quinta-feira, 28 de março de 2024

Uma Solução

 


Prossigindo sua "operação limpeza"em busca de possivel membros do |Hamas, Israel invade os dois principais hospitais de Gaza, estes abarrotados com as vítimas dos bombardeios sofridos, trazendo danos mortais para pascientes e médicos. Tal intervenção aumenta exponencialmente o risco de morte das centenas de pasciente lá tratados ou a espera de cuidados.

Os suspeitos apreendidos, ou seja, sem culpa formada, são amontoados em caminhões como se gado fosse e levados para os centros de "interrogatório". Desnudados, perdem sua auto-estima,  uma forma de tortura ( que outras os esperam?). Assim submetem a inevitável parcela de inocentes ao sofrimento e às humilhações como se criminosos (ou animais?) fossem. Contrariando o principio de "inocente até prova em contrário" o maltrato já antecede o veredito. 

A prevalecer o "status quo", este desprezo institucionalizado ao Palestino só faz aumentar o ódio ao poder ocupante, o qual não só lhe tira a liberdade como pretende condenar as gerações futuras ao encarceramento sem reparação.

O que há anos já era óbvio, sómente agora, face ao clamor internacional, chega à consciência da potência máxima do planeta, os Estados Unidos. Sua constatação do explícito massacre da população de Gaza, reconhecendo o ônus do pretérito apoio incondicional que Washington devotava ao ocupante, tornou-se ônus eleitoral. 

Face ao desgaste causado pela crueldade dos bombardeios sobre civís indefesos (crime de Guerra?) constata-se o opróbrio internacional ao governo de Israel com intensidade  nunca antes vista. Muitos serão os israelenses contrários aos desmandos de seu governo na repressão em curso, gerando crescente repúdio interno e externo; importante que se diga que a crescente crítica à crueldade exibida não significa antisemitismo, este rejeitado pela maioria das nações ocidentais. 

Torna-se necessário romper o ciclo vicioso que rege o atual conflito. Para tal, medidas novas e corajosas serão necessárias. destacando-se a criação urgente de dois Estados, um Judeu, outro Palestino, ambos agindo dentro de um arcabouço legal que privilegie relações pacíficas e construtivas, onde não apenas soluções políticas prevaleçam mas, também, tratados de cooperação econômica e cultural. 

Esta parece ser a única solução duradoura. 


    

terça-feira, 19 de março de 2024

Religião e Poder



Diante de uma notável mudança no quadro religioso brasileiro, algumas observações merecen atenção.

O Brasil tem sido desde sua fundação uma nação católica. ainda que, não necessariamente, praticante. A obediência à seus preceitos tem sido, como tudo neste país, flexível e adaptáveis, dobrando-se aos costumes e tendências de diferentes núcleos culturais, como aqueles de origem africana ou indígena. 

E assim caminhou a evangelização do povo brasileiro, generosa e tolerante, aceitando ajustes e adaptações dentre circunstâncias diversas, mas todos aderindo às mensagens do Christo católico, ou seja, a da tolerância (não raro excessiva) e da generosidade do nosso povo.

Porém, eis que surge relevante novidade; hoje, no Brasil, a população Evangélica cresce à taxas surpreendentes, devendo superar o numero de fiéis católicos em 2030. Contudo, importante diferenciar-se as igrejas Pentecostais do conjunto das igrejas protestantes.

Conquanto as denominaçãos protestantes tradicionais, como a Luterana, a Presbiteriana e a Anglicana seguem um ritual mais contido e reflexivo, não distante d'aquela da Igreja Católica, onde a fé é compensada após a morte,  as demais denominações Evangélicas, Pentecostais e Neo Pentecostais, tendem à manifestação ativa dos fiéis ao longo do culto, unindo-os ao pastor em preces declamadas, onde a demanda é uníssona como, também,  o testemunnho das dádivas aqui recebidas e gozadas.     

Trata-se, pois, de uma revolução ideológica em andamento. Enquanto a visão Católica promove a aceitação pelos fiéis das condições de vida que lhes cabe, oferecendo a promessa da Salvação Eterna,  a mensagem Envangélica oferece à fidelidade de seus seguidores o prêmio de benefícios espirituais e materiais ainda em vida. 

Ainda, o "ethos" que move os evangélicos evidencia forte influência norte americana, por ser o berço de diversas cepas deste movimento, onde a visão do ganho a curto prazo é  contraria à visão Católica, esta sob influência Europeia.  

Constata-se, assim, forte atração popular  pelo imediatismo do benefício prometido pelo culto  Evangélico, sua expansão atingindo mais de 43 milhões de seguidores, com a perspectiva (vide gráfico abaixo) de superar, em prazo breve, a preferência nacional pelo catolicismo.   

Ainda, o movimento Evangélico pode se tornar notável instrumento de influência política. Ao unir o elemento político à fé religiosa, cria-se um instrumento de suma importância no quadro eleitoral, podendo tornar-se "fiel da balança" em decisões basilares para República. Difícil será evitar-se que estes eleitores, tornem-se massa de manobra de líderes político-religiosos, criando um ambiente onde a razão poderia ceder à emoção.




         

segunda-feira, 11 de março de 2024

A Luz no Fim do Túnel




Com justa razão, e finda a Segunda Guerra Mundial,  o Estado Judeu de Israel e sua população Judaica  mereceu clara simpatia do mundo Christão. Nunca o Planeta Terra presenciara tamanho genocídio.Neste ímpeto solidário, com laivos de expiação de culpa face à terrível mortandade dos Judeus Europeus por Christãos, a tolerância alimentada pela culpa dos povos Ocidentais chegou ao ponto de relevar as crueldades cometidas pelos imigrantes judeus contra a população palestina que preponderava da região do nascente Estado de Israel. 

Expulsos os Palestinos de suas seculares terras e casas pelas contínuas levas de judeus imigrados, tiveram suas aldeias esvaziadas, quando não eliminadas. Por consequência,  a invasão e repressão sobre os antigos habitantes gerou repúdio contra tal invasão e apropriação, assim criando núcleos de resistência armada usando, não raro, táticas terroristas contra civís. Teve-se, assim, a consolidação de diversos grupos armados na Cisjordânia, e o Hamas em Gaza. emulando  o ocorrido durante o domínio inglês da Palestina, quando os núcleos terroristas judeus,  Stern e Irgun, investiam contra soldados e civís ingleses e árabes. 

Inevitávelmente, a população árabe deslocada refugiou-se na Cisjordânia e Gaza. Lá, sob uma nascente autoridade Palestina, criaram novas casas, vilas e cidades, ainda que sob a tutela armada do estamento israelense, tornando tais territórios em prisões a céu aberto. Invevitávelmente, tal constrangimento criaria, necessáriamente, reações violentas. 

Como exemplo, Gaza, um territóriaso de apenas 365 km², resulta no cruel encarceramento de 2,5 milhões árabes, causando insuportável densidade populacional. São 6.849 habitantes por km², o seja, 7 pessoas por cada metro quadrado. Tal concentração, hoje agravada pela falta de comida e água potável, causa insustentável condições de vida que, por sua vez,  adubam a rejeição violenta ao domínio israelense

Ainda, o bombardeio indiscriminado pela aviação israelense já causou perto de 30.000 mortes, dentres as quais dezenas de milhares de crianças e mulheres. Trata-se de Crime de Guerra que, com o tempo, chegará aos tribunais internacionais. 

Esta perspectiva  histórica permite ter-se uma visão de causa e efeito do que hoje sucede em Gaza, e o porque da presença do Hamas terrorista sobre a região, como resposta desmedida à opressão sofrida. Em resumo, hoje, o ódio é a fonte da violência dos Palestinos à Israel bem como a dos Judeus aos Palestinos.  

Torna-se evidente que tal situação não deve perdurar, é hora de ser revertida, e o ódio entre as partes em litígio substituido pelo diálogo. Tal iniciativa só pode ter início e prosperar pela parte que detêm e exerce o Poder. Sómente Israel poderá criar condições para  o arrefecimento dos ódios atravéz de medidas que transformem, de acordo com plano pré-estabelecido, em fórmula de convivência pacífica.

Tivesse Israel estimulado e financiado a melhoria da qualidade de vida dos habitantes em Gaza assim  e permitindo o seu bem estar social e econômico, os benefícios decorrentes tornariam sem sentido o recurso ao terrorismo e a emergência do Hamas, uma vez que este se alimenta da frustração popular.  Tal projeto traria relevantes ganhos humantários e políticos.

Como exemplo, a Cisjordânia serve de constatação, pois apesar de violentada por ocasionais intervenções do  Exército Israelense, concede aos palestinos amplo território com relativa liberdade, este governado pela equilibrada e prudente  Autoridade Palestina. Nela, o Hamas radical e sanguinário, não pôde prosperar. 

A transformação do status vivendi  seria a base do Estado Palestino, convivendo pacíficamente, com o Estado de Israel. À Israel convém constatar que seu imenso capital de boa vontade internacional decorrente da 2a Guerra Mundial estaria, hoje, se esgotando  A endêmica tragédia que paira sobre a região não mais conta com o apoio dos povos e das potencias mundiais. Uma crescente parcela de norte-americanos não mais apoiam o domínio israelense.

Ao observador, parece ser do interesse de Israel o abandono do modelo falido da dominação e buscar o moderno equilíbrio de vontades e poderes, dentro dos princípios delineados na Carta das Nações Unidas. Quanto à segurança, sabe-se que o estado judeu domina o desenvolvimento dos instrumentos de vigilância que permitem o abandono das táticas de repressão medievais ora usadas.  

 



quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Incerteza

 



A partir do Ano do Senhor de 2024, o planeta Terra adentra nova fase, a da Incerteza. 

Seguindo a trajetória suicida, inciada nos anos 40 do século recém findo, ao inventar-se a Bomba Atômica, evoluindo para a Nuclear, a elite política e científica da Humanidade lhe oferece o instrumento de sua própria destruição. Para quando será o cataclísmo, não se sabe, mas, quanto à sua ocorrência uma questão de tempo será.

Mas, enquanto o Grande Fim não chega, temos mais uma contribuição de mentes´brilhantes e irresponsáveis": a Inteligência Artificial. Sua chegada inaugura a Era da Incerteza.

A pedra angular da credibilidade, pari-passu com a constatação de provas fáticas, seria o Testemunho. Ocorre que, doravante, o testemunho poderá ser falsificado, seja atravès da palavra, seja da imagem.

Ao grito "Eu Ví!" ou "Eu ouvi!", constroe-se a Acusação, que, não raro, elucida a dúvida. No entanto, com a evolução tecnológica, o "visto", tenha sido atravéz de imagem ou som, não mais gera certeza e deixará de tornar-se "prova". Com o advento da Inteligência Artificial, estas duas sensações, básicas na vida do individuo, são degradadas ao nível de dúvida.      

Para que tais percepções retornem à confiabilidade, o recurso à tecnologia será essencial para desvendar a manipulação criminosa. Para tal, onde tempo e capital são necessários, não raro estarão fora do alcance de um indivíduo. Assim, ao nível do relacionamento humano, o grau de confiabilidade na interrelação pessoal terá forte queda face à crescente sofisticação da "tecnologia do engano". 

E que nos promete o futuro? Talvez, um conflito permanente entre o engodo e a verdade. Porém, a vida prossegue no seu ritmo cada vez mais apressado pelo dinamismo cibernético? Até que ponto a profilaxia defensiva será oportuna e possível? Quanto custará à Sociedade, em termos não só monetários, mas em defesa de valores éticos? 

Até que ponto a enorme massa despreparada que se espalha Brasil afora a partir de 1970, quando os 90 milhões se tornaram hoje 205 milhões,  será  progressivamente vitimada pelos sofisticados bandidos virtuais?

Nos dias de hoje já se constata uma crescente onda de fraudes no uso verbal do telepone celular; tudo indica que novas técnicas, estas visuais, também estarão presentes em breve. 

 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Quo Vadis, Israel?


                                                                        

Ao declarar-se Israel um Estado Judeu, instaurou-se na Nação a supremacia da religião Judaica e de seus habitantes semitas como parâmetro de crença e comportamento. Tal condição teológica exige uma subordinação à textos do Primeiro Testamento Bíblico (por ser ela sua Constituição), Assim, as referênciais comportamentais de seus cidadãos se alteram profundamente e de forma diferenciada conforme a crença de cada um.

Tendo o mundo vencido, através dos séculos, as etapas na direção do Estado Laico, dando fim às cruéis guerras e revoluções internas de motivação religiosa, chega-se, neste Século XXI, ao superior gráu civilizatório da tolerância e respeito à livre escolha do cidadão quanto à sua fé. Ainda, a laicidade das leis valida a livre escolha sem que lhe domine um Culto de peso constitucional.    

Já, voltando à Israel, justo presume-se a implantação de garantias de paridade cidadã entre a maioria judaica e as minorias Cristãs, Muçulmanas e Druzas. Caso contrário,  quais seriam as consequências, vitais ou banais para estes estranhos à "religião oficial"?

Ainda, vale indagar-se como um Estado Judaico pode, ou deve exercer sua supremacia sobre um povo que não comunga com a confissão impositiva do dominador? No Século XXI não parece razoável negar-se à um povo a demanda por liberdade política que ora junta-se à liberdade religiosa. 

A manter-se a crua dominação da população Palestina na Cisjordânia e Gaza, esta legalmente injustificável pela lei internacional, inevitável vem sendo e será a gradual e constante perda de imagem de Israel  junto à opinião pública Ocidental. Tal repúdio, pela violência desproporcional  da repressão  tende ao esquecimento da atrocidade cometida pelo Hamas. 

Já, quanto ao conflito que perdura em Gaza, conta-se, até o momento, 28.000 mortes de civis dentre as quais  17.000 crianças, vítimas dos bombardeios indiscriminados que nem sequer encontram qualquer abrigo e sem oferecer qualquer  resistência. É um rebanho condenado ao matadouro.

Ainda, a atual concentração de mais de 1 milhão de Palestinos  em torno da pequena cidade de Rafah, permite prever, ou sua destruição e a de seus habitantes pela ofensiva israelense, ou o "cleansing" que abra as portas para a sua expulsão de suas terras. 

Agravando a viabilidade deste projeto, difícilmente haverá país, Árabe ou não,  que aceite receber milhão e meio de refugiados de uma só vez. Tal negativa pode levar à Israel optar por uma solução definitiva, ainda que reprovável pela comunidade internacional. 

O que parece  faltar ao âmbiente israelense seria uma manfestação publica contrária à continuidade  deste conflito de laivos medievais. Parece ser a hora de virar a página, criando condições favoráveis para a criação de dois Estados, Judaico e Palestino, assim dando fim ao conflio quase centenário. 


N.R. Que fique claro que as observações acima se referem ao comportamento do Estado de Israel em consequência das iniciativas de seu governo. De forma alguma representam elas um sentimento retrógrado antisemita.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Futuro Incerto





No longínquo 2004 deu-se o início da decadência do futebol brasileiro. Após a conquista ímpar de cinco copas mundiais, o Brasil sofreu fragorosa derrota, quando a Alemanha balançou nossas redes por sete vezes, deixando-nos a dúbia honra de um solitário gol.

Sendo o Brasil o "país do futebol", onde, de fato, a população sofre intima relação emocional, sucessos e derrotas em disputas internacionais influem, de forma relevante, no psiqué dos brasileiros.  Desde então, nosso histórico exibe triste e decadente desempenho.

Infelizmente, os infortúnios do futebol se repetem no comportamento da economia brasileira. Conforme se observa nos Gráfico 5 e 6 preparados pelo IBGE. A partir de 2012 a economia brasileira patina dentro dos limites da mediocridade, refletindo crescimento apenas na exploração do que a terra nos dá: a agricultura e a mineração. Porém, pouco contribui a contida operosidade no âmbito industrial, conforme demonstrado. 

Observa-se que o início da estagnação da economia brasileira deu-se a partir da posse de Dilma Roussef, e assim prosseguindo até os dias de hoje. Tal contenção reflete a modéstia do primeiro mandatário bem como a anomia que vem afetando o Congresso, destacando-se a Câmara de Deputados, onde a qualificação dos parlamentares revela sensível redução das qualidades que caracterizavam seus antecessores

O salto demográfico nos últimos setenta anos, de 90  para 205 milhões de brasileiros, ainda que positivo ao longo prazo, desde que as prioridades sejam bem escolhidas, teve por efeito negativo à curto prazo inevitável. Face à insuficiência da estrutura escolar em acompanhar tal evolução, ao reduzir a qualidade acadêmica do eleitor, tal fragilidade submete-os aos apelos emocionais e, não raro, irracionais. Ainda, a resultante expansão para 54 milhões  de analfabetos e analfabetos funcionais, agrava o quadro eleitoral. 

Por consequência,  tem-se um aviltamento da qualidade legislativa e a qualidade administrativa da nação. Tal anomia só poderá ser revertida pela prioridade à educação popular. Como exemplo da insignificância que lhe atribui a política atual, constata-se  o incompreensível abandono da rede de escolas construídas no Rio de Janeiro durante o governo Brizola. Reflete a perda de referência quanto às prioridade demandadas pela cidade do Rio.     

O mesmo ímpeto é urgente às regiões brasileiras onde haja déficit escolar pois, a perdurar o índice de ignorância e indigência cultural que ora se observa, os Poderes da Republica serão gradual e irreversivelmente degradados, levando o país à crescentes crises políticas, sociais e econômicas.  Enquanto não existir a capacidade do Estado em educar sua população, assim preservando a qualidade do processo eleitoral, cabe o retorno à invalidade do voto analfabeto, assim reduzindo os currais eleitorais de triste consequência.

 

Gráficos elaborados pelo IBGE

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O Planeta Inquieto

                                      

                                                                           

Se o planeta Terra tivesse uma força motriz, esta seria os Estados Unidos. Toda decisão sua tomada gera reflexos globais, seja para o bem, seja para o mal. A participação de seus exércitos contra as forças Nazistas, ainda que decidida após as heroicas e solitárias resistências Inglesa e Russa, assegurou a vitória final.

Como rescaldo, teve-se a reorganização politica do mundo, chegando ao fim desta etapa o gradual desmanche da União Soviética. A Paz estava assegurada, abriam-se as porteiras da prosperidade. Novamente, a preponderância norte-americana deu o tom; reinou solitária nas Américas. e na Europa. Cooptou nações e ilhas asiáticas do Japão, Filipinas, e Indonésia.

Contudo, o continente "amarelo" gerou continua contestação ao poder Yankee. O conflito Coreano e a guerra do Vietnam despertaram a atenção da China, até então pacifica e introspectiva, ao ver suas fronteiras potencialmente ameaçadas. Em ambos os casos os Estados Unidos sofreram derrotas. Rechaçados no Vietnam, e na Coreia do Norte graças à reação chinesa, coube à Washington lamber suas feridas.

Após décadas, vê-se a China emergir como potência, suplantando a debilitada Rússia, e redesenhando o quadro geopolítico do planeta. Seu ímpeto de crescimento, tendo por base a extraordinária escala de evolução acadêmica, o consumo, o investimento e a pesquisa em rapidez e proporções inegualáveis só poderá ser contido pela força ou atenuado pela concórdia. 

Constatando uma nova oportunidade, Beijing gerou novo "bloco" de nações de poder intermediário , congregando países da Ásia, Oriente Médio, África e América do Sul. Pouco peso militar terá, porém sua relevância política nos forii internacionais não deve ser desprezada. Estimulados pela indiferença político-econômica norte-americana, estes países vislumbram oportunidade de relevância até então desconhecida.     

Em conclusão, vislumbram-se duas opções: 1) erguer um quadro de respeito mútuo e de, até mesmo, parceria, ou 2) o recurso à confrontação. A segunda hipótese será de extrema complexidade. Um potencial conflito tradicional (não nuclear) traz fortes desvantagens para os Estados Unidos, face a sua distância do teatro de operações. Tal ônus tem como exemplo as derrotas sofridas em conflitos anteriores na região. Por consequência, até que ponto as alianças tradicionais perdurarão? Terá a Europa, beneficiada pelo substancial incremento comercial com a China, propensão à guerra? A mesma  pergunta se fará ao Japão, ameaçado pela curta distância dos foguetes chineses.  

Conforme diz a Esfinge de Gisé, que guarda as pirâmides egípcias: "decifra-me ou te devoro".