Seguiu-se o domínio Norte Americano, este exercendo seu poder econômico sobre um mundo exaurido pela 2a. Guerra Mundial. Ainda, como a mais poderosa nação, os Estados Unidos tornaram-se o protetor militar e influencer político da Europa Ocidental.
O desmoronamento da União Soviética abriu as portas para a criação da União Europeia. Este bloco, liderado pela França e Alemanha, congrega 27 nações, unidas por propósito político e, em grande parte, por moeda comum. Seu PIB se iguala e sua população supera a dos Estados Unidos.
Por outro lado, graças ao seu abandono da União Europeia ao votar pelo Brexit. a Grã Bretanha, desamparada tanto militar quanto economicamente, hoje submete-se à Washington, entregando-lhe a primazia sobre as Nações de Língua Inglesa, estas estendendo-se geograficamente desde o Canada, ao extremo Norte, até a Nova Zelândia, nos confins meridionais da Oceania.
Contrariando a história dos séculos passados, hoje tem-se a emergência do poder Oriental e uma nova conformação internacional em andamento. O surgimento da China, em crescente confrontação econômica e política com os Estados Unidos, cria a necessidade em áreas ainda não comprometidas a conveniência de reavaliação de suas prioridades geopolíticas.
Assim, Beijing inicia um projeto de captura de nações através do BRICS¹. Tais nações, nas Americas, no Oriente Médio e na Ásia, buscam formulas que lhes favoreçam a ascensão internacional nos campos da economia, comercio e representatividade política. Por elas, a criação desta novo Bloco é vista como promessa de nova repartição de poderes nacionais e internacionais.
O amálgama de países asiáticos², latino americanos, árabes e africanos, em busca se beneficiar da alavancagem que o enorme poder da China oferece, assim turbinando sua capacidade negocial, abrindo portas até então fechadas e alcançando ouvidos até então surdos.
O PIB total dos onze membros do BRICS, uma vez atingida a expansão ora em curso, se situa em torno de US$ 37 trilhões, sendo que a China representaria em torno de 50% do total. Também relevante será a produção de 33 milhões de barris de petróleo diários do Bloco, podendo influir ou pressionar a política internacional, assim estimulando sua ampliação. Ainda, a produção agrícola e de minerais do BRICS terá relevância nos mercados internacionais.
A solidez econômica do incipiente Bloco bem como sua representatividade política no cenário internacional, poderá atrair crescente participação de países de relevância agrícola e extrativa, assim tornando-se mais influente nos forums internacionais.
Contudo, tal concentração de poder, destacando-se o petróleo, pode ser considerada como contrária aos interesses e segurança da aliança USA-UE. Ainda, a forte presença de países de regimes ditatoriais poderá tornar-se um ônus na busca de aprovação internacional.
O importante peso do segmento militar do novo Bloco, tanto no poderio nuclear da Russia quanto na extraordinária capacidade de mobilização da China, poderá levar as potência Ocidentais à políticas de contenção do BRICS, desdobrando-se em boicotes, sanções e demais constrangimentos.
Assim, torna-se importante ao Brasil uma serena avaliação dos riscos/benefícios de tal iniciativa e como contorná-los.
1) Atuais: China, Russia, Brasil, India, Africa do Sul. Adesões projetadas: Arábia Saudita, Emirados Árabes, Egito, Irã, Etiópia
2) A Russia, tida por europeia por estar Moscou situado na Europa, tem aprox. 75% de sua área na Ásia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário