segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A torre russa e o rei americano

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A formula para encaminhar e resolver o conflito Sírio parece ter visto a luz. Apresentada por Vladimir Putin, ela envolve dois objetivos fundamentais, a destruição das forças terroristas e a substituição do governo Assad por governo eleito democraticamente. Mais detalhadamente buscar-se-ia:

  1. Priorizar a eliminação do Estado Islâmico, Al Qaeda e demais seguidores terroristas
  2. Coordenação militar entre forças armadas das nações contrarias ao terrorismo.
  3. Apoio temporário ao governo de Damasco, este se obrigando à transição política uma vez contida a ameaça.
  4. Reunião de Cúpula dentre as nações envolvidas no conflito, tanto Sunitas como Xiitas, Árabes e não Árabes (Turquia, Irã, Curdos) objetivando a estabilização da região.
  5. Incorporação das forças rebeldes anti-terroristas (Exercito da Síria Livre e outras unidades) no combate comum às forças extremistas
  6. Continuidade na atuação das forças armadas Russa (e seus aliados o Iraque e o Irã), Norte Americana e seus aliados Sunitas (Arábia Saudita, os estados do Golfo Pérsico, a Jordânia, o Egito e Turquia) contra o Estado Islâmico, Al Qaeda e demais terroristas.
Este plano, elaborado por Vladimir Putin se lastreia, por um lado, na robusta operação militar ora em curso na Síria, e por outro na imposição ao presidente Bashar al  Assad de solução que passe pela escolha eleitoral do próximo presidente.

Moscou compreende que o afastamento do presidente xiita antes da derrota das forças inimigas poderia ter sérias consequências:

a) Causaria o desmoronamento prematuro das forças armadas Sírias, compostas que são, na sua maioria, por tropa da mesma confissão religiosa.
b) Afastaria o apoio militar oferecido pelo Irã e pelas milicias Iraquianas e Libanesas.
c) Permitiria, pela retirada prematura do centro de poder, a criação de vácuo político-militar redundando, potencialmente, no fracionamento institucional.
d) Colocaria em risco a manutenção de suas base militar na costa mediterrânea.

Compreensivelmente, os Estados Unidos hesitam em abraçar integralmente este plano que, se por um lado parece adequado para o esmagamento do Estado Islâmico e demais facções terroristas, por outro contraria os objetivos de seus estados-clientes Sunitas que rejeitam qualquer fortalecimento do segmento Xiita na região. Ainda, Washington vê-se melindrado pela proposta de Moscou, que teria por resultado a re-instalação da influência Russa nos destinos do Oriente Médio.

Contudo, a proposta russa dificilmente pode ser ignorada. Putin, exímio mestre no xadrês internacional, confronta Obama com uma iniciativa inesperada que carrega credibilidade e factibilidade. Recusá-la in limine redundaria em perda de confiabilidade quanto às prioridades norte americanas para o esmagamento do Estado Islâmico. Ainda, resta um melhor avaliação da visão dos aliados europeus, face à nova configuração das peças no tabuleiro.



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