sábado, 22 de novembro de 2014

Conflito interno?

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Alguns observadores argutos debitam a atual indecisão do Planalto para indicar o novo ministro da Fazenda à uma guerra intestina entre Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. A visão da Presidenta foi bem explicitada pelo seu ministro Mercadante, cuja habilidade na exposição teve o raro dom de ofuscar em debate a excelente jornalista Miriam Leitão. Ignorando os ensinamentos passados, persiste a política econômica atual na defesa de medidas artificiais de capacidade insuficiente para reverter a dura realidade de uma economia de déficit crescente.

Já o ex presidente parece defender a ortodoxia na Fazenda, tendo por base o notável sucesso  alcançado nesta área pelo seu governo. Afinal, difícil é ignorar a conquista do “investment grade” no mercado financeiro internacional, a pagamento integral da dívida brasileira junto ao FMI, a manutenção de superávit primário ao longo de seu governo, a contenção da inflação dentro das metas, etc... Numa realista avaliação dos resultados eleitorais, Lula compreende que a desorganização econômica do país redundará na sua reformulação política e o conseqüênte  esvaziamento do PT. Adeus ao domínio político tão sonhado.

Observa-se, assim, o surdo confronto que agita os bastidores entre Dilma e seu criador. Senão, como explicar-se-ia a hesitação ora observada, num momento em que as expectativas do mercado, dos empresários e dos próprios políticos atinge nível febril? A falta de uma indicação para a pasta da Fazenda prejudica, não tão somente as expectativas internas, mas, também, a avaliação que o mercado financeiro internacional possa fazer sobre o Brasil. Tomará o país o rumo da ortodoxia,que lhe garantirá a manutenção do “investment grade”, do fluxo de investimentos para a combalida Petrobrás, e, ainda, para a ampliação e modernização de nossa infra-estrutura? E quanto sofrerá o acesso das empresas privadas ao mercados extra-fronteiras? 

Muito parece pendente na escolha de um nome; bom ao mau. Já se observa como tal seleção produz efeitos imediatos. Dependendo do nome aventado, a Bolsa de Valores oscila vários percentuais  em poucos dias. A taxa de juro externa vem sofrendo crescente pressão, tornando os empréstimos públicos e privados cada vez mais onerosos. O Real ou se desvaloriza ou se recupera conforme os boatos que circulam. Enfim, um quadro volátil cujo principal resultado é a paralisia nas decisões empresariais, e a asfixia na captação de recursos  internacionais.


Se neste “cabo de guerra”, prevalecer  a exigência que parece emanar do ex presidente, a de colocar-se em ordem as finanças do país, ter-se-á algo que mereça uma esperança. Caso Dilma Rousseff prevaleça, com sua concepção infanto-econômica, sua aplicação levará o Brasil  ao retorno da inflação acelerada, ao aumento das taxas de juros internas, e à penúria paralisante dos cortes dos investimentos , locais e externos. Prejudicará, cruel ironia, as classes sociais dos pobres e excluídos, sem defesa para enfrentar  a tempestade.

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