quarta-feira, 14 de junho de 2023

Sociedade Ameaçada

 

                                            As partes escuras do mapa descrevem a intensidade do domínio do Crime 

Errado seria começar este artigo sem referência à uma das mais importantes mudanças que o Brasil enfrentou em sua história. Em 1970, eram 90 milhões de brasileiros. Hoje são 215 milhões, um aumento de 131% em apenas 53 anos, ou seja, o tempo de 13 presidências consecutivas da República. 

A expansão explosiva de demanda por educação, saúde e moradia, e, ainda, segurança, é o grande desafio que a Nação hoje enfrenta. Um ingresso médio de 10 milhões de cidadãos por ano torna-se um desafio que só poderá  ser enfrentado em quadro de administrações competentes.

Relevante notar que a avalanche de novos eleitores com menos de 23 (média de 25 anos),  conjugada com o princípio do voto obrigatório resulta em parte relevante em um colégio eleitoral despreparado do ponto de vista acadêmico. Por resultado, a atual simbiose do atual quadro político reflete ignorância acadêmica e fragilidade moral, revelando forte queda qualitativa no quadro político que ora dirige a nação. Assim, tem-se o alastramento da corrupção e ineficiência, tendo por preço a reversão das prioridades que deveriam guiar o governo. Gradualmente, o interesse pessoal se sobrepõe ao interesse público, Tal quadro político-social gera crescente perda e desperdício de bilhões de reais, assim comprometendo a eficácia da renda gerada e de sua distribuição. 

Esta desorganização (será anomia?) tem por consequência a perda de confiança quanto ao prazo longo, assim reduzindo a propensão aos investimentos de longa maturação. Privilegia-se, desta forma,  os investimentos de retorno rápido (vide comércio e agricultura), relegando àqueles que mais respondem pelo desenvolvimento de um país. Não por acaso a participação industrial brasileira no PIB é  de apenas 24% (2022), suficiente para países já desenvolvidos, mas aquém da necessidade de países em desenvolvimento e com forte crescimento populacional.

As Forças da Ordem tem revelado tumores cancerígenos, onde sua fragilização torna-se, progressivamente, institucionalizada. A infiltração de criminosos nos quadros polícias e nas Assembleias legislativas, aliada à displicência e, por vezes, a cumplicidade do Executivo regional, tem por resultado a degradação no combate ao crime e a consequente intimidação comportamental do cidadão, a qual resulta, em efetivo, em constrangimento de sua liberdade.

Já no Estado do Rio de Janeiro¹, o cerne do câncer se encontra nos espaços dominados pelas milícias e traficantes,  estes protegidos pela inoperância, e por vezes cumplicidade, das forças da ordem e da pusilanimidade não raro encontrada nas prisões e nos tribunais. A leniência face ao sequestro da liberdade de enormes áreas populacionais tem por resultado a desmoralização da Justiça, levando ao estímulo do "crime compensa".

Este quadro de anomia ameaça perdurar. Aos governos urge uma reavaliação dos procedimentos  anti-crime, cujos reflexos ultrapassam os interesse pessoais e sociais, prejudicando, também, o desenvolvimento econômico. 

Quanto mais for adiada pelos governos locais o desmonte da ocupação criminosa que se verifica em grande parte  do território fluminense, maior será a exigência de recursos e vontade política para combatê-lo e eliminá-lo. Caso contrario, ao perdurar o domínio politico dos segmentos criminais, maior será sua infiltração  nas instancias decisórias da cidade. Tal fenômeno já é claramente visível.

Ainda, a  decadência que se observa na influência, outrora vigorosa, das associações empresariais, tem por resultado um vácuo político a ser preenchido pelos inimigos da higidez política e administrativa. Tal condição reflete o gradual afastamento da classe empresarial de suas responsabilidades políticas e sociais.

1) Vide mapa





  

5 comentários:

Daniel Bedin disse...

Como podem reclamar se elegeram o Lula/PT? O maior corrupto, julgado e condenado que esse país já viu? Jaja vai começar a dança da carreta furacão, a bagunça só vai piorar, só tenho esperança com duas coisas, dólar caindo e meu passaporte americano em dia.

Anônimo disse...

Pedro ,se essa não foi a sua melhor análise do nosso panorama político, com certeza está entre as melhores.Perfeito,sensato abrangente em todos os aspectos. Acho muito difícil mudar tudo isso.

Anônimo disse...

Naylde Paschoal, não sei por que meu comentário acima saio como anônimo...

Maggui de Broux disse...

Pedro, vejo que com o passar do tempo sua opinião quanto ao governo lulla está mudando.
Esse desmantelamento moral e ético, já era previsto.
Agora, só nos resta conseguir nadar nesse desgoverno comunista, com uma ditadura sendo implantada com uma rapidez impressionante.
Tristeza....

pedro leitão da cunha disse...


Muito agradeço os comentários acima.

Pedro