terça-feira, 14 de julho de 2015

Merkel e a União Européia

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Angela Merkel

Três países são povoados pela raça germânica: a Alemanha, a Áustria e, talvez surpreendente para alguns,  a Inglaterra. As observações que se seguem se atêm à primeira nação, deixando para outra oportunidade comentários sobre as demais. Ainda, os comentários a seguir tratam de política externa. Não menospreza  o texto as inestimáveis contribuições do povo alemão nos campos da filosofia,  da ciência, das artes, da literatura,  elementos de aperfeiçoamento da civilização Ocidental.

Os alemães, liderados pelos Prussianos, de credo Protestante, constituem uma raça disciplinada, auto afirmativa, decidida, eficiente, e tendente à  inflexibilidade..  Para eles o individuo está subordinado à grandeza da nação (Deutchland über alles...). Estas qualidades, excepcionais quando se trata de pessoas, não se traduzem bem na linguagem diplomática.  Tanto acreditam em sua superioridade que somente com dificuldade conseguem ceder à opinião alheia. Quando tratando com outros povos, tendem ao exercício da lógica fria e precisa, relegando à nível inferior os arroubos subjetivos das raças menos aquinhoadas.
A Alemanha de Frau Angela Merkel exerce, no momento, primazia sobre a União Européia.  Apesar de observações históricas, quando Berlim engendrou noções de preponderância e superioridade sob o comando de  Otto von Bismark e sucessores, resultando em comoção e destruição, talvez o devido peso, excluindo-se o aspecto militar,  não esteja sendo atribuído aos perigos que decorrem da atual e solitária liderança Teutônica sobre a União Européia.

A indiscutível eficácia da economia germânica, é responsável pela única nação  da UE a manter o nariz acima do nível da enxurrada provocada pela a Grande Recessão norte americana. Cercada que se encontra por países submersos e semi-submersos, é natural a percepção de auto-superioridade por parte de seus dirigentes. Esta crescente diferença torna progressivamente mais difícil a eficácia do diálogo entre líder e liderados. Projetando suas qualidades de ordem, disciplina, e auto sacrifício tão exigido, inclusive, pela derrota e devastação  em  duas grandes  guerras, talvez Berlim considere, erroneamente, natural e factível a adoção de suas características pelos demais povos do Continente.

Á médio prazo, esta política não parece ter sustentação, visto que, em vez de suscitar admiração, observa-se crescente animosidade para com o governo Alemão. As populações dos  países do Sul Europeu, entre os quais inclui-se a França,   parecem ressentir-se , progressivamente, contra os diktats de Berlim. Por consequência torna-se provável que as eleições do Parlamento Europeu.  se não as nacionais, reflitam crescente repúdio à ordem unida fiscal, e sua irmã gêmea, a crescente disparidade de riqueza dentre os povos.

O surgimento e o fortalecimento de partidos opostos à União Europeia, direitistas na ideologia mas populistas na economia, tais como o Front National, revelam, também, rejeição às forças ultra conservadoras além Reno. Vislumbra-se  a incipiente dinâmica da  desagregação.

Vale a atenção do leitor para o trecho final do Editorial do New York Times, publicado após a conclusão e apresentação da Coluna acima:

...Chancellor Angela Merkel of Germany, the one who should be most dedicated to European unity, declared after the deal was sealed that its “advantages far outweigh the disadvantages.”
The one advantage of the agreement reached early Monday is that it buys some time. But unless that time is used to discuss how to really reduce the Greek debt and restore its moribund economy to life, it will not be long before eurozone leaders are locked in another agonizing debate about what to do. Germany and its allies have driven a hard bargain, but in forcing Greece to submit they have not resolved the crisis of the monetary union or advanced the European project.




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