domingo, 6 de maio de 2018

Trump e Kim Jung-un

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Reina o suspense. Dois protagonistas, conhecidos pela sua imprevisibilidade, prometem encontrar-se para desatar o Nó Górdio sob o qual suspende-se a Bomba.

De um lado, Donald Trump exige a desnuclearização da Coréia do Norte; do outro,   Kim Jung-un promete a desnuclearização da Coréia do Norte. Não, não houve erro de redação; é isso mesmo. Porém, Satan aí está para embaralhar o que seria uma concordância; para isto servem os detalhes.

Ao participar desta reunião, é enorme o risco para Trump, pois sua presença só fará sentido caso saia vitorioso. O mesmo não se aplica ao jovem Kim, para quem ter no outro lado da mesa o líder do Império Americano por si só significa singular vitória.

Assim, o coreano sentar-se-a à mesa com mais fichas do que seu adversário, o que lhe permitirá melhor recorrer ao "bluff". Para Kim a desnuclearização é a arma com a qual pretende atingir  diversos objetivos.

Dentre eles se destaca a assinatura de um tratado de Paz, terminando o estado de guerra que até hoje prevalece entre as partes envolvidas. Os Estados Unidos e a Coréia do Sul por um lado, e a Coréia do Norte do outro. Neste quesito, a hábil co-optação do presidente Moon Jaein da Coréia do Sul pelo jovem ditador favorecerá os objetivos de Pyongyang.

Já as exigências de interrupção de manobras militares conjuntas ao Sul do paralelo 38(¹) bem como o permanente acantonamento de tropas americanas poderão constar do menu das negociações.
Também, a cessação das sanções econômicas estarão no rol das revindicações.

Mas como poderá Kim comprometer-se à desnuclearização tendo em vista a atual ameaça de Trump de renegar o tratado celebrado com o Irã? Qual o grau de confiabilidade que mereceria a assinatura norte americana?

Talvez, aí entre mais uma peça no xadrês, até agora encoberta; a entrada da torre chinesa. As idas e vindas do ditador coreano à Pequim que precedem a iminente conferência podem fazer suspeitar que outros players sejam mobilizados como garantes dos termos do tratado a ser celebrado. Dentre eles destacaria-se-ia Xi Jinping com todo o peso específico do Império do Meio.(²)

Estará Washington disposta à adotar a negociação como meio de chegar-se ao entendimento de interesse mútuo, ou prevalecerão as personalidades impositivas de Trump e Kim?

Ou será que estamos presenciando um projeto muito mais ambicioso, ao termos Xi Jinping usando Kim para atrair a Coreia do Sul para sua órbita?

(1) Linha de demarcação entre os dois países da península coreana.
(2) China

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