quinta-feira, 17 de maio de 2018

O novo Babi Yar


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Nos idos dos anos 1940, enquanto fervia a guerra, unidades nazistas cercaram milhares de judeus, velhos, jovens e crianças, na pequena localidade ucraniana  de Babi Yar. Lá, enfileiraram estes  judeus desarmados e iniciaram uma matança indiscriminada, em macabro tiro ao alvo. Somente anos depois, terminada a guerra, veio o mundo saber, horrorizado, deste assassinato em massa.

Quase 80 anos depois, já neste Século XXI, em um mundo escancarado, aberto à todos pela televisão e redes sociais outro assassinato em massa ocorreu. Milhares de palestinos, encarcerados em imenso campo de concentração que é a Faixa de Gaza, sem a resignação das vítimas de outrora, optaram por protestar contra seus guardas presidiários, o exército Israelense. O fizeram desarmados, estes velhos, jovens e crianças.

O fizeram à luz do dia, às luzes das câmaras de televisão, não num ímpeto singular e prontamente esquecido, tão pouco escondidos atrás de fronteiras em guerra. O fizeram à vista de todos ao longo de vários dias, protagonistas nas mais diversas redes de televisão. Às claras, e desarmados. Morreram às dezenas, velhos, jovens e crianças vítimas de macabro e organizado tiro ao alvo. Morreram sem que sequer um adversário se ferisse além de um arranhão. (Onde estará a honra deste exercito?)

De nada serviu a crescente manifestação internacional de repúdio, de condenação. Ignorado o apelo à lei internacional, o apelo à razão, o apelo à humanidade, em suma, um apelo da civilização contra a barbárie da força bruta.

Bibi Netanyahu não se deu o trabalho de uma resposta. Bibi, cujo apelido lembra carinho com as crianças, não levou sua mão ensanguentada ao telefone. "Basta" diria ele. Mas não aconteceu porque ao inaugurar a Embaixada Americana em Jerusalém, entendeu ele que a aliança carnal ora instituída com os Estados Unidos, lhe concede carta-branca, nada lhe fará prestar contas. Israel, potência nuclear, tendo por base o mais poderoso exército regional nada mais parece ter em comum com aqueles antepassados, vítimas de perseguições que mereceram, de todos, irrestrita solidariedade.

Vê-se, agora, um  Estado arrogante, poderoso, ainda potencializado, imprudentemente, pelo escudo  de Donald Trump. Quais serão seus limites?





 

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