A 16 de agosto de 2020 esta coluna sugeria a até então impensável aliança entre dois Estados tão díspares: o Judeu, dirigido pelo israelense Bibi Netanyahu e o reino Muçulmano-Wahabita sob comando do príncipe Sauditas, Mohamed Bin Salman. Os dois mais ferozes adversários teológicos se unem sob o lema "o inimigo de meu inimigo, meu amigo é."
Em operação secreta, mas não o suficiente para impedir sua divulgação aos quatro pontos cardinais, um Primeiro Ministro acusado de crime financeiro e um Príncipe herdeiro acusado de assassinato, se reunem . E qual seu objetivo? A formação de aliança político-militar, unindo Israel à Arábia Saudita, tendo por objetivo a neutralização do Irã, seja pela negociação, seja pela confrontação militar.
Ambo países, armados pelos Estados Unidos com o dernier cri em tecnologia militar, se preparam para:
a) a guerra, ainda sob a proteção oficiosa de Donald Trump, visando a destruição das instalações nucleares do Irã, ou
b) exercer pressão sobre o recém empossado presidente Biden e seus aliados europeus para que exijam de Teerã o desmantelamento de seu arsenal de mísseis. Caso contrário, forte sería a probabilidade de guerra.
Sabe-se que o presidente-eleito deseja retornar ao tratado anti-nuclear, ainda vigente com a parte europeia.. Porém, para salvar a face da diplomacia americana, esta provavelmente exigirá novas cláusulas para justificar tal retorno. Dentre as cláusulas provávelmente constará a exigência de destruição do arsenal de mísseis persa.
A anuência iraniana parece pouco provável, uma vez que a retaliação balística sería a única arma suficientemente eficaz para conter a agressão de seus inimigos. Ainda, saberá o Aiatolá que os efeitos de um conflito nas terras do petróleo trará ao mundo nova crise econômica em momento de tentativa de recuperação dos estragos da pandemia. Fica, assim, reduzida a capacidade suasória de Washington.
Ainda, as forças Xiitas sob influência Iraniana, diseminadas pelo Iraque, Síria e Líbano, representam ameaça des-estabilizadora da região, cujas consequências recessivas serão contrárias aos interesses das potências Ocidentais e Orientais.
Face a este "nó Górdio", resta saber quem ousará usar a espada.
-----------------
Adendo em 28 de novembro 2020: O MOSSAD, serviço secreto israelense, assassinou hoje no Irã um de seus principais cientistas nuclear.
Nenhum comentário:
Postar um comentário