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O protesto a frente da casa do Sr. Sérgio Cabal vem reunindo centenas de pessoas ao longo
das semanas. Constata-se assim que a mobilização política afasta-se, cada vez
mais, dos Partidos, e encontra sua motivação na repulsa dos hábitos duvidosos
dos governantes.
O desencontro,
cada vez mais visível entre o discurso e a prática, vem desmontando o edifício
democrático, pois o voto anteriormente concedido hoje é repudiado na rua. As
ações que se seguem à posse do cargo de dirigente violentam o promessa
eleitoral. As manifestações de pouco caso, e até de desprezo pelo eleitor,
evidenciadas pelas festas Parisienses, pelos lenços na cabeça, pela proximidade
com empreiteiras corruptas, pelos helicópteros milionários, pelas
incestuosas relações com o transporte público
terminam por minar a confiança no instrumento primordial para o exercício
democrático, ou seja, o voto.
A classe
política, com honrosas exceções, não parece dar-se conta do perigo que corre. A
desmoralização das instituições democráticas abre as portas para um novo
Messias, ofertando a salvação e a regeneração do caminho a ser trilhado pela
Nação. Tal mensagem poderá ter efeito hipnótico, sobretudo na juventude, menos
experimentada no campo das desilusões, mais crente e confiante em formulas
redentoras que restabeleçam o Brasil em novo rumo, rumo que talvez prescinda da
Democracia.
Fica, assim,
para os mais velhos (mas não tão velhos assim), sofridos e desapontados pelas
mensagens milagrosas do passado, porém igualmente indignados com a corrupção
política e financeira, lembrarem aos nossos jovens dos perigos da impraticabilidade utópica, da solução enganosa que leva à dês-estruturação política
e econômica do país.
Faça-se já a
reforma política para recuperar-se o
respeito ao voto, aos Partidos, aos políticos. Que a ficha-limpa seja de
aplicação universal, que os partidos não sirvam de balcão de negócios, que a
imunidade e a impunidade sejam contidas,
que o financiamento de campanha seja público e modesto, que o senador suplente
seja eleito, que o código processual seja revisto assim reduzindo os
infindáveis recursos. Estas medidas, e muitas outras devem ser impostas ao
Congresso pela determinação da opinião pública que se manifestem nas ruas, nas
praças e nas redes Sociais.
Um balizamento
ético e moral se impõe ao Governo, para resguardarmos a Democracia, e
defendê-la, não apenas dos maus políticos e das frágeis regras que conspurcam
as Instituições, mas também daqueles
incontroláveis movimentos de massa cuja liderança ingênua ou maliciosa poderá
colocar a Nação em perigo.
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