Esta coluna tem o especial prazer de receber, novamente, colaboração do ilustre economista Dr. Julian Magalhães Chacel.
A despeito da turbulência que envolve o mundo político, alega-se que as instituições exercem suas funções. Realmente funcionam, mas funcionam mal. Fica mais do que evidente que há um desequilíbrio entre os Poderes. Nada a ver com o “Espírito das Leis” do Barão de Montesquieu.
Tal desequilíbrio, ao
quebrar a harmonia das relações entre Poderes gera um clima de
incerteza que reflete sobre o processo das decisões de investimento.
De tal sorte que nem mesmo a queda da taxa da inflação, a permitir
a queda consequente da taxa de juros real ou o anuncio de recuperação
do PIB provavelmente alimentada pela safra gigante de grãos
altera o ânimo do potencial investidor. Cabe lembrar que este
pode calcular o risco implícito em sua decisão de investir, mas
este cálculo fica prejudicado pela incerteza que é um conceito
fluido que os modelos matemáticos são incapazes de captar.
O certo é que a recuperação do nível de emprego absorvendo os 12 milhões hoje desempregados dependerá de uma onda de investimentos que terá um efeito multiplicador sobre o emprego. A noção de multiplicador entra na Teoria Econômica num ensaio de R.F. Kahn versando sobre a relação entre o investimento interno e o nível de emprego no território nacional.Retomado por Keynes, esse multiplicador sintetiza a relação entre o aumento do emprego primário mobilizado para a atividade de investimento e o resultante aumento total do emprego..
O certo é que a recuperação do nível de emprego absorvendo os 12 milhões hoje desempregados dependerá de uma onda de investimentos que terá um efeito multiplicador sobre o emprego. A noção de multiplicador entra na Teoria Econômica num ensaio de R.F. Kahn versando sobre a relação entre o investimento interno e o nível de emprego no território nacional.Retomado por Keynes, esse multiplicador sintetiza a relação entre o aumento do emprego primário mobilizado para a atividade de investimento e o resultante aumento total do emprego..
Em linguagem mais
simples, a realização de um investimento, seja uma nova fábrica ou
uma obra pública significa que, durante certo tempo entre o início
e a conclusão da obra, salários serão pagos a operários e
engenheiros e encomendas, sobretudo em matérias primas e bens de
capital serão feitas a terceiras empresas. Que por seu turno ao ter
um crescimento das suas atividades passa a empregar mais gente. Esse
é o efeito multiplicador.
Tomando
como premissa que a normalidade das relações entre Executivo,
Legislativo e Judiciário volte a existir, a condição inicial para
reativar os investimentos deveria partir de uma visão crítica dos
malfadados Programas de Aceleração do Crescimento. Quais os
investimentos a retomar e ultimar e quais, na relação custo
benefício, seria melhor descontinuar na perspectiva do curto prazo.
A anunciada decisão da
Petrobras de retomar a construção do Complexo Petroquímico do Rio
de Janeiro, a COMPERJ, que num dado momento chegou a gerar 30 mil
empregos, aponta na boa direção. Ainda que para tal se associe com
a Chinese Petroleum Company. Com a vantagem de dar um sopro de vida,
via Itaborai, na combalida economia do Estado do Rio de Janeiro.
Mas a grande fonte de
criação de emprego, capaz de melhorar a produtividade total dos
fatores trabalho e capital, reside na escolha seletiva das grandes
obras de infraestrutura que fazem falta ao país, desde que bem
administradas e livres nas licitações do flagelo da corrupção.
Mas nos tempos atuais há
uma condição necessária para que isso possa acontecer. Abandonar,
no marco da política, o jogo rasteiro que hoje os brasileiros
assistem perplexos, jogo esse mais próprio de um país do Terceiro
Mundo.
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