Ao aproximar-se o
desfecho eleitoral norte americano, Israel envia mensagem conclamando
o vencedor a manter a já tradicional
aliança que une ambos os Estados. Conta com o
apoio de Washington para reiniciar as negociações para a criação
do Estado Palestino, com a pre-condição de não haver
pré-condições. Em outras palavras, Ramallah não deve exigir a
interrupção, a priori, da construção de novos assentamentos
judaicos em suas terras. Ainda, Tel Aviv parece não classificar sua
exigência de reconhecimento de Israel como Estado Judeu como se pré-condição fosse, ainda que tal definição torne os habitantes
Israelenses de origem árabe em cidadãos de segunda classe,
portanto, dificilmente aceito pelo povo palestino. Sendo Hillary
Clinton a provável vencedora do pleito, e, ainda, ferrenha e leal
defensora do estado judeu, dificilmente ter-se-a paz no futuro
próximo, por falta de mediador equidistante.
Pari
passu com a mortandade e destruição da parte leste de Alepo, sob
domínio da Al Nousra (a famigerada Al Qaeda de outrora) pelos sírios
e aliados russos, tem-se, também, o morticínio dos civís na guerra
travada no Iêmen. A sublevação dos Houtis, de confissão xiita,
provocou a resposta saudita, empenhada em conter a influência
iraniana na Península Arábica. O método escolhido foi a aniquilação do inimigo pelo bombardeio constantes e indiscriminados executados
pela força aérea saudita. O combate pouco se dá no confronto de
exércitos, mas sim através do terror da destruição indiscriminada,
onde hospitais, escolas não escapam, onde civis representam a enorme maioria das vítimas. Cresce a reação internacional contra o que
parece tornar-ser um genocídio, causando aos Estados Unidos sério
constrangimento. Este aparece como fornecedor dos aviões, provedor
continuo das mais modernas bombas e disponibilizando seus aviões-tanque que
abastecem, em voo, os caça-bombardeiros de Riade.
A
vitória de Marcello Crivella nas eleições municipais provocou reações
sobretudo negativas tendo em vista ter conquistado o poder sem
alcançar a maioria eleitoral. Foi derrotado pela soma da
abstinência, dos votos nulos e em branco, e pelos votos concedidos a
seu adversário. Contudo, se tal sucesso abalou a confiança de
muitos, talvez uma outra interpretação seja válida. Parece
razoável supor-se que o estamento “evangélico” vislumbre neste
momento abrirem-se as portas para a conquista de crescente
influência nos destinos políticos de país. Vê-se balizado pelas
imposições conservadoras que decorre de sua visão ideológica.
Restaria, assim, ao PRB e seus agregados rejeitar o populismo de
esquerda, abrindo-lhe, porém, a larga avenida do populismo de
direita. Enquanto limitado às fronteiras municipais, tal guinada
poderá fortalecer, a curto prazo, a cidade do Rio de Janeiro. Resta,
contudo, a pergunta sobre os perigos que tal desdobramento possa
revelar se estendido ao âmbito nacional.
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