Em outras palavras, não só o Brasil está debilitado, porém mais grave ainda, caso não haja um forte reversão de tendência, os fatores recessivos do país serão de difícil reversão. Tanto o segmento não produtivo dos idosos revela substancial aumento, quanto o segmento produtivo de jovens ingressando na economia demonstra preocupante redução relativa.
O retrato demográfico, outrora com nítido formato piramidal, revelando importante geração de jovens que viriam, no tempo, prover uma pujante base de sustentação e crescimento da economia, não mais ocorre. O que hoje se constata é o estreitamento da pirâmide virtuosa dando lugar ao estreitamento da sua base (vide gráfico), bem como a ampliação do contingente idoso onde os jovens não mais demonstram sua largueza anterior.
Razoável prever-se que este quadro manterá a tendência ora observada. Se acentuaria, ao longo dos próximos anos, tanto a redução de jovens (resultado da transformação cultural em curso) quanto o aumento dos idosos, este turbinado pelos contínuos avanços da medicina. Tal quadro prevê a necessidade de ajuste para atingir-se o equilíbrio orçamentário, demandando substancial revisão das prioridades hoje existentes.
Dentre elas se destaca a urgência a ser dedicada à educação da juventude carente. sendo o quadro agravado pelo enorme estoque de jovens funcional ou integralmente analfabetos. Para garantir o crescimento econômico e o equilíbrio político há que compensar-se a relativa redução no crescimento do segmento jovem, conforme revelado no Censo, com a crescente qualidade da juventude ascendente, matéria prima imprescindível ao desenvolvimento nacional. Assim, urge a priorização da educação elementar e superior bem como a ampliação de sua infraestrutura.
Também relevante é a constatação das diferenças demográficas e econômicas dentre os Estados e seu impacto político no quadro nacional. O aumento de disparidade econômica fragiliza a solidariedade nacional com resultado negativo na formulação das políticas de Estado.
Esta nova radiografia da população brasileira recomenda uma atualização da inter-relação dos Estados que compõem o país, reavaliando as proporções de representatividade e de distribuição orçamentária bem como projetos de estímulo econômico ao setor privado. Tal ambiente, se não ajustado aos interesses permanentes da Nação, promete acentuar as diferenças de poder econômico e político das regiões mais prósperas, relegando as regiões menos favorecidas à condição subsidiária, fragilizando o sistema federativo.
Muito a fazer...
Um comentário:
Realmente, muito, muito a fazer.., O lamentável eh termos diagnosticado a necessidade das reformas da educação, saúde, etc etc há tantos anos atrás, sem que nenhuma atitude firme fosse tomada.A última política pública profunda foi o Plano Real, tudo mais são mexidas superficiais, que maqueiam a realidade sem trazer as mudanças tão necessárias!
E agora estamos entrando num beco sem saída. Cada vez menos jovens e sem qualificação, para sustentar uma população cada vez maior e mais idosa. A equação não fecha.
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