segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O Planeta Inquieto

                                      

                                                                           

Se o planeta Terra tivesse uma força motriz, esta seria os Estados Unidos. Toda decisão sua tomada gera reflexos globais, seja para o bem, seja para o mal. A participação de seus exércitos contra as forças Nazistas, ainda que decidida após as heroicas e solitárias resistências Inglesa e Russa, assegurou a vitória final.

Como rescaldo, teve-se a reorganização politica do mundo, chegando ao fim desta etapa o gradual desmanche da União Soviética. A Paz estava assegurada, abriam-se as porteiras da prosperidade. Novamente, a preponderância norte-americana deu o tom; reinou solitária nas Américas. e na Europa. Cooptou nações e ilhas asiáticas do Japão, Filipinas, e Indonésia.

Contudo, o continente "amarelo" gerou continua contestação ao poder Yankee. O conflito Coreano e a guerra do Vietnam despertaram a atenção da China, até então pacifica e introspectiva, ao ver suas fronteiras potencialmente ameaçadas. Em ambos os casos os Estados Unidos sofreram derrotas. Rechaçados no Vietnam, e na Coreia do Norte graças à reação chinesa, coube à Washington lamber suas feridas.

Após décadas, vê-se a China emergir como potência, suplantando a debilitada Rússia, e redesenhando o quadro geopolítico do planeta. Seu ímpeto de crescimento, tendo por base a extraordinária escala de evolução acadêmica, o consumo, o investimento e a pesquisa em rapidez e proporções inegualáveis só poderá ser contido pela força ou atenuado pela concórdia. 

Constatando uma nova oportunidade, Beijing gerou novo "bloco" de nações de poder intermediário , congregando países da Ásia, Oriente Médio, África e América do Sul. Pouco peso militar terá, porém sua relevância política nos forii internacionais não deve ser desprezada. Estimulados pela indiferença político-econômica norte-americana, estes países vislumbram oportunidade de relevância até então desconhecida.     

Em conclusão, vislumbram-se duas opções: 1) erguer um quadro de respeito mútuo e de, até mesmo, parceria, ou 2) o recurso à confrontação. A segunda hipótese será de extrema complexidade. Um potencial conflito tradicional (não nuclear) traz fortes desvantagens para os Estados Unidos, face a sua distância do teatro de operações. Tal ônus tem como exemplo as derrotas sofridas em conflitos anteriores na região. Por consequência, até que ponto as alianças tradicionais perdurarão? Terá a Europa, beneficiada pelo substancial incremento comercial com a China, propensão à guerra? A mesma  pergunta se fará ao Japão, ameaçado pela curta distância dos foguetes chineses.  

Conforme diz a Esfinge de Gisé, que guarda as pirâmides egípcias: "decifra-me ou te devoro".


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