Ao longo das décadas as sociedades aceleram sua capacidade de gerar e multiplicar riqueza. Não mais se destacam aqueles poucos milhardários cujas vidas serviam de estímulo, ou inveja, aos ambiciosos de todas as classes. Hoje tem-se a multiplicação da riqueza graças ao conhecimento e o salto tecnológico, assim ampliando os mercados e a exploração das oportunidades. Porém, a prudência não segue este ritmo, nem a ética o acompanha.
Conquanto muitas das grandes fortunas se devem à extenso investimento e longa maturação como se observa nas fortunas industriais, sua incidência no quadro geral se vê paulatinamente reduzida, cedendo espaço e volume às opções de rápido retorno.
A crescente sofisticação e eficácia dos instrumentos de apoio, vide o computador, à tomada decisão vem gerando na sociedade um novo conceito comportamental, onde o objetivo no curto prazo se sobrepõe à longa maturação, assim gerando a ansiedade comportamental em busca do imediato. Estimula-se, também, a fragilização da ética, esta levada no roldão à riqueza.
Tal efeito se observa na abrupta queda na venda de livros, onde o fator tempo, o de sua leitura, vê-se a substituição pela gratificação imediata das redes sociais. Mais grave , ainda, reflete-se no comportamento político da Nação, onde o imediatismo das decisões parlamentares, de hábito voltadas para atender interesses grupais, levam à ineficiência a prazo médio e longo.
Ainda mais grave é o desmonte das instituições, onde tem-se o exemplo da atual manipulação política visando a fragilização do Supremo Tribunal Federal.
Hoje, ao garantir-lhes a Constituição a vitaliciedade, garante-se, também, a opção dos Ministros pela imparcialidade, protegidos que são das manobras políticas para sua recondução.
Ao vingar a proposta parlamentar de retirar-se a vitaliciedade dos Ministros do Supremo, abole-se a visão de longo prazo e do interesse nacional de suas decisões judiciais, tornando-os meros peões políticos em perene busca de sua indicação ao Tribunal, estes prontos a pagar o preço por tão poderoso cargo.
Quanto menor for o prazo de permanência no STF, maior será o preço, seja em favores, seja em cambalacho, pelo cargo ambicionado. A vaga cobiçada tornar-se-á mera mercadoria de livre curso, desmontando, em curto tempo, a estrutura judicial do Brasil.
Estamos diante de iminente ameaça institucional que, caso prospere levara a Nação à poça fétida do subdesenvolvimento político e moral.
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