quinta-feira, 29 de outubro de 2015

As Américas alvoroçadas



Na Argentina, as eleições presidenciais parecem indicar a vitória de mais um Peronista. Vitima de obscuro raciocínio, como podem os eleitores dar à mais um sucessor do Grande General o continuo direito de levar o país à pobreza?

Na Venezuela as iminentes eleições prometem a vitória fraudulenta de Maduro. Esta impressão é reforçada pelo abandono dos fiscais do Tribunal Superior Eleitoral brasileiro, inicialmente designados para constatar a lisura do processo eleitoral naquele país. Como fica a aplicação da Clausula Democrática no tratado do Mercosul?

No Brasil, os desmandos petistas, sob o comando de Dilma Roussef, acentuam a probabilidade de impeachment da Presidenta. Enquanto isso as pedaladas assumem proporções assustadoras, o déficit aumenta, e o ajuste econômico não sai. Espera-se a “queda do outro sapato”, a degradação de sua nota de investimento.

Nos Estados Unidos os candidatos se auto-destroem nas Primarias, para depois se reconstruírem na hora das eleições. No campo Democrata, Hillary parece navegar de vento em popa apesar das meias mentiras que a acompanham. Supera de longe seu mais próximo adversário. Sua visão de diplomacia está mais próxima de George W. Bush do que de Barack Obama. Já com os Republicanos, a boa noticia é a queda do trêfego Donald Trump; a má é a ascensão do cubano-americano Marco Rubio, cujo conhecimento do mundo parece limitar-se à Florida. Credenciais talvez insuficientes (ou perigosas), caso se torne o Comandante em Chefe das forças armadas de seu país.

No Canada, em surpreendente resultado eleitoral, cai o governo direitista de Mr. Harper, e ascende o jovem Justin Trudeau, seguindo os passos à esquerda trilhados por seu famoso pai, Pierre. Em sua conversa com Barack Obama, após eleito, revelou sua intenção de abandonar a diplomacia da força, manifestando sua decisão de retirar seus aviões de combate do Oriente Médio.

Em Cuba, Raul Castro pouco a pouco vai abrindo as janelas da realidade, já sentindo a crescente intrusão de seu imenso vizinho. Visitar Havana, antes que acabe!



segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A torre russa e o rei americano

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A formula para encaminhar e resolver o conflito Sírio parece ter visto a luz. Apresentada por Vladimir Putin, ela envolve dois objetivos fundamentais, a destruição das forças terroristas e a substituição do governo Assad por governo eleito democraticamente. Mais detalhadamente buscar-se-ia:

  1. Priorizar a eliminação do Estado Islâmico, Al Qaeda e demais seguidores terroristas
  2. Coordenação militar entre forças armadas das nações contrarias ao terrorismo.
  3. Apoio temporário ao governo de Damasco, este se obrigando à transição política uma vez contida a ameaça.
  4. Reunião de Cúpula dentre as nações envolvidas no conflito, tanto Sunitas como Xiitas, Árabes e não Árabes (Turquia, Irã, Curdos) objetivando a estabilização da região.
  5. Incorporação das forças rebeldes anti-terroristas (Exercito da Síria Livre e outras unidades) no combate comum às forças extremistas
  6. Continuidade na atuação das forças armadas Russa (e seus aliados o Iraque e o Irã), Norte Americana e seus aliados Sunitas (Arábia Saudita, os estados do Golfo Pérsico, a Jordânia, o Egito e Turquia) contra o Estado Islâmico, Al Qaeda e demais terroristas.
Este plano, elaborado por Vladimir Putin se lastreia, por um lado, na robusta operação militar ora em curso na Síria, e por outro na imposição ao presidente Bashar al  Assad de solução que passe pela escolha eleitoral do próximo presidente.

Moscou compreende que o afastamento do presidente xiita antes da derrota das forças inimigas poderia ter sérias consequências:

a) Causaria o desmoronamento prematuro das forças armadas Sírias, compostas que são, na sua maioria, por tropa da mesma confissão religiosa.
b) Afastaria o apoio militar oferecido pelo Irã e pelas milicias Iraquianas e Libanesas.
c) Permitiria, pela retirada prematura do centro de poder, a criação de vácuo político-militar redundando, potencialmente, no fracionamento institucional.
d) Colocaria em risco a manutenção de suas base militar na costa mediterrânea.

Compreensivelmente, os Estados Unidos hesitam em abraçar integralmente este plano que, se por um lado parece adequado para o esmagamento do Estado Islâmico e demais facções terroristas, por outro contraria os objetivos de seus estados-clientes Sunitas que rejeitam qualquer fortalecimento do segmento Xiita na região. Ainda, Washington vê-se melindrado pela proposta de Moscou, que teria por resultado a re-instalação da influência Russa nos destinos do Oriente Médio.

Contudo, a proposta russa dificilmente pode ser ignorada. Putin, exímio mestre no xadrês internacional, confronta Obama com uma iniciativa inesperada que carrega credibilidade e factibilidade. Recusá-la in limine redundaria em perda de confiabilidade quanto às prioridades norte americanas para o esmagamento do Estado Islâmico. Ainda, resta um melhor avaliação da visão dos aliados europeus, face à nova configuração das peças no tabuleiro.



quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A vez dos jovens

Reuters

Adquirindo maior velocidade, a rebelião dos jovens Palestinos se alastra. Ocupada há mais de 40 anos por tropa estrangeira, seus jovens, desenganados pelas descumpridas promessas de liberdade repudiam o status quo e exigem sua independência.

O Tratado de Oslo de 1993, engendrado por Isaac Rabin (assassinado por um conterrâneo radical) e Yasser Arafat (vítima de causas desconhecidas apesar de vestígios de Polônio, altamente radioativo) visando a pacificação, não resistiu ao tempo. Portanto, foram atendidas as forças interessadas na total absorção das “terras bíblicas” por elas tidas como pertencentes à Israel. Não tardou esforço pacificador se esgarçar; em setembro de 2000, quando da propositada e provocadora invasão da esplanada do templo muçulmano de Al Aqsa pelo então recém empossado primeiro ministro, general Ariel Sharon e seu séquito, eclodiu a Segunda Intifada, ou Rebelião.

Prossegue, assim, a ocupação da Cisjordânia e o bloqueio de Gaza, território sobre o qual dever-se-ia instalar o estado Palestino de acordo com as Nações Unidas. Estrangulados pelos ubíquos postos de controle que restringem a circulação de bens e pessoas, ameaçados por constante intervenção armada nas suas cidades, e, ainda, espoliados pela continua invasão e apropriação de suas terras por levas de colonos Israelenses, cria-se um quadro insustentável para seus habitantes..

Não bastasse o sofrimento imposto pela ocupação militar, Israel persegue a politica de de-arabização de Jerusalém Leste mediante iníquas posturas municipais e ações coordenadas com as forças de segurança. Vale lembrar que a parte Leste da cidade de Jerusalém, onde se concentra a população árabe da cidade, foi designada pelas Nações Unidas como capital do novo Estado Palestino.

Assim colocado o problema, justificado pela simples observação dos fatos, difícil será retirar aos Palestinos o direito moral e político de luta contra uma ocupação inaceitável face aos princípios da civilização Ocidental. De fato, a Lei Internacional concede aos oprimidos o direito de rebelião armada.

Por resultado, tem-se o crescente reconhecimento internacional do Estado Palestino, o qual, se ainda despossuído de fronteiras físicas, as têm como conquista moral. Tem obtido das Nações Unidas o reconhecimento de sua direito de existir, ainda limitado pelos os vetos apostos pelos Estados Unidos em apoio incondicional do invasor. De seu lado, Israel enfrenta crescente opróbrio na comunidade Ocidental, esmaecendo-se a imagem outrora heroica que marcou seus primeiros passos como nação.



domingo, 18 de outubro de 2015

Sonho de uma noite de verão





Aproxima-se o momento quando os brasileiros terão que decidir o destino do pais para a próxima década. O possível impeachment da presidenta poderá transformar-se no grande divisor de águas da política sócio-econômica. Por consequência, ter-se-a ou a eclosão de turbulenta tempestade ou o rumo será o da normalização e retomada?


O PSDB sob comando incerto, ora do mineiro Aécio, ora dos paulitas Serra e Alckmin, ora sob a direção do carioca Fernando Henrique Cardoso, navega atabalhoadamente, votando contra o ajuste fiscal, assim contrariando sua tradicional plataforma econômica e abraçando o “quanto pior melhor”. Conspira, ainda, com o dúbio Eduardo Cunha, como melhor tática para defenestrar Dilma Rousseff.


A iniciativa dupla, parece ser de alto risco. Empurrar o Brasil para o desequilíbrio estrutural da sua economia levaria à perda do “investment grade”. Seria, assim, o início de uma viagem de fim incerto tendendo ao tenebroso. A atitude restritiva no mercado financeiro internacional empurraria a taxa de cambio a novos e elevados patamares, com imediato reflexo nas taxas de juros, face à fragilidade crescente do déficit em Transações Correntes. A partir deste cenário, fortíssimas serão as correntes internas contrárias à expansão da atividade empresarial, redundando na progressão inflacionária, na inadimplência de consumidor e produtor, no crescimento do desemprego. Difícil será prever que benefícios tirará o PSDB de águas tão turvas.


Ainda, a experiência sugere não ser provável bom negócio com sócio de patamar ético divergente. Os acordos celebrados entre o comando Tucano e o presidente da Câmara estarão assentados sobre terreno enlameado, instável, podendo levar à ruptura e decepção a qualquer momento.


Quanto ao impeachment, parece ser, também, uma aventura de alto risco. A destituição de Dilma imporá a convocação de novas eleições, por ser a vigência de seu segundo mandato inferior a dois anos. Neste caso, o PSDB demonstra confiança em seu prognóstico de vitória. Tal otimismo seria fundamentado sobre dois pontos principais; a baixíssima aprovação do governo atual com reflexos negativos sobre a imagem do Partido dos Trabalhadores e, ainda, na lembrança das eleições passadas, onde a Oposição chegou perto de derrotar a aliança governamental.


Não fosse o fator Lula, a avaliação acima pareceria digna de crédito. Contudo, a realidade política parece ser outra, uma vez que, face o enorme desafio, Luis Ignácio da Silva saberá, mais uma vez valer-se de sua laterciliedade (capacidade de mudar a aparência). Do administrador ortodoxo em questões ficais que caracterizou seu primeiro mandato, Lula deverá surgir como o redentor do povo esmagado, lançando mão dos argumentos e artifícios que levaram povos crédulos à ruína.


No seu recente discurso de abertura do 12° Congresso da CUT, a 9 de outubro, defende a quebra da responsabilidade monetária e fiscal, conclamando os bancos oficiais a abrirem suas portas, desprezando a inadimplência que hoje exaure o consumo e o financiamento familiar. Confrontado nos palanques pelas recessivas realidades geradas pelas políticas insustentáveis, Lula, à alta dos juros responderá por acusação aos bancos. À desvalorização do Real, acusará o imperialismo aliado à Wall Street. Ao desabastecimento, denunciará os empresários de serem maus brasileiros.


Difícil será avaliar quão eficaz, eleitoralmente, serão suas diatribes. O risco será enorme. Mesmo derrotado, não haverá rescaldo, pois as esperanças aguçadas e frustradas, ainda que infundadas, poderão tornar-se, por algum tempo, adubo de cruéis confrontos sociais.


Qual o melhor caminho? Deus dirá, pois não ha homem capaz de fazê-lo. Porém, para o Brasil, senão para este ou aquele partido, torna-se imperativa uma coalizão partidária de objetivo específico: apoiar toda medida de saneamento fiscal, seja desta ou daquela autoria. O sucesso do reequilíbrio fiscal traria a queda da inflação, a início da retomada do emprego, cujos benefícios políticos seriam, necessariamente, colhidos quando das novas eleições em 2018.

Quiça em acesso idealista, quem sabe se, sob o slogan “Primeiro o Brasil”, o PSDB devesse iniciar uma campanha parlamentar permanente, adotando diuturnamente o que, habitualmente, deixa para fazer quando da época eleitoral. Um denso planejamento de comunicação sócio-política, mobilizando todos os ativos do partido, projetaria junto ao eleitorado a atuação parlamentar retificadora e contrária ao populismo que fere a nação. A cada legislação corretiva aprovada com seu apoio ostensivo e propalado, o partido de oposição deixaria claro os danos do governo petista e a necessidade de corrigi-los.

Será um sonho de uma noite de verão?







quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Etapas do homem




Sem dúvida, são muitas as datas importantes que povoam a vida do homem. Certamente a mais importante é a data do nascimento (entre em cena a insubstituível mulher); sem ela nada existe. A partir deste ponto inúmeras efemérides (êta palavrinha feia) salpicam a vida do individuo (meninas, vocês estão incluídas).

Chegando aos vinte anos, é a glória para os adolescentes, doidos para serem homens crescidos, mal sabendo da enrascada que estão se metendo. Aos trinta vem a constatação que papai não está mais ajudando, e que, ou você se vira ou vai ficar falando sozinho na hora de pagar pra ver. Aos quarenta o mínimo admissível é uma boa posição profissional, com respeitável contribuição à Fazenda Nacional, a menos que tenha optado pela parte perdedora da operação Lava Jato.

Aos cinquenta, ou é o Grande Bacana ou pode esquecer de sustentar a mais perfeita maquina de consumo jamais inventada: a mulher. Ainda, arrastado pela inevitabilidade dos gastos crescentes, a ânsia de status (antigamente chamado de importância) cabe ao homem a potencialização geométrica, não dos pães, mas do seu cash flow (salário, para os menos afortunados). Belas moças,  carros variando entre bólidos e carruagens imperiais, moradias construídas e decoradas de forma a superar àquelas que invejam, helicópteros e outras manifestações explícitas englobam os prêmios esperados. É o ápice da auto-gratificação, a ser acentuado, ratificado e ampliado na chegada dos sessenta e, a seguir, os setenta. A não ser, é claro, que um súbito ataque de megalomania, que inclua excesso de cortesãs, de cavalos, de cartas e de hubris, levem tudo a perder.

Chega-se então à década terribilis. Até então, as doenças diversas, divórcios milionários, a gangorra dos mercados e a incúria dos governantes dão ao sobrevivente o frisson do inesperado, o desafio que aduba o sucesso dos vencedores. Mas o advento da octogésima década, esta sim impõe meditação. Pelo menos para aqueles que sabem fazer contas.

Deixando para traz os 72 anos tidos como expectativa de vida do brasileiro, aquele que nasceu em berço esplêndido ou soube construir o seu, adentra a década dos 80 já distanciado dos menos afortunados. Só aí está o nosso putativo protagonista com um ganho de oito anos de sobrevida. Nada mal. Porém, chega a hora dos anos que se seguem tornarem-se menos generosos, sendo a probabilidade que nesta década derradeira 90% dos sobreviventes encontrem o seu fim.

A partir desta constatação, somente o mais distraído dos homens não se dará conta que acaba de atravessar o Rubicão. Tendo por horizonte, não a conquista de impérios mas sim a abdicação definitiva. Esta cognição nada tem de adversa ou deprimente. Pelo contrário, seguindo um sábio dito medieval inglês, “a visão do patíbulo aguça a mente”*, recebe o homem esta singular dádiva, aquela de meditar sobre o que foi, como foi, e como remediar; como reconstruir o que por volição ou imperícia terá destruído na sua passagem. Recebe este bem aventurado, o pré-aviso à muitos negado, buscando, nestes  derradeiros passos, fazer, oferecer, agradecer e perdoar.


*The sight of the gallows sharpens the mind



sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Solidariedade ou rivalidade?


Su-25, Su-24m and Su-34 planes © Sergey Pivovarov, Igor Zarembo, Vladimir AstapkovichConforme sugerido nesta coluna, parece estar se iniciando uma coordenação entre os presidentes Obama e Putin com vistas ao enfrentamento com o Estado Islâmico. O interesse comum aos dois presidentes será a derrota de um “estado terrorista”, cuja expansão trará perigos reais e iminentes, tanto aos Estados Unidos quanto à Rússia.

Na luta contra o Estado Islâmico a contribuição norte-americana se atêm à intervenção aérea, seja por drones, seja por caças bombardeiros. Ainda, Washington coordena a aviação dos estados do Golfo da Arábia Saudita e da Jordânia. Não oferece soldados no terreno, a não ser o pequeno Exercito Livre da Síria. Até o momento a formula engendrada por Washington para derrotar as tropas de Al Baghdadi parece ser inócua.

Se por um lado os bombardeios continuados da coalizão montada por Obama causam baixas nas hostes djihadistas, estas parecem ser bem inferiores à crescente leva de novos seguidores recrutados tanto na Ásia muçulmana como no Ocidente.

Mas talvez o ponto mais fraco da estratégia dos Estados Unidos seja a falta de tropa no chão (boots on the ground). As perdas sofridas pelo exército norte americanos em suas aventuras Iraquianas e Afegãs retiraram-lhe o suporte político essencial para sua inclusão na atual formulação militar. A tentativa de buscar a vitória somente através das missões aéreas sem a tropa para lhe dar sequência parece sugerir o insucesso. Ainda, a mortandade de civís causada pelos aviões em busca de alvos torna-se mais um elemento recrutador de novos seguidores do Califado.

A única fonte de tropa disponível à Coalizão arquitetada por Washington provém dos estados Sunitas. Estes dificilmente lançarão seus exércitos contra o Estado Islâmico, também Sunita, assim favorecendo seu mais execrável inimigo, o regime Xiita de Bashar Al Assad.

Hoje, os estados Sunitas parecem ser cada vez mais liderados, não pelos Estados Unidos, mas sim pela Arábia Saudita. Estes dificilmente concordarão com a proposta russa. Voltar seus exércitos contra o Estado Islâmico, de confissão Sunita, em apoio a um estado laico comandado por um Xiita parece um paradoxo de difícil digestão. Ainda, ao lançar suas tropas contra Al Baghdadi, não seria desprezível a possibilidade de fratura na lealdade da soldadesca, com imprevisíveis consequências dentre fronteiras da Coalizão.

Face a inviabilidade da dúbia estratégia escolhida por Barack Obama, resultante da inviabilidade político-militar de seus elementos, Obama terá que optar, seja pela insistência na formulação atual, seja pela sua reformulação.

Esta lhe é oferecida pelo presidente russo. A proposta de Putin traz à mesa as tropas de Assad, os soldados e milicias Iraquianas, o Hizbollah libanês e forças do Quds Iraniano. Além propiciar as botas no terreno, Moscou coloca uma cinquentena de aviões baseados na cidade síria de Tartus, para apoio tático contra o Califado. Do ponto de vista militar, sua estratégia parece ser a única com probabilidade de sucesso na derrota do principal inimigo do Ocidente, o Estado Islâmico.

Obama já reconhece deixar a questão Assad para depois; no entanto, o acumulo de desconfiança histórica que pesa na relação entre os dois antigos inimigos, representa sério obstáculo. Contudo, a lógica parece recomendar, como prioridade, a destruição das forças de Al Baghdadi. Ou bem Obama aceita aliar-se a Putin nesta empreitada, ou o desacerto decorrente de duas potencias armadas num só teatro de guerra poderá ter conseqüências que irão muito além das fronteiras do Oriente Médio.