Vã foi a esperança que o insidioso tumor não se alastrasse. Juntam-se,
em funesta soma, as dezenas de dúbios incidentes que vêm, ao longo da aliança
PT-PMDB, conspurcar a administração das empresas estatais. Os personagens deste
drama onde o Brasil se vê diminuído, perante o público interno e externo, são
empreiteiras, quadros políticos e administradores públicos, gerando incontida
infecção no organismo cívico. Constata-se, assim, a metástase.
O campo de manobra preferido pelos corruptos foi, compreensivelmente,
a mais rica das empresas nacionais, a Petrobrás. Tomada de assalto por agentes
políticos e, com a cumplicidade de
elementos empresariais, em busca de
enriquecimento pessoal e eleitoral, desvirtuou-se a primazia dos objetivos
empresariais, onde o bem da empresa e de seus acionistas têm precedência. Pelo
contrário, os negócios gerados o foram de forma a facilitar os objetivos
inconfessáveis.
Assim, a empresa símbolo do país, não consegue, sequer,
publicar seu balanço, alegando uma impossibilidade facciosa. Alega estar a
direção da empresa manietada pelas investigações
ora em curso. Ora, haja ou não corrupção, a contabilidade segue seu curso, e a
publicação de resultados, do balanço, e das demais informações em nada sofrem
impedimento para sua pronta publicação. Na verdade é a recusa da auditoria da
PriceWaterhouseCoopers de validar dados contábeis destituídos de confiabilidade
que impede a divulgação determinada por lei.
A este quadro de calamidade moral e financeira soma-se o
desmoronamento da confiabilidade do atual governo, onde membros do executivo e
parlamentares formam uma societas sceleris. O abandono proposto
pelo governo da imposição legal do superávit
fiscal aliar-se-á ao sombrio quadro acima descrito, para ferir a credibilidade do
país.
Não será apenas a Petrobras a merecer redução na sua
gradação de risco nos mercados externos, mas correrá, também o Brasil, o risco
de perder a condição de investment grade conquistada a duras penas.
Os efeitos
negativos decorrentes são consideráveis pois ao reduzir a gradação de risco,
aumentará a taxa de juro imposta às captações brasileiras, tanto no setor
privado quanto ao nível soberano. O
efeito negativo sobre a taxa de cambio, que já se manifesta, deverá ter por
resultado não apenas a alta da inflação graças aos custos dos importados, mas,
também, o aumento relevante do custo de endividamento empresarial.
Porém há o lado positivo.
O trabalho excepcional da Polícia Federal, apoiado pelas instâncias
judiciais, poderá dar início à derrubada da impunidade. Desta aliança virtuosa chegar-se-á à cura. A ver...
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