segunda-feira, 18 de abril de 2022

Hoje e Amanhã



Tempos de eleição. O Brasil politico abandona toda pretensão de interesse público e volta-se, vorazmente para a captura dos votos que lhe trará o Poder material. Sim, porque em última análise, o gozo do poder se materializa com benesses e privilégios distribuídos aos protagonistas e seu entorno. 

Poucos serão aqueles que buscam a longínqua aprovação da história, o respeito da sociedade e a honra a de seu nome. Pelo contrário, a pressa está sempre presente, qualquer artimanha será válida. Vê-se a  formação de verdadeiras quadrilhas no ambiente parlamentar, abrindo as portas ao saque do erário, seja direta ou indiretamente;  neste quesito nada supera os manipuladores do Centrão, pois o fazem de forma legal, sem o risco que traz a ilegalidade. Alteram as leis...

Hoje, este aglomerado político torna-se o protagonista do cenário brasileiro,  deslocando o Presidente de líder para subordinado e cúmplice. A Criatura, antes dispersa, hoje engole seu Criador e assume a iniciativa. Todas as energias são agora direcionadas para a vitória eleitoral; os mais diversos grupelhos antegozando as delicias que lhes trarão as Chaves do Reino. 

Por resultado, a lei se degrada, vítima de manobras e artifícios engendrados por uma emergente e voraz  maioria parlamentar; o Erário se avilta com avenidas secretas longe dos olhos do eleitor; a Educação se torna acéfala por inconstância de sua liderança; a Saúde subordinada à politização de suas decisões; a Política Externa se atrapalha com objetivos imediatistas e contraditórios; a Economia torna-se cúmplice do movimento "fura teto"; e, como se o Ministério da Religião houvesse, o proprio Senhor é constantemente recrutado para validar as alianças e projetos monetários...

E quanto ao futuro próximo? Será a vitória nas urnas fonte de alegria para os vencedores?  Pouco provável. As correntes desordenadas que se entrechocam nas profundezas da Nação hão de trazer conflito e ansiedade. Cada vez mais, a formulação democrática perde prestígio, tanto na base quanto no cume do tecido social, buscando, na sua crescente decepção, o autoritarismo como solução. 

A anomia política que se observa revela a perda do poder de bem administrar um país, hoje na beira da indigência social. Urge reverter o crescente empobrecimento do lumpen através do investimento maciço na infra estrutura social constituía pelo conjunto Saúde, Educação, Transporte  e Habitação. 

Sem contar com esta infraestrutura, a desejada superestrutura económica, geradora da riqueza que um regrado capitalismo pode trazer à Nação, o atual "projeto Brasil" torna-se entrópico. Vive o "voo da galinha" que tem caracterizado o percurso econômico do país ao longo dos anos.

O equilíbrio fiscal, agravado pelos "loop holes" tributários que oferecem à uma pequena minoria do universo fiscal brasileiro as brechas tributárias, levando o fisco a compensá-las junto àqueles  contribuintes, pequenos e grandes, que optam pelo cumprimento integral de sua obrigação fiscal.  

Agravando o quadro tributário, o imposto sobre o consumo tem por resultado onerar mais do que proporcionalmente as classes de renda  modesta; sua redução seria amplamente compensada pelo fechamento das brechas que hoje beneficiam muitos que compõem o ápice da pirâmide econômica. 

Por resultados, acentua-se a disparidade na distribuição da riqueza e bem estar na Nação, revelando os índices de GINI e IDH, Estes revelam-se  degradados, desnudando o abandono das prioridades sociais que, por sua vez, se tornam fragilidade política em prazos médio e longo.  

Graças ao curto horizonte da administração política, observa-se crescente  distonia no processo de identificação das prioridades. Com a multiplicidade de objetivos conflitantes, em teor e prazo, esgarça-se o ímpeto psico-social da Nação, diluindo o vigor de seu empuxo.    

Em suma, estes desequilíbrios colocam a perigo a prevalência do Capitalismo, este essencial à prosperidade da Nação.



2 comentários:

Anônimo disse...

Tempos obscuros, amigo! Tenebrosos!

Anônimo disse...