sexta-feira, 22 de julho de 2022

O Golpe Revisto





Há muito o Brasil não conquistava tanto espaço na mídia internacional. Convocados os embaixadores acreditados ao governo Bolsonaro, dele ouviram a afirmação que as urnas eleitorais não são confiáveis. Por objetivo, o presidente pretendia ferir a confiabilidade do pleito que ora se avizinha. Assim, segundo alguns observadores, preparando o terreno político para a reversão de sua provável derrota nas urnas. 

O possível, senão provável, desdobramento da tentativa de alteração do processo eleitoral vigente poderia  ser a exigência  de participação militar, com direito a veto, na Comissão de fiscalização eleitoral e, caso impasse ocorresse, o adiamento das eleições. Contudo, estas são meras hipóteses. 

Porém, voltando aos fatos, o espetáculo, urdido por Jair Bolsonaro, foi inédito. Na História Universal da Política jamais houve semelhante episódio, onde um chefe de governo convoca o quadro de embaixadores estrangeiros com o fito de criticar as urnas que o elegeram enquanto advertindo, urbe et orbi, as iminentes fraudes na próxima eleição. 

Teria por objetivo potencializar as dúvidas e assim obter, senão o apoio, pelo menos a compreensão das nações amigas, pretenderia o projeto político do presidente neutralizar oposição internacional às medidas eventualmente extra constitucionais julgadas necessárias para assegurar o rumo eleitoral desejado, 

O que houve, contudo, foi o oposto ao esperado. Em reação surpreendente, a comunidade internacional se manifestou confiante no processo eleitoral brasileiro. Ainda, no âmbito nacional, as manifestações de confiança nas urnas foram contundentes, abrangendo não só opositores politicos mas, também, aliados do governo. 

A pedra de cal sobre o túmulo da eventual tentativa golpista lá foi posta pelo Procurador Geral da República e pelos presidentes da Câmara e do Senado, não raro, aliados do Presidente, ao manifestar confiança nas urnas. Assim, cai por terra qualquer veleidade em busca de solução ilegal. Se plano para um Golpe existia, não mais poderá vingar. Em momento inesperado e em ímpeto solidário os brasileiros se uniram para rechaçar um pretenso Caudilho.


Um comentário:

Anônimo disse...

Foi um vexame!
Ignez