- A crescente emissão de moedas virtuais, de variada procedência e destituídas de qualquer lastro que lhe confira um real valor, parece se encaminhar para a condição de "quase moeda", adquirindo livre curso.
Ontem o Banco Central juntou-se à nova moda monetária, emitindo o Drex e dando-lhe fidúcia, ainda que dentro de certos limites acauteladores. O que torna a iniciativa importante é ter a autoridade máxima financeira do País aderido `"moda" e, por consequência, fomentado, ao conceder-lhe chancela oficial, a criação de moeda "privada" que parece rivalizar com a moeda falsa.
Se falsa fosse, tão ou mais confiável seria do que a moeda virtual, pois ao imitar a verdadeira, até ser desmascarada, oferece livre curso ao seu portador. Já, sua rival cripto, desmascarada o é desde o seu início.
Cumpre alertar, que a moeda virtual pouca confiança merece, uma vez cunhada nas impressoras privadas, sem qualquer controle e, ainda hoje, circula com um míope beneplácito das autoridades monetárias, O valor que representa é etéreo, dependendo tão somente de procura e oferta e não de uma fração de um valor conceitual econômico-financeiro.
Não gozando de qualquer referência substancial, torna-se fácil presa de manobras especulativas, colocando em risco as economias do público incauto. Como exemplo, a queda de 70% em poucos dias da cotação do Bitcoin de mais de R$100.000 para um terço de seu valor bem exemplifica o alto risco a que a população despreparada está exposta.
A recente notícia que Fundos de Previdência buscam diversificar suas aplicações adicionando cripto-moedas a suas carteiras revela até que ponto a imprudência do "mercado" vem atingindo. Relevante lembrar que os investimentos de tais Fundos visam retorno também de longo prazo uma vez que seus investidores buscam tranquilidade financeira quando de sua aposentadoria. Ora, como avaliar-se o comportamento de uma cripto-moeda ao longo de décadas? Quais os critérios, qual o cálculo de seu valor presente?
Ao observador, leigo ou não, o quadro financeiro que se desenha lembra a excitação e baixa resistência ao risco que precederam no passado fortes movimentos recessivos.
Um comentário:
Sempre uma satisfação ler suas cinsiderações. Imprudência ou visão de futuro da autoridade monetária? Quais os benefícios para o ambiente de meio circulante de tal "moeda"?
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