sexta-feira, 8 de abril de 2022

Petróleo e Voto

                                                                        




Entramos em clima de opereta ou opera bufa... O trato politico-administrativo dado pelo senhor Presidente à mais relevante das empresas brasileiras revela um abissal desencontro, onde as prioridades que deveriam reger o redirecionamento da Petrobras não foram devidamente identificadas, organizadas e implementadas. 

Tendo por premissa que a  "business mission" vigente  da empresa é convergir com o objetivo eleitoral através da manipulação e contenção do preço do combustível, fator de forte elasticidade na relação preço-voto, denota que sensibilidade política é prioritária. Assim, torna-se difícil a tarefa de identificação e seleção dos quadros superiores da empresa.   

No afastamento voluntario do Almirante Leal Ferreira, como presidente do Conselho, e do Gen. Luna e Silva, Presidente da Diretoria, evidenciou-se a metástase causada pela contradição das prioridades da empresa conforme desejo do Planalto.

A desastrada indicação dos novos dirigentes da Petrobras para os cargos de  presidente do Conselho de Administração  e da sua Diretoria Executiva, revela o colapso da racionalidade decorrente do despreparo do acionista majoritário. Assim, encontra-se ele em inesperado dilema:  que substitutos indicar?

O efeito perante os acionistas, o mercado, as empresas congêneres, as bolsas no Brasil e no exterior, representa alto custo  tanto interno quanto externo, Ainda, fragiliza a  afeta a imagem de um governo que, para melhor cumprir sua missão, necessita o reconhecimento e respeito internacional, que tanto representa mercado para seus bens e serviços quanto crucial  fonte de investimento. 

Preocupa o observador, que este caminho já vem sendo trilhado, acentuando-se  conforme a progressão do calendário eleitoral.  Sua tendência já se delineava  quando das demissões sucessivas  de Pedro Parente e  de Castelo Branco, ambos administradores de peso e respeito. Já desde de então o custo do combustível tornava-se o pomo da discórdia.  

Revela, ainda, em vésperas de eleição,  quão inesperado e impulsivo  pode ser o candidato, ao colocar uma das mais admiradas empresas brasileiras como se fosse   um mero instrumento político. O que houve com o líder "defensor das forças do mercado" e feroz adversário da esquerda? 

Nada como tempos eleitorais para reavaliar profetas e messias?

N.R.  A recente indicação de novos nomes para os cargos vagos nada corrige pois a causa permanece.

Nenhum comentário: