Em sequência à esta manobra, empreende-se mais uma tentativa de alteração constitucional. O presidente, refém de sua natureza impulsiva e atrabiliária, torna-se, hoje, sujeito à imputação por diversos Crimes de Responsabilidade. Em frontal desrespeito aos objetivos permanentes da Constituição e através de manobras imediatistas e personalistas, as forças políticas que compõem o governo iniciam uma manobra que visa levar o Presidente, caso derrotado nas próximas eleições, ao cargo vitalício de Senador.
Tal manobra encerra sérios perigos para o país. Sendo um Senador, no caso "vitalício", inimputável na vigência de seu mandato, obteria ele imunidade face aos atos porventura criminosos enquanto presidente. Em tal circunstância receberia o presidente em exercício, "salvo conduto" para a ilegalidade, durante e após o período de seu governo. Ainda, a partir do pedestal senatorial, preservaria ele forte influência sobre o segmento radical de direita, aprofundando a clivagem que ora fere a Nação.
Ainda, conforme o conceito de isonomia, torna-se provável que tanto os presidentes anteriores quanto os futuros, mereçam o acesso vitalício ao Senado, assim tolhendo a necessária renovação da casa. Por razões respeitáveis tal procedimento não ocorre nos países relevantes que compõem o mapa político do planeta. Já, a Itália, país conhecido por sua instabilidade política, é o único exemplo relevante da existência de tal privilégio, ainda que os senadores vitalícios lá não gozem nem do direito de voto. nem se beneficiem da anistia que o cargo no Brasil lhes confere.
Degrada-se, assim, o país ao criar mais uma caixa de surpresas, uma "jabuticaba" bem brasileira, com nítido vies irresponsável.
2 comentários:
Coitado do nosso Brasil;de pleno acordo com você.
Mais um absurdo que vai corroendo a nossa pobre democracia.
Ignez
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