terça-feira, 21 de outubro de 2014

A encruzilhada




As eleições que se aproximam significa chegar o país a uma de duas escolhas quanto ao seu futuro. Não se trata de, apenas, uma opção por este ou aquele político, mas sim de decidir que caminho tomará a nação nas próximas dédacas. A escolha deste ou daquele nome pouco importa; de crucial relevância será a escolha de uma de duas concepções distintas de governo. Cada qual descortina diferente futuro para o país.


O PT já disse a que veio na década em que vem governando. Teve o mérito de promover a inclusão dos mais pobres e uma sociedade mais justa, porém não demonstrou capacidade de ir além das medidas distributivas sem, contudo, prover o arcabouço estrutural que dê impulso e sustentação à prosperidade familiar e nacional.


Ao inicio prudente, obedecendo a ortodoxia econômica que grangeou a admiração internacional, e os investimentos que dela resultaram, seguiu-se, lenta e inexoravelmente o abandono dos conceitos essenciais à confiabilidade na administração pública, atingindo seu ápice sob o comando atual. A incapacidade de conter a inflação, de realizar as obras de infraestrutura, como estradas, refinarias, portos nos prazos e preços estipulados em concorrência pública, a conivente miopia administrativa redundando em corrupção crescente a valores crescentes, a escalada da dívida Pública, colocando em risco a positiva avaliação do imprescindível mercado financeiro internacional, e os artificialismos desnorteantes que redundam em perda de confiança interna e externa, estes e outros fatores colocam hoje o país em risco, social, político e econômico.


Estas inadequações não decorrem, somente, de más escolhas, mas sim, e sobretudo, da crença errônea que o Estado pode tudo, que está acima dos valores que regem a sociedade democrática. Buscando levar o colossal Brasil a seguir o exemplo de pequenas nações, cujas características em nada nos une, resolve o PT encontrar nos experimentos de extremados socialistas e comunistas respostas para os desafios brasileiros. Descartam a importância da perda de liberdade e o desregramento econômico que resultaram nestes modelos, pois, na realidade, busca PT o poder absoluto através do Estado Absoluto, gradualmente vestindo as instituições republicanas com a fantasia que lhe convem.


Nomes não são citados, porque, no PT os há, bons e ruins. Não parece haver dúvida quanto a sinceridade de propósitos da atual Presidenta, que tolhida pela imposição ideológica, sitiada pela necessidade de manter e exercer o poder, encontrou respaldo numa equipe política, que técnica deveria ser. Por resultado, não soube colocar o Brasil no bom caminho. Contudo, se perder as eleições, Dilma Rousseff perderá o poder, mas não sua honorabilidade.


Já, do lado oposicionista, coloca-se um PSDB com um histórico de bem fazer ao país. Sem descurar dos reclamos sociais, eliminando o processo endêmico inflacionário e dando partida ao projeto Bolsa Família, soube o partido executar reformas econômicas tais como a disciplina das contas públicas, a privatização da telefonia, de estradas, de empresas estatais outrora deficitárias. No afã de privatizar, alguns erros foram cometidos, chegando a arranhar a armadura moral imprescindível a qualquer governo. Porém, na avaliação de sua contribuição para o desenvolvimento  do país, difícil seria negar-lhe o reconhecimento.


Caso saia vitorioso, o desafio é imenso. Caberá ao Estado tarefas que somente ele saberá liderar, tais como a integração das populações desprovidas espalhadas pelo imenso “interior”. Escolas, hospitais, saneamento, comunicação, estradas , portos, transporte deverão empolgar as prioridades do governo, para que seja projetado o país na direção do desenvolvimento. Não tão somente como aferido pelo PIB, mas, ainda mais importante, pelos índices de desenvolvimento humano e distribuição de renda. Terá o vitorioso de resguardar-se da falácia do Estado Anão, defendido por alguns setores da extrema Direita, mas inaplicável à uma país ainda muito pobre, e de extensão continental.



Parafraseando Mao Tse Tung, caberá a Aécio Neves, se vitorioso, promover o “Grande Salto para a frente”, usando, não as inoperantes ferramentas do Comunismo, mas sim as do Capitalismo socialmente responsável.

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