Confrontado com esta nova realidade, terá o ex-Presidente a opção de exercer sua influência como "King Maker", usando seu acesso ao eleitorado e aos blocos partidários, associações de classe e sindicatos. Contudo, dificilmente terá sucesso pois nem sua imagem nem sua capacidade política parecem estar à altura deste objetivo.
Como alternativa, para viabilizar o projeto de retorno ao poder, essencial seria a recuperação de sua elegibilidade que, por sua vez, dependeria do apoio politico de fontes majoritárias. Tal cenário exigiria o restabelecimento do diálogo entre Bolsonaro e as maiorias qualificadas da Câmara e do Senado. Como complemento à conquista do apoio parlamentar, Bolsonaro poderá optar por liderar a contestação direta junto ao povo, usando sua importante munição nas redes sociais e sua capacidade de mobilização em comícios e manifestações populares.
Porém, o passar do tempo é seu inimigo, pois o vácuo criado com seu afastamento vem beneficiando as ascendentes lideranças, tanto de Tarcísio de Freitas quanto de Romeu Zema. Apesar de ligados ao Bolsonarismo, ambos vem revelando agendas próprias condizentes com seu entorno regional, porém defendendo, ainda que de forma mais atenuada, as noções de seu mentor.
Contudo, os recentes eventos na arena política, onde se destaca a recente votação do Arcabouço Fiscal onde os extremos foram alijados por uma maioria de Centro, sugerem uma perda de capital político nos setores radicais. Também, conforme observado em recente divergência com sua cria, o governador Tarcisio de Freitas deve constatar que, ao longo do tempo, haverá um crescente conflito de interesses entre suas ambições e as amarras do Bolsonarismo.
Um comentário:
Acho que você tem toda razão e que, Deus prove, finalmente, que eh brasileiro, esvaziando uma das figuras políticas mais patéticas que este país conheceu.
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