quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Ignorância ou Cinismo?




O Brasil livrou-se, nesta última eleição, de um político autoritário, pouco instruído, impulsivo cuja permanência no poder levaria o país à um governo desorganizado e prepotente e, com nítida tendência ao totalitário. Ainda, tornou-se corrupto graças à dependência e aliança celebrada com as forças dominantes da máquina legislativa.

A eleição presidencial revelou com singular clareza que ambos os candidatos contaram, tanto com seus seguidores partidários quanto com um expressivo contingente  eleitoral repudiando seus respectivos adversários. A margem vitoriosa inferior a 2% concedida à Lula deveria lhe sugerir que eventual radicalismo de esquerda promovido pelo PT não contará com a maioria esperada e com a lealdade de seus aliados de ocasião, uma vez que mais próximos estarão eles do centro político.  

Após prudentes e corretas nomeações do primeiro escalão de seu ministério, temos imprudente  manifestação, onde Lula mostra sua outra face. Em declarações recentes, o futuro presidente revela nítida alienação quanto às exigências de uma economia ordenada, essencial ao seu crescimento e à paz social. Sua imprudente declaração lançada ao público "a gente não cuida do pobre se ficar olhando a politica fiscal" revela uma profunda ignorância ou um indisfarçável cinismo. 

A ignorância  se dá ao desconhecer as consequências econômicas do desrespeito fiscal, onde a inevitável alta da inflação e consequente redução de investimentos e poupança tem os pobres como primeira vítima, acentuando seu sofrimento e frustração. Ainda, recorrer à armadilha dos subsídios e artificialismos para remediar e manipular as agruras inflacionárias, seja uma demanda artificial, seja uma alocação imperfeita de recursos, terá por resultado a desmontagem da estrutura econômica.  

Quanto ao cinismo, caberia a hipótese de, auxiliado pela desorganização do binômio preços e salários, vir Lula a adotar um governo paternalista e populista visando alterar os elementos que regem a economia liberal conforme nos ensina a experiência argentina. Como prêmio, ter-se-ia um Lula como pai dos pobres, comandando reconstrução sindical aliada à um  estamento político radical 

A verificar-se as hipóteses levantadas acima, justo estimar a contestação dos setores mais conservadores, abrangendo tanto a classe empresarial quanto numerosa parcela do legislativo. Daí ao impeachment seria um pequeno passo. 

O que vai acima não tem o peso de premonição; não passa de congecturas que pela sua provocação estimula a atenção e análise de um governo que ainda não tomou posse.



2 comentários:

Anônimo disse...

Estou preocupada ao
ver Lula dominado pelo PT e seus velhos quadros
Assim vai reparar o desastre do seu segundo governo

Anônimo disse...

Acho que ele não é tão irresponsável assim vamos aguardar mas vai ter grande dificuldade de governar com a base de oposição. Ontem vi uma reunião com vários empresários e engenheiros sobre a perspectiva do governo lula frente a globalização em 2023 . Com o jornalista Pele Escobar e outros e Roberto Amaral que não poupou suas palavras para dizer suas palavras diante da difícil tarefa que lula tem pela frente. Vale conferir.