A formula para encaminhar e resolver o conflito Sírio parece ter visto a luz. Apresentada por Vladimir Putin, ela envolve dois objetivos fundamentais, a destruição das forças terroristas e a substituição do governo Assad por governo eleito democraticamente. Mais detalhadamente buscar-se-ia:
- Priorizar a eliminação do Estado Islâmico, Al Qaeda e demais seguidores terroristas
- Coordenação militar entre forças armadas das nações contrarias ao terrorismo.
- Apoio temporário ao governo de Damasco, este se obrigando à transição política uma vez contida a ameaça.
- Reunião de Cúpula dentre as nações envolvidas no conflito, tanto Sunitas como Xiitas, Árabes e não Árabes (Turquia, Irã, Curdos) objetivando a estabilização da região.
- Incorporação das forças rebeldes anti-terroristas (Exercito da Síria Livre e outras unidades) no combate comum às forças extremistas
- Continuidade na atuação das forças armadas Russa (e seus aliados o Iraque e o Irã), Norte Americana e seus aliados Sunitas (Arábia Saudita, os estados do Golfo Pérsico, a Jordânia, o Egito e Turquia) contra o Estado Islâmico, Al Qaeda e demais terroristas.
Este plano, elaborado
por Vladimir Putin se lastreia, por um lado, na robusta operação
militar ora em curso na Síria, e por outro na imposição ao
presidente Bashar al Assad de solução que passe pela escolha eleitoral do
próximo presidente.
Moscou compreende que o
afastamento do presidente xiita antes da derrota das forças inimigas
poderia ter sérias consequências:
a) Causaria o
desmoronamento prematuro das forças armadas Sírias, compostas que
são, na sua maioria, por tropa da mesma confissão religiosa.
b) Afastaria o apoio
militar oferecido pelo Irã e pelas milicias Iraquianas e Libanesas.
c) Permitiria, pela
retirada prematura do centro de poder, a criação de vácuo
político-militar redundando, potencialmente, no fracionamento
institucional.
d) Colocaria em risco a
manutenção de suas base militar na costa mediterrânea.
Compreensivelmente, os
Estados Unidos hesitam em abraçar integralmente este plano que, se
por um lado parece adequado para o esmagamento do Estado Islâmico e
demais facções terroristas, por outro contraria os objetivos de
seus estados-clientes Sunitas que rejeitam qualquer fortalecimento
do segmento Xiita na região. Ainda, Washington vê-se melindrado
pela proposta de Moscou, que teria por resultado a re-instalação da
influência Russa nos destinos do Oriente Médio.
Contudo, a proposta
russa dificilmente pode ser ignorada. Putin, exímio mestre no xadrês internacional, confronta Obama com uma iniciativa inesperada
que carrega credibilidade e factibilidade. Recusá-la in limine
redundaria em perda de confiabilidade quanto às prioridades
norte americanas para o esmagamento do Estado Islâmico. Ainda, resta
um melhor avaliação da visão dos aliados europeus, face à nova
configuração das peças no tabuleiro.
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