segunda-feira, 29 de julho de 2013

Os efeitos de Snowden



Para nossos leitores, vale acompanhar o relato do New York Times de hoje,  sobre a surpreendente votação na Câmara de Deputados norte-americana. Constata-se, portanto, que o alerta do "whistle blower" foi oportuno e justificado,  esvaziando, assim,  o cruel epíteto de "traidor da  pátria" a ele atribuído . Segue o trecho pertinente:

The rapidly shifting politics were reflected clearly in the House on Wednesday, when a plan to defund the National Security Agency’s telephone data collection program fell just seven votes short of passage. Now, after initially signaling that they were comfortable with the scope of the N.S.A.’s collection of Americans’ phone and Internet activities, but not their content, revealed last month by Edward J. Snowden, lawmakers are showing an increasing willingness to use legislation to curb those actions.

O artigo prossegue comentando a crescente conscientização política contra os excessos da espionagem sobre os seus cidadãos.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Golpe e Democracia


As semanas que decorreram do golpe que derrubou o presidente Mursi não trouxeram a tranqüilidade para o Egito. Também não contribui para a tão necessária estabilidade do conflagrado Oriente Médio. A derrubada de um presidente democraticamente eleito e, ainda, pouco antes de eleições parlamentares que reforçariam ou abrandariam a força do primeiro mandatário, renova as tensões que há tanto mortifica o Oriente Médio.

Sem dúvida, o presidente Mursi pecou por promulgar decretos que intranqüilizaram as minorias, ainda que dentro dos limites da nova Constituição, aprovada por referendum popular. Aguçou discordâncias e intranqüilizou segmentos da população, ainda que dentro dos limites legais. Não foi hábil, porém presidia legalmente o país.

Sua derrubada, contudo, era previsível. Ao levar a Irmandade Muçulmana ao poder provocou a ira de Israel e a disfarçada oposição de seu aliado incondicional, os Estados Unidos. As monarquias da região juntaram-se aos opositores, financiando os partidos oposicionistas, tendo por única exceção o Emirado do Qatar.

O exército Egípcio, um misto de Força Armada e Conglomerado econômico,  tornou-se, a seguir, o instrumento para a deposição, para o golpe militar. Dependendo do fluxo bilionário provindo de Washington para sua existência hermafrodita, ampliando arsenais e capitais, cedeu, sem grande constrangimento, à necessária  traição do General Sissi. Assim, poder e riquezas foram assegurados, mantendo os  enormes benefícios para a casta uniformizada que domina o país.

O que importa agora é o desdobramento desta aventura. A Irmandade Muçulmana, conquistando após o golpe o apoio dos demais partidos de viés Islâmico, representam o maior grupo político do país, chegando perto da maioria. A repulsa cívica manifestada poderá degenerar em conflito armado e eventual guerra civil, ou, bem inversamente, mergulhar aquela nação nas trevas de prolongada ditadura.

O rompimento do processo democrático trouxe  a seus instigadores  a perda da liderança moral, levando os Estados Unidos. a posição comprometedora. Quem não se lembra do discurso de Barack Obama no Cairo, onde defende a instauração da democracia no Oriente Médio, nas barbas do ditador Mubarack? Hoje,  constata-se não passar de farsa, costurada com os interesses imediatos, sem curar pelas conseqüências que hão de vir.

A peça teatral que ora se processa em Washington e na Casa Branca seria motivo de  risadas, não fosse o assunto tão sério. A recusa de definir o golpe como golpe, seguida de explicação que não é um não-golpe, desafia a credibilidade dos mais crédulos, e desmoraliza os autores de tais (não)explicações.

Já, Israel, mergulhado em prudente silêncio, regozija-se com a dêmise da Irmandade, irmão maior do Hamas, seu incômodo vizinho. Feliz estará com o retorno do exercito Egípcio ao comando daqueles soldados mais interessados em enriquecer e subjugar.  É mais um cheque em branco que recebe a jovem nação para manter o domínio, em continua expansão, sobre aqueles seculares vizinhos que lhe tolhem os passos.

Quanto às outras monarquias da região, podem elas suspirar aliviadas, tranqüilas no exercício de seus discretos regimes de força, enquanto recebem do rico amigo o caudal inesgotável que fortalece seus soldados, seus policiais e seu poder absoluto.

Para o observador  experimentado, tudo que vai acima é perfeitamente normal, pois segue os princípios que regem as nações: o seus interesses. Estes por vezes mais aparentes do que reais, mais imediatos do que permanentes.  Contudo, a débito das demais nações não comprometidas, como o Brasil,  vê-se na crescente hostilidade entre o Ocidente e o Islã promessa gratuita de  futuro intranqüilo.  O circulo vicioso já criado caminha para a  irreversibilidade. A cada ação corresponde uma reação, a cada violência outra é cometida.

A democracia parecia ser o antídoto, mais não o é. Não quando quem ganha não agrada. 




terça-feira, 23 de julho de 2013

A renovação


O Papa Francisco foi buscar nos idos do Século XIII, em São Francisco de Assis,  a inspiração para a renovação da Igreja Católica.  Entende que a crescente  perda de fiéis na América Latina, região onde  vive a maioria dos Católicos, deve ser revertida.

A abnegação, a humildade, a proximidade são as novas luzes da fé renovada. Compreende que na era da comunicação, da imagem universalizada, não mais aceita a exibição da riqueza, do fausto, aos olhos dos   pobres que compõem o imenso rebanho  de Jesus Cristo. Entende que a Salvação Eterna deva ser reforçada pelos benefícios presentes, por atuação próxima,  onde seus seguidores poderão entender que a Igreja Solidária sofre com seu sofrimento, e busca remediá-lo através de obras concretas.

Seu vocabulário é simples, sem afetação, deixando de lado as palavras incompreensíveis ao povo, dando simplicidade e claridade à mensagem de Cristo. Repudia a distância aristocrática por entender que é a mão na fronte do fiel que traz consolo e esperança.

Bem vindo, Papa Francisco.

quinta-feira, 18 de julho de 2013


rjnoticias.com

O protesto a frente da casa do Sr. Sérgio Cabal vem reunindo centenas de pessoas ao longo das semanas. Constata-se assim que a mobilização política afasta-se, cada vez mais, dos Partidos, e encontra sua motivação na repulsa dos hábitos duvidosos dos governantes.

O desencontro, cada vez mais visível entre o discurso e a prática, vem desmontando o edifício democrático, pois o voto anteriormente concedido hoje é repudiado na rua. As ações que se seguem à posse do cargo de dirigente violentam o promessa eleitoral. As manifestações de pouco caso, e até de desprezo pelo eleitor, evidenciadas pelas festas Parisienses, pelos lenços na cabeça, pela proximidade com empreiteiras corruptas, pelos helicópteros milionários, pelas incestuosas   relações com o transporte público terminam por minar a confiança no instrumento primordial para o exercício democrático, ou seja, o voto.

A classe política, com honrosas exceções, não parece dar-se conta do perigo que corre. A desmoralização das instituições democráticas abre as portas para um novo Messias, ofertando a salvação e a regeneração do caminho a ser trilhado pela Nação. Tal mensagem poderá ter efeito hipnótico, sobretudo na juventude, menos experimentada no campo das desilusões, mais crente e confiante em formulas redentoras que restabeleçam o Brasil em novo rumo, rumo que talvez prescinda da Democracia.

Fica, assim, para os mais velhos (mas não tão velhos assim), sofridos e desapontados pelas mensagens milagrosas do passado, porém igualmente indignados com a corrupção política e financeira, lembrarem aos nossos jovens dos perigos da impraticabilidade utópica, da solução enganosa que leva à dês-estruturação política e econômica do país.

Faça-se já a reforma política para recuperar-se  o respeito ao voto, aos Partidos, aos políticos. Que a ficha-limpa seja de aplicação universal, que os partidos não sirvam de balcão de negócios, que a imunidade e a impunidade  sejam contidas, que o financiamento de campanha seja público e modesto, que o senador suplente seja eleito, que o código processual seja revisto assim reduzindo os infindáveis recursos. Estas medidas, e muitas outras devem ser impostas ao Congresso pela determinação da opinião pública que se manifestem nas ruas, nas praças e nas redes Sociais.

Um balizamento ético e moral se impõe ao Governo, para resguardarmos a Democracia, e defendê-la, não apenas dos maus políticos e das frágeis regras que conspurcam as Instituições, mas também  daqueles incontroláveis movimentos de massa cuja liderança ingênua ou maliciosa poderá colocar a Nação em perigo.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Momentos estranhos

Desafiando aqueles que, há trinta anos, afirmariam:  “Não, isto não pode acontecer”,  hoje deparam-se com a mais abrangente vigilância, interna e externa, que o mundo já presenciou. Na trilha do “caso Snowden”, novas revelações aguçam a intranqüilidade que assalta o espírito, levando a conjeturas  sobre a relação entre o Estado e o Cidadão.

No que tange o individuo, vale perguntar se alguém que, por justa indignação,  revela segredos de Estado, sem que o faça para beneficio próprio ou, ainda,  deste ou daquele contratante, é espião ou um rebelde político (whistle blower). Sua prisão será justificável  por razões criminais  ou melhor se enquadraria  na definição de Prisão Política? 

Os segredos revelados escancaram procedimento que seguramente viola o direito dos cidadãos, dentro e fora de fronteiras. Se a escuta e a perseguição eletrônica de criminosos ou elementos enquadráveis no que se chamaria “probabilidade de crime” (probable cause) mereça justificativa, parece ser difícil argumentar que qualquer vocábulo “suspeito”, pronunciado em conversa telefônica ou  na internet dê ao Estado o direito de introduzir-se na vida íntima do cidadão inocente, seja ele Norte Americano, seja ele Brasileiro.  Ora, todas as palavras-chave surgem nas conversas mais inocentes, desde a “bomba” de chocolate, o “extermínio” dos mosquitos no jardim,  às referências ao “terror” de filme de Drácula.  Em suma, a intrusão “a priori”  fere frontalmente o direito do cidadão inocente à privacidade. 

Quanto aos efeitos sobre as nações, são eles os mais inquietantes. O New York Times, jornal renomado, acima de suspeita, revela a escuta ubíqua a que se submete a sociedade. Esta invasão, sob a supervisão de tribunal secreto, ainda segundo o diário mencionado, não mais se restringe ao combate ao terrorismo, mas já avança para o combate ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro.  Da-se, assim,  o que é de mais natural no comportamento dos homens ou de grupos; a permanente procura pelo expansão de seu poder. Novos crimes são incorporados, novas  palavras-chave são criadas e a rede de escuta se amplia, cercando o cidadão com as escuras paredes desta  moderna Inquisição

Quanto tempo levará para que se amplie a lista negra ? Até que ponto, aqueles que criticam o crescente cerceamento individual, poderão eles  ver-se envolvidos em represália? Quando chegará a vez do “crime político”, da opinião discordante? Quanto mais ampla a cobertura dos serviços de Inteligência  maior a multiplicação das “palavras-chave” captados na internet e ao telefone,  terminando por abranger o léxico universal. Não existe dúvida quanto à capacidade de disseminação da cultura Americana, como também é fácil prever-se que, lastreada na expansão incontida da tecnologia, chegará a vez dos outros países incorporarem, como válida e justificável,  a invasão do pensamento  individual. Daí ao Estado Totalitário é um pequeno passo.


Em nome da Segurança perde-se a Liberdade. Double  speak, já  dizia Orwell.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Hoje em W...

-  Sr Presidente. Desculpe incomodá-lo, mas o assunto é de extrema gravidade.
-  Mas logo agora que estou embarcando para a Flórida? E meu jogo de golfe? - retruca Presidente O.
-  Os sinais eletrônico captados do Brasil indicam iminente e real perigo. É assunto para ser tratado no Situation Room. É minha recomendação, em nome da @#$@# (sigla real omitida por razões de segurança).
-  Mas logo o Brazil, aquele país cordial, do carnaval, do samba, da roubalheira?
-  Tudo não passa de cortina de fumaça. Estão tramando ações que coloca nossa democracia, nossa A... Way of Life em jogo, afirma John Snow, chefe da @#$@#.

Horas depois, o Presidente O., visivelmente irritado com a perda de seu lazer, desce aos subterrâneos da Casa de Cor Incerta onde se encontra a sala de controle de todas as ações militares e de inteligência do país. Lá se decide o destino das nações que se atrevem confrontar o seu poderio.

Em volta da mesa, generais uniformizados e sisudos, incapazes de qualquer sorriso que possa denotar fraqueza.  Suas carrancas transmitem poder ilimitado,  pronto a ser utilizado ao menor sinal, mesmo descuidado,  do Presidente. Dentre os civis, um pequeno  grupo se destaca por envergar um superior  meio sorriso e olhar oblíquo, essencialmente arrogante, encontradiço naqueles que detêm o monopólio do conhecimento ilimitado,  não disponível aos demais a não ser à conta gotas. É o pessoal dos Serviços de Inteligência. Os demais membros presentes incluem o Presidente, seus ministros e o Vice Presidente, mergulhados em permanente névoa sobre a história, a geografia e a cultura dos países alvo de atenção.  Todos, neste terceiro grupo, são habitual e habilmente  manipulados pelos dois grupos inicialmente citados.

Diversas telas gigantes exibem onde no planeta surge o perigo. Nesta ocasião, o Brasil merece o privilégio. O mapa imenso do país, desdobrado nas outras telas, apresentam  informações diversas e fotografias variadas pertinentes ao problema sob análise.

Robert Koprich, responsável pela área Brazil da @#$@#, tentando esconder o suor que lhe traz o nervosismo, pede:
-  O primeiro slide, Tom! ...este não, stupid. - Num abrir e fechar d’olhos vislumbra-se formas glúteas numa praia ensolarada -   É o lote 3985604, Tom.
So sorry! Robert. Aqui vai..., diz uma voz trêmula

Finda a sucessão de fotografias, John Snow toma a palavra:

-  Temos informação segura que todas estas passeatas estão sendo promovidas por inimigos do nosso país. E vou alem; o  uso de cocktails Molotov, de tecnologia especial,  nada mais é do que treinamento “em condições reais” para utilização posterior pelo  “Passe Livre”,  organização sabidamente terrorista. O incêndio  dos ônibus, que aqui observamos,  se faz com técnica surpreendentemente sofisticada, que terá sucesso quando  utilizada contra nossos blindados.

Dando suporte aos elementos de combate, identificamos, sem sombra de dúvida, existir um comando em mãos árabes, cujos nomes xxxx Temer e xxxx Maluf são consistentemente referidos. Estes elementos, sorrateiramente se apossam do Brazilian estamento político, tendo por objetivo a mobilização de seu povo.

O movimento é sorrateiramente financiado pelo que os ingênuos, tanto cá como lá, denominam corrupção; nada menos verdadeiro, nada mais perigoso. Trata-se de técnica inédita de arrecadação de fundos para a execução dos planos solertes, visando múltiplos ataques. Uma mera avaliação da gigantesca quantidade de fundos assim apartados comprova que nem mesmo a cupidez dos homens seria capaz de tanto afinco, não fosse o objetivo ideólogo-terrorista.  Sr Presidente, é chegado o momento para a execução de ação retaliatória.

-  Um momento, exclama o Presidente O., sempre avesso à violência. Quais as fontes, meu caro John, destas informações tão graves? Lembre-se de nossa aventura Iraquiana; não estaremos indo depressa demais?
-  Sr. Presidente, estamos tranquilos que a quantidade fenomenal de escutas, interceptações e intrusões nos meios Brazilian não deixam margem à dúvida. Os bilhões de dol... gastos asseguram a fidelidade de nossas informações. O perigo aí está. É real e iminente!
-  Pois bem, 5 minutos de descanso, diz o Presidente. - Ari*, serve o café para o pessoal. Depois retomamos o assunto.

*Ficha Técnica de Ariovaldo Nonato: Nascido em Caruarú, Pernambuco, em 1985, filho de Ari e Valda Nonato, nacionalidade dupla – Brasileira e A....-   Profissão: Operador Sênior da Agência de Inteligência Militar, Exercito Brasileiro, postado em W... desde 2002.


domingo, 7 de julho de 2013

Segredos e Perguntas


Tal qual romance de Le Carré, o Globo de hoje revela a imersão de arapongas estrangeiros nas nossas intimidades. Que segredos buscarão estes incansáveis "bytes", organizados qual exército, às ordens de meia dúzia de senhores? Merecerá o Brasil tal atenção, subreptícia e desleal?





Estará o Brasil, para surpresa de todos nós, cultivando caldo de cultura terrorista prestes a ameaçar a segurança de nossos irmãos do Norte? Estaremos desenvolvendo armas nucleares para, em aliança com a Coreia do Norte, lançarmos ataque fulminante àqueles com quem sempre mantivemos as melhores relações? Ou, para nosso gáudio, estarão eles compilando provas de corrupção para, no momento oportuno, doar ao povo brasileiro os elementos que lhe permita sanear nossas Instituições?

As especulações acima não parecem fazer sentido. Caberia ao Itamaraty convocar os nossos irmãos do Norte, e perguntar-lhes o porque desta intensa curiosidade. Que indícios existem para justificar tal indiscrição? Que atividades econômicas estão sob a lente deste Amigo do Norte. Que reuniões do Itamaraty, ou do Planalto ou do Ministério da Defesa são merecedores do seu agudo olhar (ou ouvido)? Talvez o diálogo sugerido, se efetivado, nos permita desfazer as angustias que nosso comportamento inspira em Washington.

P.S. Creio que devemos agradecimentos ao rapaz que quis contar tudo.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O novo Partido


Vamos pelas siglas. Existe o PT, o PMDB, o PSDB, etc... Porém um novo partido promete superar os atuais anões políticos transformados em aglomerações viscosas e pegajosas, onde a elas se grudam os que confundem o interesse próprio com a missão do bem servir. Têm por imã  a atração pelo, e a divisão do espólio Estatal.

O recém nascido partido atende pela sigla FB. Tem uma capacidade de arregimentação  incomparável. Prescinde de liderança, de cartolas, de assessores, de carros oficiais e de cartões de crédito funcionais. Ignora o que dizem os marqueteiros e suas pesquisas eleitorais. Não tem limite espacial nem temporal. Supera os gritos demagógicos e os sussurros conspiratórios nas tribunas e corredores do Poder , pois lhes confronta o ímpeto da massa indignada por décadas de descuido e desprezo.

Sua força está na sua juventude, e é na juventude que reside a coragem. Está na denúncia dos atos indignos que se derramam do cume da pirâmide política e  na mobilização do protesto e do repúdio ao veneno que infecta a Democracia. Está na busca da solidariedade, e na satisfação de encontrá-la e colocá-la nas ruas. O FaceBook  tornou-se o mais poderoso partido da República.

Mas é também, este novo partido, uma Caixa de Pandora, de onde poderá jorrar o Bem ou o Mal. Todo movimento de massa, ainda que eletrônico, encerra o perigo da excessiva simplificação, onde a emoção atropela o bom senso, onde a fronteira da civilidade torna-se tênue, atropelada pela violência. Onde os meios, ou seja os protestos contínuos , em confusa avaliação das prioridades políticas e descaso pelas imposições da realidade econômica ,  podem prevalecer sobre os objetivos essenciais à Nação. Tanto pode o FB aperfeiçoar a Democracia como pode feri-la.


A contribuição deste novo Partido deve ser  a regeneração  da classe política bem como o fortalecimento e o equilíbrio  das Instituições que alicerçam o Estado. Aqui fica, portanto, um alerta. Há o tempo de incendiar e há o tempo de pensar. Talvez seja a hora de levar esta mensagem aos jovens que, na eletrônica e nas ruas  constroem o futuro.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Confirmação e preocupação

Para quem duvidava da incúria de muitos dos grande bancos na negociata dos “sub-primes”, responsáveis em boa parte pelo debâcle de 2008/9, cito o artigo do Bloomberg, de hoje, onde constata-se a irresponsabilidade que assaltou o sistema financeiro internacional. O fato revelado, ou seja, as penalidades e indenizações bilionárias devidas por bancos de alta visibilidade (Citigroup, Bank of America e outros) às agências do governo Federal Norte Americano, tais como Fannie May e Freddy Mac, acentua a necessidade de mais severos regulamentos e supervisão sobre as instituições financeiras além fronteiras. 

Contaminadas pelo virus da busca incessante do lucro a curto prazo e aos bonus milhardários de seus dirigentes, não se acanham em manipular, por vezes fraudulentamente, importantes parâmetros de mercado tais como o LIBOR (London Interbank Rate) e, segundo recentes denúncias, até mesmo as cotações das moedas internacionais. A imprudência e falta de ética em sistema que se constitui no cerne da estrutura capitalista, coloca em risco a economia internacional.

O sistema bancário Brasileiro, sob a supervisão e orientação do Banco Central, tem obedecido, de modo geral, as regras de prudência bancária, inclusive àquelas determinadas pelo Banco de Basiléia (Banco de Compensações Internacionais).

Conquanto a expansão de nosso sistema bancário em direção à América do Norte é importante para a ampliação de seus serviços e lucros. Perigosa será a influência de práticas bancárias pouco recomendáveis adotadas nos países líderes Ocidentais, onde a disciplina operacional é menos rigorosa. Todo cuidado é pouco.