, a democracia. A diluição moral das assembleias legislativas e de setores executivos desmoralizam-na, levando uns à decepção, outros à busca de opção autoritária. Democracia só é viável com o funcionamento inquestionável da Justiça, em todas as suas instâncias. Sem ela, as vantagens espertamente recíprocas ou auto-concedidas pelos que deteem e exploram o poder  deturpam e reforçam os canais de influência, distanciando-se do mandato concedido pelas urnas. Resta, portanto, sobre os ombros dos Ministros da Côrte Suprema  a esperança de gradual e paulatina dispersão da sombria névoa que cobre a Nação.

"BASTA DE ROUBALHEIRA, CHEGA DE INCOMPETÊNCIA"  é o primeiro grito do ano, daqueles que querem um Brasil melhor. Que o ano de 2014 seja generoso.