A notícia nos chega alertando que o Ministro da Aeronáutica se recusaria passar seu cargo ao substituto ser indicado pelo Presidente Lula. Comenta-se, ainda, que os demais ministros das forças armadas. Exército e Marinha, deixariam suas funções antes da diplomação de Lula, evitando assim a entrega de suas pastas aos substitutos indicados pelo presidente eleito.
Caso seja verdade, tratar-se-ia de insubordinação explícita, ato vedado e punível pelo código militar.
Ainda, manobras empreendidas pelo exército na região de Cabo Frio, vem sendo interpretada por alguns setores pró-golpe como início de movimento anti-Lula.
O que passaria por mero nervosismo da opinião pública face as constantes afirmações de invalidade das urnas, ganham tais notícias algo de realismo face ao silêncio do Presidente Bolsonaro ao reconhecer sua derrota. Haveria uma trama sendo urdida ou trata-se dos últimos estertores do cadaver bolsonarista?
Já, pelo lado do presidente-eleito, os nomes lembrados para o ministério a ser empossado parecem razoáveis e equilibrados, assim esvaziando a retórica "anti-comunista" da oposição derrotada. Porém, resta a Lula escolher a Pedra Angular que dê a seu projeta de governo a confiança dos brasileiros que nele votaram: um Ministro da Fazenda ortodoxo.
Necessário seria reconhecer que nunca houve eleição presidencial tão disputada; isto porque não apenas votaram aqueles de vocação direitista ou esquerdista, mas também, e em grande numero, os que votaram movidos, tão somente, pela rejeição ao candidato adversário.
Ainda, o frágil apoio que Lula obteve tanto na Câmara quanto no Senado lhe impõe maior prudência legislativa, desaconselhando excessos demagógicos.
Assim, a apertada vitória no pleito e seu limitado apoio no Congresso deverá impor a Lula uma cautelosa administração. Não terá um cheque em branco para seguir a trilha da esquerda radical. O modelo esperado é o de seu primeiro período na presidência, quando tanto o Social quanto o Fiscal mereceram adequada atenção.
2 comentários:
Apenas uma pequena diferença. Lula ao assumir em 2003 encontrou um mundo em expansão impulsionado em grande parte pelos juros baixos do pós 9/11 e pela forte expansão da China crescendo 9% no ano. Vai encontrar um mundo totalmente diferente em 2023 com juros record nos EUA e uma China encolhida com crescimento limitado a 3,9%
Não há diferença, Michel. Estou plenamente de acordo com suas observações acima.
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