sexta-feira, 1 de abril de 2022

Debandada no Planalto



Nunca d'antes vista, a atual revoada de ministros merece especial atenção. A razão oferecida pelo Planalto seria a de "um esforço conjunto para dedicar-se à construção de um Brasil melhor". Tal declaração nos leva à um dilema: como o desmonte simultâneo de toda uma equipe de governo pode levar ao aperfeiçoamento? 

Depreende-se, assim, que os  ministros seriam medíocres  e sua partida servirá para melhorar a qualidade da subsequente equipe a ser formada? E, ainda,  reconhece a desqualificação do time anteriormente selecionado? Se assim for, o que nos leva a presumir que os próximos ministros tenham a qualidade exigida pela Nação? 

Outros pensamentos afloram ao ver-se a notícia: seria a passagem destes senhores de uma condição juridicamente  exposta para a proteção de foro privilegiado uma das razões? Ou, ainda, será que a atração do cargo parlamentar tão desejado reflita a oportunidade de substanciais ganhos materiais?   

De difícil compreensão seria a afirmação patriótica de "queremos  ajudar o país", uma vez que, nos cargos de tanta importância operacional e estratégica que ora ocupam, sua colaboração já se faria sentir.

Ou, na realidade, o movimento nada mais faz do que prever a derrota nas urnas, e a consequente perda de vantagens e privilégios ora gozados?

O desafio está posto, quais serão os ministros escolhidos para a substituição dos que partem? Onde está este celeiro de homens dignos, probos, instruídos para preencherem o vazio ora criado? 

  


1) Relação dos ministros demissionários.:

  • Walter Braga Netto, da Defesa, 

  • Damares Alves, da Mulher Família e Direitos Humanos

  • Flávia Arruda, da Secretaria de Governo

  • Gilson Machado, do Turismo

  • João Roma, da Cidadania

  • Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia

  • Onyx Lorenzoni, do Trabalho e Previdência

  • Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional

  • Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura

  • Tereza Cristina, da Agricultura

Um comentário:

Luciano disse...

Impecável o seu comentário. No fundo, D. Teresa Cristina, o Sr. Tarcísio de Freitas e de certa forma o austronauta Pontes vinham fazendo um bom trabalho e é pena que não prossigam.

. Os outros pouca falta farão, mas é curioso que substituí-los, a essa altura do mandato presidencial, possa ser prenúncio "da construção de um Brasil melhor" como foi bem destacado em sua análise.