terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Fundo Eleitoral

Fundo Eleitoral e consequências

O cenário político brasileiro torna-se cada vez mais opaco, distanciando-se dos fundamentos  democráticos. Em busca crescente de poder, e com uma eventual colaboração do PT face à sua diminuta participação (16%), o Congresso despreza os equilíbrios criados pela constituição, urdindo novas formulas e coligações que lhe amplie o poder. 

O Fundo Eleitoral de 5 bilhões de reais, validado pelo Congresso (valor equivalente à 1bilhão de dólares!), mais uma demonstração de malicia institucional brasileira, onde uma muralha financeira é criada para manter os privilégios dos seus membros, prejudicando os novos aspirantes à assento no Congresso, estes obrigados a incorrer as despesas de suas candidaturas. Mais uma Jabuticaba¹.  

Favorece-se, assim, o "status quo" legislativo o qual prejudica um equitativo processo eleitoral e uma saudável renovação de representantes de uma sociedade que paulatinamente se transforma.  Trata-se, hoje, de um jogo político com "cartas marcadas" .

Já, sob outro ângulo, constata-se que a ampliação do poder Legislativo às expensas dos outro dois Poderes favorece a entronização de uma casta privilegiada e impune, legislando, não raro,  em causa própria e reduzindo a capacidade do país de manter um ambiente de "pesos e contrapesos" institucionais. A prevalecer tal anomia, ter-se-á como consequência um crescente desequilíbrio político-administrativo já evidenciado nos crescentes conflitos entre os três Poderes.

Por resultado dificulta-se a renovação do Congresso, bem como a adaptação do legislativo face às novas e contínuas demandas sócio-políticas, hoje crescentes pela explosão populacional das últimas décadas. Dos 93 milhões de brasileiro em 1970, tem-se em 2023 em torno de 215 milhões, com forte aumento da pobreza e falta de instrução básica. 

Trata-se, pois, de um Brasil diferente, com novos problemas e aspirações cujas lacunas se refletem na contínua e crescente anomia política e ética, que, se não corrigidas a sociedade terá que lidar com um povo em crescente frustração.

É premente a necessidade de reverter esta realidade onde a intensa demanda por educação eficaz, saúde popular e trabalho formal sejam atendidas. Tais prioridades recomendam ao governo estabelecer e divulgar metas específicas para cada setor social, vindo a ser por elas responsável perante a opinião pública. 

Tais metas, senão atendidas, terão por consequência a progressão do comportamento anti-social já observado nos bolsões desassistidos, estes cedendo em crescente proporção  à alternativa  criminal.     

1) Só dá no Brasil    

 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

A Vez da Paz

                                                              Cenas de Gaza

 

                                Pai, filho, burrinho à espera de um futuro (Gaza)

O que é Genocídio? | Enciclopédia do Holocausto

Por genocídio entende-se quaisquer dos atos abaixo relacionados, cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial, ...



Ao declamar a seu Parlamento o trecho Bíblico abaixo, Netanyahu busca a justificativa para destruição de Gaza e de seus habitantes, menosprezando o avanço civilizatório dos últimos 100 Séculos. Hoje, tal conclamação é aberrante, viola a Lei Internacional e torna-se absurda face aos conceitos de tolerância e pacificação, criados pela civilização moderna e em vigor no Século XXI. 

Você deve se lembrar do que Amaleque fez com você, diz nossa Bíblia Sagrada”, disse durante o pronunciamento. “Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos”, diz a passagem.

Ainda, a revelação pública da surpreendente leniência de Netanyahu quando  Primeiro Ministro,  ao favorecer, no passado recente, a sobrevivência do Hamas com o fito de impedir que a moderada OLP ampliasse sua influência sobre Gaza, tem-se por resultado o fortalecimento do grupo terrorista e a gênese do seu recente atentado terrorista.

Ao chegar-se ao rescaldo do conflito ora em curso, caberá à um governo moderado Palestino o controle sobre a faixa de Gaza, sem o que ter-se-á o ressurgimento do Hamas, alimentado pelo ódio popular face aos 16.000 civis, adultos e crianças, mortos pelos indiscriminados bombardeios israelenses.

As chagas abertas clamam, pela Paz entre Palestina e Israel, pelo sepultamento da era da opressão e das vinganças, tendo por base a criação do Estado Palestino e a adoção do diálogo civilizado de respeito mútuo. Caso contrario, ter-se-á a continuação dos conflitos e das crueldades de parte a parte levando à um futuro ameaçador para a juventude de ambos os lados, que hoje precisam de Paz. 

Ainda, cabe a observação sobre o papel dos Estados Unidos, cuja liderança também traz responsabilidade. Neste episodio, seu apoio incondicional aos indiscriminados ataques aéreos israelenses não mereceram conselhos de moderação quanto às vítimas civis. Premido pela busca do voto da comunidade judaica norte-americana face a sua difícil candidatura à recondução presidencial, Biden não se ateve aos "incômodos detalhes", estes sendo vidas humanas inocentes. Washington, ora confrontado com o impacto negativo de seu apoio incondicional revê sua posição e oferece, tarde demais, conselhos de moderação.

Neste sangrento episódio, Israel terá, sem dúvida, a vitória militar porém já sofre a perda da opinião pública, tanto no exterior quanto no próprio país. Agravando o quadro, há indícios que a política dos  vencedores será de terra arrasada, com a expulsão dos milhões de palestinos habitantes da região. Comenta-se a emigração forçada para o Egito, cujo governo certamente contestará. 

A crueza, a violência exibida ao mundo neste episódio traz tristes lembranças de guerras passadas, onde bairros residenciais foram esmagados por bombardeios indiscriminados. O trágico atentado perpetrado pelo Hamas contra 1.400 civis israelenses exige (e obteve) a repulsa do mundo civilizado, porém a vida de 18.000 civis palestinos não deveriam ter sido o preço a pagar.    

Ou bem Israel assume a responsabilidade pela sobrevivência digna dos civis Palestinos ou carregará o peso do opróbio mundial bem como o ódio dos sobreviventes e seus compatriotas. Se Netanyahu pretende manter os Palestinos eternamente oprimidos, estará contribuindo para expansão e perenidade do tumor que infecta tanto um quanto o outro lado. Tal configuração, num mundo de crescente inter-comunicação, não escapará do alto preço a ser pago.

Para a pacificação que se impõe,  Israel deverá demonstrar ao povo subjugado uma nova face, não a de ocupante, mas sim de parceiro potencial; cabendo ao mais poderoso a derrubada das muralhas. A progressiva invasão, ora em curso, da Cisjordânia Palestina por 450.000 "colonos" israelenses, apoiados pelo seu exército, promete tornar-se mais um tumor cuja metástase será inevitável. Violando as posturas das Nações Unidas tal comportamento contará, novamente, com o opróbio internacional.

As configurações políticas estão mudando impelidas pelo avanço na tecnologia de comunicação, onde velhos dogmas enfrentam novo escrutínio. Ou um caminho de reconciliação terá início ou a Paz nunca chegará à Terra Santa. Quanto mais perdurar o status-quo maior será o desgaste de Israel junto à comunidade internacional.




                                                         

domingo, 3 de dezembro de 2023

Leniência ou Exigência?



Justiça lenta ou adiada não é Justiça, pois protege o infrator ao conceder-lhe prazo, seja no cumprimento financeiro, onde tempo é dinheiro, seja do cumprimento criminal onde a postergação pune a vítima e beneficia o criminoso.

Pois tal  é a realidade que tem nos imposto o Supremo Tribunal Federal ao furtar-se da responsabilidade de respeitar o prazo para a "petição de vista" pelo Ministro responsável pela demanda. Para este fim, está determinado em 90 dias a devolução do processo ao colegiado. 

Tal tolerância, observada há décadas, será proposital ou fruto do acaso? Pois a leniência para um será benéfica às intenções de outro Juiz, criando-se assim uma "tradição" de flexibilidade indevida. Caso assim seja, ter-se-á um regulamento desrespeitado, fragilizando o bom senso. Tal prática, ainda que não formal, atropela a equidade jurídica.  

Nesta era de crescente transparência que nos traz os meios de comunicação e as fontes de referência propiciada pela computação, não mais é possível esconder-se atrás das complexidade jurídicas; o bom e o ruim veem à tona.  

Caso este autor, mero curioso das lides jurídicas, esteja errado, submeto-me, humildemente, à correção do meu pensar. Caso estejam corretos meus argumentos, peço a adesão daqueles leitores que me leem por esta página. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Lidice

                                         

                                                         Cartaz inglês durante a 2a Guerra Mundial


Em 1942 houve um atentado fatal, nos arredores da pequena cidade de Lidice na Checoslováquia onde o interventor militar Nazista, Reinhard Heydrich, foi morto pelos rebeldes tchecos em sua luta contra a ocupação alemã.

Sobre esta matéria, diz a Enciclopédia Britânica:

"A vingança alemã causou perto de 1500 mortes em toda a Tchecoslováquia e se estendeu a parentes e amigos de resistentes e integrantes da elite do país, suspeitos de deslealdade e fatos como o de Lídice. Esta aldeia foi escolhida para o massacre de seus habitantes por ser reconhecidamente uma vila hostil aos invasores alemães e também por ser suspeita de ser ponto de reunião dos assassinos de Heydrich (que acabariam se suicidando em Praga quando estavam prestes a serem presos pela SS)."

Diferente de outros crimes de guerra que os nazistas cometiam na época e mantinham em segredo, a propaganda alemã fez questão de anunciar publicamente ao mundo os eventos de Lídice, como uma ameaça e um aviso à população cativa da Europa então ocupada pela Alemanha. A notícia causou uma onda de terror e indignação mundial, ocasião em que a propaganda britânica aproveitou o fato para alardear os crimes do III Reich e promoveu um filme sobre o genocídio (A Vila Silenciosa)."

Hoje a História se repete; Gaza arrasada com, até agora, 14.000 civis mortos dentre os quais milhares de crianças e mulheres reflete um Pathos de vingança a qualquer custo, indo além da justa retaliação militar. Israel não deve ceder à este impulso. 

Porém. o que foi feito, feito está. Os países líderes deste triste planeta devem exercer toda sua influência para preservar o cessar-fogo, interrompendo o massacre até agora ocorrido. Também, a criação do Estado Palestino subtrai o argumento pela revolta violenta, abrindo as portas à uma Paz duradoura. Por seu lado Netanyahu deve abandonar o impulso da vingança e buscar uma solução para agora e o futuro.

A perdurar o conflito, não apenas ter-se-á o acumulo de inocentes mortos mas, ainda, novos Hamas surgirão condenando ambas as partes a chorarem os mortos que o futuro trará. 

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Decadência



 "A equipe de investigação portuguesa foi ao Rio no início de novembro e recebeu apoio da Polícia Federal. Ao tentar fazer buscas em bairros da cidade, os portugueses souberam que não poderiam ir a certos lugares, dominados pelas facções." (O Globo)


Funcionários brasileiros do Consulado Geral de Portugal foram flagrados em atuação criminal. O assalto "branco" de malfeitores ao tornarem-se funcionários da representação portuguesa revela a extensão operacional da bandidagem bem como um anêmico sistema de seleção e controle por parte da entidade consular em questão.

A informação acima divulgada pela Polícia Federal brasileira revela uma triste imagem do Brasil, não apenas em Portugal mas, também, no sistema judicial internacional, dado a inter-relação existente entre as diversas polícias do mundo Ocidental. O fato revelado de imunidade criminal na geografia do Rio de Janeiro, onde bairros inteiros não tem acesso à Justiça e à Polícia, é degradante. 

Tanto o governo Federal quanto o Estadual não podem ignorar este fato absurdo, assim renunciando à sua razão de ser, qual seja a proteção de seus cidadãos. A permissividade, e a cumplicidade nos mais altos escalões políticos do estado do Rio de Janeiro se escancara, sem que a Sociedade possa se rebelar contra este colapso da Lei e da Ordem.

Contaminada pelos núcleos criminosos, sua atuação se expande paulatina e inexoravelmente nos bairros que constituem um notável núcleo urbano da outrora "Cidade Maravilhosa". Copacabana, Ipanema-Leblon, Gávea e outros,  cercados pelas favelas habitadas por trabalhadores honestos, porém vítimas das facções criminosas, sofrerão paulatina e inevitável infecção.    

Hoje o O Globo revela fotografias embaraçosas. A palavra está com o Governador Carlos Castro, cujo fácil trânsito em setores "sensíveis" tem os meios para reverter o que será a decadência do Rio de Janeiro.


                                                                      Milícia?

                                                                  

Quais serão as medidas corretivas a tomar? Foi mais do que uma informação, foi uma  revelação da anomia que assola o Rio, onde o acesso à Justiça pela sua população é negado. A realidade e escancarada urbi et orbi. 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Quo Vadis, Argentina?

 
                

                              InfoMoney


Javier Milei é eleito presidente da Argentina e o Brasil se depara com sério desafio regional. Em seu discurso de posse Milei repetiu, histriônico,  seus slogans de campanha, assim formalizando um estado de beligerância desarmada com seu vizinho ao Norte. Aquilo que parecia astúcia eleitoral, ao identificar um desafeto para atrair solidariedade, torna-se, surpreendentemente,  política oficial. Desde espetadelas juvenis ao convidar Jair Bolsonaro à sua posse até ameaças substanciais ao fluxo econômico entre as duas Nações, o novo líder argentino revela um animus beligerandi   preocupante.

Seus rompantes simplistas propondo a extinção do Banco Central e nacionalizar empresas estatais, antes de ter o tempo para analisar suas consequências, se soma à abrupta adoção do Dólar como moeda de curso no país sem avaliar sua viabilidade e seus desdobramentos.  Importa a estabilidade da moeda, seja ela Peso ou Dólar, porém delegar ao Federal Reserve norte-americano a política monetária argentina, lá vai um grande  passo. que poderá afetar o fluxo de crédito e de investimentos. Ainda, o desmonte do Banco Central, essencial à formulação e disciplina  da  política monetária, acentuará a fragilidade da estrutura financeira do país. 

No campo externo,  a prevalecer o posicionamento da Direita extremada do novo governo, este lhe valerá obstáculos diplomáticos e comerciais dentre os principais países sul-americanos, a maioria tendente à politica de centro e centro-esquerda.  Tal problema se agrava nas relações "platenses"  com o Brasil.  

É relevante o  fluxo comercial em 2022 entre os dois países, atingindo US$ 28,5 Bilhões, tendo o Brasil obtido um superavit de US$ 2,2 bilhões. Produtos agrícolas lideram este comércio seguido de peças e veículos, onde a indústria de automóveis portenha dificilmente abrirá mão de seu mercado brasileiro, comprador de  aproximadamente 120.000 automóveis por ano. Tal desempenho recomenda a prevalência  de relações cordiais entre os dois países.

As exportações brasileiras para a Argentina nos dez primeiros meses de 2023 alcançaram US$ 14,9 bilhões, alta de 13,1% em relação ao mesmo período de 2022. Improvável que sua economia possa comprometer a estabilidade de suprimento tão relevante. 


Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/11/20/comercio-brasil-argentina-soma-us-25-bilhoes-ate-outubro-alta-de-42percent.ghtml ou as ferramentas oferecidas na página.T

Atualmente Buenos Ayres enfrenta séria crise financeira onde a inflação desmesurada prevalece. Se uma severa política anti-inflacionária seja recomendável (vide hipótese de dolarização) importante evitar medidas que venham a comprometer o vigor de sua economia. Neste sentido, a hostilidade de Milei para com o Brasil e propondo substituir a prevalência do Mercosul por uma intima relação com os Estados Unidos parece aposta de alto risco.  Resta saber até que ponto  a Argentina se afastará de sua prioridade Sul Americana...

"Les jeux ne sont pas faits" diria o "croupier" em Monte Carlo; faltam ainda muitos lances para  um prognóstico sólido. "QuoVadis, Argentina?" 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Vizinhança Complicada




Obedecendo uma tradição bem estabelecida, a nossa vizinha Argentina se prepara para  dar-nos um susto. Tendo-a como relevante parceira comercial e como a mais importante peça no seu tabuleiro geopolítico, o Brazil se prepara para novas surpresas dos "hermanos". Ambos os pretensos candidatos  à Presidência em acirrado desafio eleitoral, seja qual for o vencedor, prometem cenários conturbados tanto no front bi-lateral quanto em seus mercados internos.     

A vitória de Sergio Massa nos trará, provavelmente, o mesmo cenário modorrento que prevalece na esteira do Peronismo. Os potenciais benefícios do Mercosul ficarão bem aquém de sua potencialidade uma vez que o desarranjo da economia Platense tolhe, não só sua própria economia mas, também, o potencial do Mercosul. A inflação galopante de 140% a.a. sob a gestão do Ministro da Economia, ora candidato,  parece condenar sua nação à repetição dos erros passados graças aos grilhões da teologia Peronista. Tal cenário é preocupante  pois um agudo desequilíbrio econômico e financeiro prenuncia

Dando razão à tais previsões, tem-se o arauto da mudança radical. O Sr. Javier Milei, oriundo das forças da decepção e da desilusão surge, como por encanto, da profunda anonimidade para projetar-se como salvador da Pátria. Tal proeza só poderia ser embasada em ideias audaciosas, senão disparatadas, de apelo messiânico. 

Sua visão econômica, tendo por lastro o abandono do Peso em favor do Dólar (experimento em processo nos diminutos Equador, Panama e El Salvador) significa, ab início, uma redução de soberania pela perda  de controle de sua política monetária, ao substituir o Banco Central pelo Federal Reserve. 

Ainda, terá por desafio a cooptação de 46 milhões de Argentinos, onde a estrema disparidade  de Renda e Poupança causará, provavelmente, fortes distorções. Conquanto o topo da pirâmide econômica poderá colher substanciais benefícios, o mesmo não ocorreria ao descer-se à sua base.

Já a visão geopolítica do candidato Milei, onde a hostilidade para com o governo brasileiro é anunciada, fácil prever-se um complexo período de adaptação do Mercosul e seus parceiros. Tal cenário promete trazer tensões políticas e comerciais aos parceiros.       

A ver...

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Cartas Abertas





Os meandros da política Israel-Palestina são infindáveis. Além das autoridades legalmente constituídas existem diversas organizações clandestinas, de ambos os lados, que criam uma realidade desconhecida ao público porém exercem forte influência no cenário contencioso.
É opinião desta coluna que a pacificação deste conflito que perdura ha décadas só será possível com a criação de dois Estados independentes em ambiente de mútuo respeito.     
e dois jornais Israelenses revelando a nefasta tolerância de Netanyahu para com o Hamas, tendo por objetivo o enfraquecimento da Autoridade Palestina, governo legítimo endossado pelas Nações Unidas. 


Abaixo estão transcritas matérias de teor, até o momento desconhecidas. Como se observa, a cumplicidade exposta altera a narrativa ora adotada por Israel e seu Primeiro Ministro, dando ao atual cenário uma visão onde a culpa contamina todas as partes envolvidas.

Neste jogo de cartas submersas os Estados Unidos, player de indiscutível importância nos rumos a tomar, se revela ou desinformado ou cúmplice.  Veja, a seguir, as matérias de dois importantes jornais israelenses.

I.

Transcrito do The Times of Israel (em 8 de outubro 2023): 

For years, Netanyahu propped up Hamas. Now it’s blown up in our faces   "The premier’s policy of treating the terror group as a partner, at the expense of Abbas and Palestinian statehood, has resulted in wounds that will take Israel years to heal."


II.

Transcrito do jornal israelense, Haaretz, publicado em 8 de outubro 2023:
For 14 years, Netanyahu's policy was to keep Hamas in power; the pogrom of October 7, 2023, helps the Israeli prime minister preserve his own rule.

domingo, 5 de novembro de 2023

Um Novo Mundo?


O artigo de Pedro Doria no dia dois de novembro p.p. sobre as novas ferramentas cibernéticas traz ao leitor a sensação de iminente colapso comportamental do planeta, onde o "Homem" torna-se progressivamente dependente dos "gadgets" eletrônicos.  

Este processo já se identifica com nossos netos, onde a dependência do celular se torna um quase-fetiche, criando crescente dependência psicológica. Conquanto o celular  pode se tornar um manancial de informações relevantes, tal ocorre quando inserido em contexto maior elaborado pelo usuário.  Porém, a informação "solta" atendendo a curiosidade pontual pode tanto auxiliar quanto ser nociva, pois o contexto deve guiá-la para abrir portas futuras e não pequenas janelas desconexas. Assim, quanto mais conhecimento terá o jovem, maior o beneficio da informação recebida do seu celular.

Porém, para que possa entender o contexto geral do seu entorno onde a inserção da informação trará a multiplicidade de benefícios o jovem precisa ampliar sua cultura. Leitura é primordial  além do ensino acadêmico. Passar horas no aparelho, decorrentes de interesse infantil, não apenas aprofundará sua alienação quanto as realidades vitais como torná-lo-á vítima potencial de manipulação.    

Este preocupante  cenário ainda mais grave será com o despertar da ubíqua Inteligência Artificial. Esta promete potencializar o risco de intromissão intencional, onde a vontade primaria do individuo será manipulada para atender os interesses de terceiros. A criação de grandes números de IA's, cada qual com os vieses (honestos ou não) de seus criadores e manipuladores, poderá afetar todo e qualquer segmento societário de forma diferenciada, podendo trazer insegurança sistêmica.

Porém a sociedade já fez sua opção. Não mais é possível progredir sem  o desdobramento e progressão da IA. Ainda, graças ao artigo acima referido, sabemos da existência de um tal de "AI Pin" ou semelhante, o qual registra todos os momentos de sua vida, inclusive aqueles que V. preferiria esquecer. Prato cheio para seus inimigos.     

Tamanha transformação técno-social exigira tempo para a absorção popular bem como sua adaptação sócio-econômica, esta incluindo a tentativa de higienização das potencialidades negativas através de legislação específica.  Este período de transição trará à sociedade aguda incerteza e angustia pela imponderabilidade criada ao ameaçar a confiabilidade no  Passado, Presente e Futuro, sendo os três tempos sujeitos à manipulação.

Como se não bastasse, uma visão de futuro não distante nos leva a prever o ressurgimento da imagem conceitual do "Big Brother" de George Orwell. Nos dias de hoje, a sobrevivência de tal sistema seria ínfima; porém, com o advento e manipulação da Inteligência Artificial, a hipótese torna-se não só possível, mas, talvez  provável. Tendo um governo o instrumental necessário ao domínio dos canais de comunicação em massa, cria-se uma realidade alternativa, esta viabilizando a perenidade no Poder.

P.S. Considere ambíguo este artigo, parte reflexão, parte ilusão.



 

terça-feira, 31 de outubro de 2023

A Terra Santa e Seus Pecados


A parte branca representa a população Árabe ao longo dos anos.

Preliminarmente, justo dizer-se que o ataque perpetrado pelo Hamas  contra a população civil israelense merece repúdio. Atingir civis é indesculpável e só pode ser considerado como terrorismo. No foro íntimo sente-se a agressão de civis, adultos e crianças, como se pessoal fosse. Sejam eles Judeus, sejam eles Palestinos. 

Contudo, torna-se necessária à compreensão geopolítica dos eventos que levam à atual tragédia, observando com a perspectiva necessária que lhe permita a compreensão de tão longo conflito. Como consequência necessário é lembrar-se ser a faixa de Gaza uma prisão a céu aberto onde 2,5 milhões de homens, mulheres e crianças vivem enclausurados por décadas sem crime ter sido cometido. Este fato não pode ser ignorado ou minimizado. Torna-se fator relevante, se não preponderante,  na análise da evolução da violência naquela região.    

Israel, como carcereiro daquela urbe, habitada por 2,5 milhões de civis não deveria se surpreender com reações violentas dos encarcerados. 

Certamente, uma visão histórica mais ampla favorece uma compreensão do tão complexo conflito entre Palestinos e Israelenses, entre Árabes e Judeus. Porque tal persistência no ódio que separa as duas raças e as duas crenças? 

A Palestina, dominada e administrada  pela Grã Bretanha desde a derrota do Império  Otomano em 1918, era, na época, habitada majoritariamente pelos Árabes. A reversão teve seu início quando do movimento Sionista nos anos pós Primeira Guerra Mundial, dando substância ao conceito de retorno dos Judeus à região. Conquanto o Sionismo era na sua essência pacífico e de viés socialista, desenvolvendo os kibutzim em relativa harmonia À mesma época também teve início dos movimentos terroristas  judaicos, Irgun¹ e Stern². Estes cometeram inúmeros atentados e assassinatos em busca violenta da criação de um Estado Judeu. Dentre estes, destaca-se a explosão do Hotel King David ferindo e matando 91 hospedes e empregados. O responsável pelo ato terrorista, Menachen Begin, líder do Irgun, tornou-se, anos mais tarde, presidente de Israel.  

Tanto os Ingleses dominantes quanto os Árabes majoritários foram constantemente fustigados, como método necessário ao domínio judaico da Palestina. Ainda que tais tentativas à época fossem infrutíferas,  já, com o término da 2a. Guerra Mundial quando o sofrimento do povo Judeu nas mãos Nazistas foi conhecido a opinião das potencias Ocidentais reverteu³, evoluindo para a criação do Estado de Israel.

Por resultado ocorreu marcante alteração populacional na região que hoje abriga os limites do  Estado de Israel, revelando a expulsão do povo Palestino que lá preponderava a partir da Diaspora da população judaica imposta pelos Romanos no Século 6 AD. Ou seja, faziam 15 séculos que a maioria Árabe dominava a região, condição revertida pela política e pela força em menos de 54 anos (1946 a 2000).   

Apoiada pela nações Ocidentais como reação e compensação aos imensos sofrimentos da etnia Judaica durante a 2a. Guerra Mundial, a criação da nova Nação recebeu apoio quase unânime, porém com a abstenção da Grã Bretanha³. Esta, então dominante na região, previa conflitos e instabilidade face à  contestação da população Árabe já habitando a região e amplamente majoritária.

Uma vez criado o Estado de Israel, realizou-se a expulsão da maior parte dos Palestinos residentes em Israel aterrorizados por práticas de "limpeza étnica", encenando uma versão árabe da Diaspora judaica. Muitos instalaram-se na Cisjordânia vizinha. Em sentido oposto, iniciou-se crescente atividades terrorista por parte dos  Árabes. Criava-se, assim, o quadro  que perdura até os dias de hoje.

Tem-se hoje na região, uma configuração étnica altamente instável, cuja normalidade só poderá será atingida pela concessão à ambas a partes territórios de inquestionável soberania. Este conceito já fora criado pelas Nações Unidas quando da emergência de Israel. Contudo, em clara aliança, Estados Unidos e Israel impediram os esforços necessários ao cumprimento da  decisão majoritária. 

A celebração do Acordo de Oslo 2 em 1995, na presença de Bill Clinton, celebrado por Shimon Perez, Isaac Rabin e Yasser Arafat foi frustrada pelo assassinato do então Primeiro Ministro de Israel, o General Isaac Rabin, pelo extremista israelense Ygal Amin. Destituídos os Palestinos de sua esperança de autonomia, reestabeleceu-se naquelas terras a opressão e a reação, ambas entregues à violência. 

    

O quadro acima Israel revela uma condição anômala por ser o Estado Ocupante, tendo sob sua responsabilidade o bem estar de sua população. Por outro lado, tem-se a severidade da ocupação israelense onde as mortes violentas de parte a parte refletem domínio e reação. Ainda, tornando-se Israel, por sua recém aprovada constituição um Estado Judeu e não mais laico, terá por efeito pressionar as outras etnias e religiões, acentuando diferenças potencializando hostilidade. 
A interrupção deste círculo vicioso torna-se imperativo para a Paz mundial, pois um conflito hoje geograficamente  contido poderá, por seu conteúdo religioso, alastrar-se no Oriente Médio e alhures. O bom senso demanda a intervenção das grandes potências em novo esforço de paz na região. Um novo "Acordo de Oslo" se impõe, onde Israel e o Estado Palestino dar-se-iam as mãos sob o beneplácito imprescindível dos Estados Unidos.



1) (Encyclopedia Britannica) Irgun committed acts of terrorism and assassination against the British, whom it regarded as illegal occupiers, and it was also violently anti-Arab. Irgun participated in the organization of illegal immigration into Palestine after the publication of the British White Paper on Palestine (1939), which severely limited immigration. Irgun’s violent activities led to execution of many of its members by the British; in retaliation, Irgun executed British army hostages. On July 22, 1946, Irgun blew up a wing of the King David Hotel in Jerusalem, killing 91 soldiers and civilians (British, Arab, and Jewish). On April 9, 1947, a group of Irgun commandos raided the A
rab village of Deir Yassin (modern Kefar Shaʾul), killing about 100 of its inhabitants.

2)According to Yaacov Shavit, professor at the Department of Jewish History, Tel Aviv University, articles in Lehi (Stern) publications contained references to a Jewish "master race", contrasting the Jews with Arabs who were seen as a "nation of slaves".[47] Sasha Polakow-Suransky writes that "Lehi was also unabashedly racist towards Arabs. Their publications described Jews as a master race and Arabs as a slave race." Lehi (STERN) advocated mass expulsion of all Arabs from Palestine and Transjordan,[48] or even their physical annihilation.[49]

3) Porém, a Grã Bretanha, profunda conhecedora das conflitantes correntes raciais e culturais na região, optou por abster-se quando da votação nas Nações Unidas concedendo a criação do Estado de Israel.


segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Avaliação de um "expert" sobre o conflito Israel/Palestina




Transcrevo abaixo artigo do renomado comentarista internacional Thomas L. Friedman publicado no New York Times de hoje, 22 de outubro,  sobre o conflito Hamas-Israel. Friedman, habitualmente ferrenho defensor de Israel, oferece uma visão estratégica que avalia as consequências da posição Israelense. 




                                                           Morally Impossible Situation  

I have great admiration for how President Biden has used his empathy and physical presence in Israel to convince Israelis that they are not alone in their war against the barbaric Hamas, while trying to reach out to moderate Palestinians. Biden, I know, tried really hard to get Israeli leaders to pause in their rage and think three steps ahead — not only about how to get into Gaza to take down Hamas but also about how to get out — and how to do it with the fewest civilian casualties possible.

While the president expressed deep understanding of Israel’s moral and strategic dilemma, he pleaded with Israeli military and political leaders to learn from America’s rush to war after Sept. 11, which took our troops deep into the dead ends and dark alleys of unfamiliar cities and towns in Iraq and Afghanistan.

However, from everything I have gleaned from senior U.S. officials, Biden failed to get Israel to hold back and think through all the implications of an invasion of Gaza for Israel and the United States. So let me put this in as stark and clear language as I can, because the hour is late:

I believe that if Israel rushes headlong into Gaza now to destroy Hamas — and does so without expressing a clear commitment to seek a two-state solution with the Palestinian Authority and end Jewish settlements deep in the West Bank — it will be making a grave mistake that will be devastating for Israeli interests and American interests.

It could trigger a global conflagration and explode the entire pro-American alliance structure that the United States has built in the region since Henry Kissinger engineered the end of the Yom Kippur War in 1973.

I am talking about the Camp David peace treaty, the Oslo peace accords, the Abraham Accords and the possible normalization of relations between Israel and Saudi Arabia. The whole thing could go up in flames.

This is not about whether Israel has the right to retaliate against Hamas for the savage barbarism it inflicted on Israeli men, women, babies and grandparents. It surely does. This is about doing it the right way — the way that does not play into the hands of Hamas, Iran and Russia.

If Israel goes into Gaza and takes months to kill or capture every Hamas leader and soldier but does so while expanding Jewish settlements in the West Bank — thereby making any two-state solution there with the more moderate Palestinian Authority impossible — there will be no legitimate Palestinian or Arab League or European or U.N. or NATO coalition that will ever be prepared to go into Gaza and take it off Israel’s hands.

There will be no one to extract Israel and no one to help Israel pay the cost of caring for more than two million Gazans — not if Israel is run by a government that thinks, and acts, as if it can justifiably exact its revenge on Hamas while unjustifiably building an apartheidlike society run by Jewish supremacists in the West Bank. That is a completely incoherent policy.

Alas, though, a senior U.S. official told me that the Biden team left Jerusalem feeling that while Prime Minister Benjamin Netanyahu of Israel understands that overreach in Gaza could set the whole neighborhood ablaze, his right-wing coalition partners are eager to fan the flames in the West Bank. Settlers there have killed at least seven Palestinian civilians in acts of revenge in just the past week.

Meanwhile, U.S. officials told me, the representatives of those settlers in the cabinet are withholding tax money owed the Palestinian Authority, making it harder for it to keep the West Bank as under control as it has been since the start of the Hamas war.

Netanyahu should not allow this, but he has trapped himself. He needs those right-wing extremists in his coalition to keep himself out of jail on corruption charges.

But he is going to put all of Israel into the jail of Gaza unless he breaks with those Jewish supremacists.

Unfortunately, the senior U.S. official told me, Israeli military leaders are actually more hawkish than the prime minister now. They are red with rage and determined to deliver a blow to Hamas that the whole neighborhood will never forget.

I understand why. But friends don’t let friends drive while enraged. Biden has to tell this Israeli government that taking over Gaza without pairing it with a totally new approach to settlements, the West Bank and a two-state solution would be a disaster for Israel and a disaster for America.

We can help, we can even insist, that our Arab and European allies work to create a more effective, less corrupt and more legitimate Palestinian Authority in the West Bank that, after some transition in Gaza, could help govern there as well. But not without a fundamental change in Israeli policy toward the PA and the Jewish settlers.

Otherwise, what began as a Hamas onslaught against Israel has the potential to trigger a Middle East war with every great power and regional power having a hand in it — which would make it very difficult to stop once it started.

In the first week of this conflict, the supreme leader of Iran and Hassan Nasrallah, the leader of the Hezbollah militia in Lebanon, appeared to be keeping very tight control of their militiamen on the border with Israel and in Iraq, Syria and Yemen. But as the second week has gone on, U.S. officials have picked up increasing signs that both leaders are letting their forces more aggressively attack Israeli targets and that they might attack American targets if the United States intervenes. They smell the logic of how much an Israeli invasion of Gaza could help their goal of driving America out of the whole region.

On Thursday, a U.S. Navy warship in the northern Red Sea shot down three cruise missiles and several drones, apparently launched by the pro-Iranian Houthi militia in Yemen, that might have been headed toward Israel. More missiles, likely from pro-Iranian militias, were fired at U.S. forces in Iraq and Syria.

So many rockets are now coming from the pro-Iranian Hezbollah militia in South Lebanon that we are one degree away from a full-scale missile war between Israel and Iran’s proxies — and very possibly directly between Israel and Iran.

Israel is not likely to let Iran use its proxies to hit Israel without eventually firing a missile directly at Tehran. Israel has missile-armed submarines that are probably in the Persian Gulf as we speak. If that gets going, it’s Katie, bar the door.

The United States, Russia and China could all be drawn in directly or indirectly.

What makes the situation triply dangerous is that even if Israel acts with herculean restraint to prevent civilian deaths in Gaza, it won’t matter. Think of what happened at Gaza City’s Ahli Arab Hospital on Tuesday.

As the Israeli columnist Nahum Barnea pointed out to me, Palestinian Islamic Jihad achieved more this week with an apparently misfired rocket “than it achieved in all of its successful missile launches.”

How so? After that rocket failed and fell on the Palestinian hospital in Gaza, killing scores of people, Hamas and Islamic Jihad rushed out and claimed — with no evidence — that Israel had deliberately bombed the hospital, setting streets ablaze across the Arab world. When Israel and the United States offered compelling evidence a few hours later that Islamic Jihad accidentally hit the Gaza hospital with its own rocket, it was already too late. The Arab street was on fire, and a meeting of Arab leaders with Biden was canceled.

If people cannot talk openly and honestly about a misfired rocket, imagine what will happen when the first major Israeli invasion of Gaza begins in our wired world, linked by social networks and polluted with misinformation amplified by artificial intelligence.

That is why I believe that Israel would be much better off framing any Gaza operation as “Operation Save Our Hostages” — rather than “Operation End Hamas Once and for All” — and carrying it out, if possible, with repeated surgical strikes and special forces that can still get the Hamas leadership but also draw the brightest possible line between Gazan civilians and the Hamas dictatorship.

But if Israel feels it must reoccupy Gaza to destroy Hamas and restore its deterrence and security — I repeat — it must pair that military operation with a new commitment to pursue a two-state solution with those Palestinians in the West Bank and Gaza ready to make peace with Israel.

The hour is late. I have never written a column this urgent before because I have never been more worried about how this situation could spin out of control in ways that could damage Israel irreparably, damage U.S. interests irreparably, damage Palestinians irreparably, threaten Jews everywhere and destabilize the whole world.

I beg Biden to tell Israelis this immediately — for their sake, for America’s sake, for the sake of Palestinians, for the sake of the world."