sábado, 11 de julho de 2015

O projeto híbrido


Resultado de imagem para fotos das bolsas de valores chinesas

Ao abandonar a rígida disciplina comunista, decorrente do planejamento ubíquo, onde tudo e todos têm o seu papel predeterminado, a China de hoje, busca em mecanismos capitalistas a chave para acelerar seu crescimento.   Os pessimistas, ou serão realistas ?, parecem prever uma  crise de identidade

Não obstante seu crescimento econômico ter atingido ritmo nunca dantes visto na história mundial, ou talvez por causa disto mesmo, a desvairada corrida rumo a um complexo objetivo híbrido, onde aspectos de comunismo e capitalismo se misturam, criou  distorções que poderiam ameaçar o modelo até hoje vencedor.

Vetores de desenvolvimento, tais como a acelerada expansão de sua  infraestrutura e da  construção civil, assim obedecem o receituário comunista.  Já dominada a etapa dos investimentos estruturais, da industrialização e das exportações,  Xi Jinping busca, agora, a expansão do consumo do povo chinês, levando o cidadão a reduzir sua poupança.

Agora, é hora do apelo à força do mercado de capitais, à alocação múltipla e livre  de recursos, onde o homem tem parte central, libertando-se, ainda que pontualmente, do determinismo de Estado. Esta etapa  prevê a alta dos títulos, geradores do efeito riqueza, que, por sua vez, multiplicará a emergência de consumidores..

Assim, surge uma Bolsa onde 90 milhões de chineses negociam diariamente 160 bilhões de dólares. Nestes dias, a Bolsa de Shangai ultrapassa, em volume transacionado, a Stock Exchange de Nova York, o berço do capitalismo Ocidental.

E será neste momento que surge o veneno dos ciclos dos mercados livres, aquele que o planejamento Marxista  pretendia eliminar. Por falta de expertise, açodamento, ganância, wishful thinking e outros pecados que levam ao excesso, o governo de Beijing vem sendo confrontado por intensa volatilidade no mercado acionário, ameaçando suas expectativas.  

Observa-se que,  para conter a extraordinária queda que a semana passada abalou os acionistas chineses, os Omniscientes  Planejadores, buscam na abertura das torneiras do crédito fácil reativar a demanda por ações enquanto contem a oferta, impedindo, por exemplo,  a venda de ações a descoberto ou o desinvestimento dos grandes  acionistas. Até onde estas iniciativas serão convergentes com os fatores realistas de precificação?


A conjunção forçada de métodos marxistas com iniciativas capitalistas trazem no seu bojo o vírus da contradição. O artificialismo injetado naquilo que pretende ser livre, torna difícil prever, ao longo do tempo, o êxito do projeto.

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