sábado, 4 de novembro de 2017

Dúvidas sobre o Mar Azul


Resultado de imagem para quadro marinha passagem humaita

A história da Marinha Brasileira é admirável. Durante a Guerra do Paraguay chegou a ser a segunda maior marinha do planeta. Foram notáveis os feitos d'armas, tal como Riachuelo e a forçada da passagem em Humaitá, rompendo a última defesa estratégica de Solano Lopes.

De lá para cá, pouco tem sido feito. O raro troar de seus canhões tem sido, não contra inimigos. mas sim em manobras e disputas no âmbito da política interna. É bem verdade que, ao surgir ameaça externa denominada a Guerra das Lagostas, a Marinha teve imediata resposta, enviando varias belonaves para fazer face à marinha francesa nas costas do Nordeste brasileiro. A pronta iniciativa levou o General De Gaulle a recuar, e optar pela negociação. Estabeleceu-se, assim, um equitativo tratado de pesca atendendo os interesses das duas nações sem macular a soberania nacional.

Já, a ameaça existente quando da Guerra Fria parece ter findo, ainda que as manobras conjuntas com a esquadra Norte Americana são de inegável interesse, seja pelo treinamento dos ativos navais, seja pela familiarização com novas técnicas, ainda fora de nosso alcance.

Do ponto de vista estratégico, levando-se em conta a extensão do mar territorial e os interesses econômico em sua plataforma continental, torna-se evidente a necessidade de uma esquadra moderna e multifacetada, capaz de cumprir, com sucesso operações tanto de defesa quanto de ataque.

No entanto, as notícias que chegam ao público não são estimulantes. O estado deplorável do porta aviões São Paulo, ex "Foch" da marinha francesa, parece não permitir sua utilização, sequer para navegar por conta própria. Ainda, ignora-se o andamento do projeto para a construção de submarinos (projeto também francês) convencionais e nucleares. Em todos estes casos a falta de recursos financeiros é apontada.

Porém, o que mais surpreende o observador é o fato de estar a Marinha desenvolvendo um motor nuclear para suas naves há, talvez, vinte anos, sem que leve o projeto a bom termo. A sua conclusão proporcionaria um salto estratégico na formação de sua força naval e a defesa de seu imenso território marítimo.

Neste período, a minúscula (tanto em território quanto em população) e empobrecida Coreia do Norte consegue desenvolver foguetes e bombas nucleares.

A alegada falta de recursos financeiros não é convincente.*
    
Dentre deste quadro de projetos inacabados e de desconhecida maturação, chega a notícia que o Brasil estaria considerando a compra de duas fragatas britânicas, excluídas de sua frota por ter chegado à obsolescência. Até que ponto dispersão destes recursos se justifica tendo em vista os projetos anteriores à espera de conclusão?

* Desconhecida é a influência protelatória eventualmente exercida pelos Estados Unidos

Nenhum comentário: