domingo, 29 de novembro de 2020

No caminho certo



Preliminarmente, constata-se que o Brasil é primeiro mundo, pelo menos no que concerne a apuração e a divulgação de  resultados eleitorais. Às 19 horas de hoje, dia da eleição, a imprensa eletrônica  anunciava os resultados. Parabéns TSE pela atuação impecável sob o Ministro Barroso.

Irrespectivamente de nomes e partidos, já no fim da tarde pode-se constatar a derrota dos Extremos e a consolidação  do centro (não confundir com Centrão). Confrontado com os excessos da esquerda, tendo Lula por paladino, e da direita, tendo Bolsonaro por líder, o eleitorado brasileiro mostrou sua maturidade.

Do PT não se vê os rastros nas prefeituras relevantes. Nenhuma vitória nas capitais revela o colapso da esquerda corrupta. No outro extremo, o da direita, ligada ao Planalto, observa-se resultado melancólico. Como se o Mito Jair não existisse.  Sua tática de obter apoio apavorando o eleitor com  bichos-papão imaginários se revela ineficaz.

No  Rio de Janeiro um briza de esperança nasce com a eleição de Eduardo Paes, após a paralisia  administrativa de Crivella. Em São Paulo,  a vitória de Covas sobre o PROS alija a ameaça da esquerda radical que pairava sobre o centro econômico do país. Considerando a força do colégio eleitoral destas duas metrópoles, surge uma reconfiguração política com consequências para a  próxima eleição presidencial.

Desde  o Nordeste, com a vitória de Campos em Recife sobre sua prima radical do PT, até o Sul, onde Sebastião Melo empolga Porto Alegre, vê-se promessa de equilíbrio.

O Brasil, no caminho certo, merece parabéns.

    


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O andamento do xadrês



A 16 de agosto de 2020 esta coluna sugeria a até então impensável aliança entre dois Estados tão díspares: o Judeu, dirigido pelo israelense  Bibi Netanyahu e o reino Muçulmano-Wahabita sob comando do príncipe Sauditas, Mohamed Bin Salman.  Os dois mais ferozes adversários teológicos se unem sob o lema "o inimigo de meu inimigo, meu amigo é."

Em operação secreta, mas não o suficiente para impedir sua divulgação aos quatro pontos cardinais, um Primeiro Ministro acusado de crime financeiro e um Príncipe herdeiro acusado de assassinato, se reunem .  E qual seu objetivo? A formação de aliança político-militar, unindo Israel à Arábia Saudita,  tendo por objetivo a neutralização do Irã, seja pela negociação, seja pela confrontação militar.

Ambo países, armados pelos Estados Unidos com o dernier cri em tecnologia militar, se preparam para:

a) a guerra, ainda sob a proteção oficiosa de Donald Trump, visando a destruição das instalações nucleares do Irã, ou

b) exercer pressão sobre o recém empossado presidente Biden e seus aliados europeus para que exijam de Teerã o desmantelamento de seu arsenal de mísseis. Caso contrário, forte sería a probabilidade de  guerra.

Sabe-se que o presidente-eleito deseja retornar ao tratado anti-nuclear, ainda vigente com a parte europeia.. Porém, para salvar a face da diplomacia americana, esta provavelmente exigirá novas cláusulas para justificar tal retorno. Dentre as cláusulas provávelmente constará a exigência de destruição do arsenal de mísseis persa. 

A anuência iraniana parece pouco provável, uma vez que a retaliação balística sería a  única arma suficientemente eficaz para conter a agressão de seus inimigos. Ainda, saberá o Aiatolá que os efeitos de um conflito nas terras do petróleo trará ao mundo nova crise econômica em momento de tentativa de recuperação dos estragos da pandemia. Fica, assim, reduzida a capacidade suasória de Washington.

Ainda, as forças Xiitas sob influência Iraniana, diseminadas pelo Iraque, Síria e Líbano, representam ameaça des-estabilizadora da região, cujas consequências recessivas serão contrárias aos interesses das potências Ocidentais e Orientais.

Face a este "nó Górdio", resta saber quem ousará usar a espada.

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Adendo em 28 de novembro 2020: O MOSSAD, serviço secreto israelense, assassinou hoje no Irã um de seus principais cientistas nuclear. 

      

sábado, 21 de novembro de 2020

E agora?



A derrota de Donald Trump nas recentes eleições promete importantes mudanças no cenário internacional. Tendo sido o presidente americano superado por Joe Biden, com diferente visão interna e externa, pode-se esperar relevantes mudanças em alianças e convergências entre os Estados Unidos e demais nações.

No que concerne ao Brasil de  hoje, no seu segundo ano de governo Bolsonaro, a outrora tradicional colaboração internacional vê-se  substituída por uma visão auto-centrada e terra-planista. A hoje propalada relação íntima Brasília-Washington, apregoada pelo governo brasileiro, tem se revelado insuficiente para atingir-se os objetivos da política externa brasileira.   

A ingênua expectativa de que as relações comerciais Brasil-Estados Unidos permitiriam substanciais ganhos mútuos não se concretizou. Pelo contrário, vem ocorrendo transferência de vantagens brasileiras em benefício dos Estados Unidos no comércio de aço, alumínio, álcool, milho, trigo e outros. Ainda a venda, ou melhor, a ruinosa venda da Embraer à Boeing, o boicote imposto ao 5G chinês por ordem de Washington, a cessão da Base de Alcântara em penumbra negocial, a não exigência de reciprocidade na concessão de visto à viajante norte-americanos, todas estas iniciativas evidenciam  uma subserviência brasileira em favor de outra Nação uma vez que dela não flui compensação equivalente.

Aliando-se à indiferença de seu parceiro Trump ao meio ambiente, o presidente Bolsonaro desafiou os alertas da política ambiental européia. Por resultado colheu, não só má vontade política, mas, também, perda econômica pela redução de entrada de recursos europeus necessários à relevantes programas empresariais e ambientais.

A iminente posse de Joseph Biden deverá sepultar o sonho de "relação carnal" tão almejado pelo  Capitão-Presidente. O ano de  2021 exigirá do Itamaraty, não apenas uma revisão, mas, sim, uma substancial reversão da política ora em curso, com retorno ao diálogo respeitoso e construtivo.¹ 

Hoje, o Brasil encontra-se fragilizado em sua política externa graças à incapacidade do Ministro  Ernesto Araújo, cuja atuação se pautou pelo mimetismo Trumpiano,  despresando o diálogo multilateral. Ao desdenhar a necessidade de plano contingêncial para o  caso de vitória de Biden, deixou o Brasil despreparado e enfraquecido.     

De pronto, providências parecem necessárias, tais como:  1) abertura de canal informal de diálogo com a equipe do presidente eleito,  2) a troca do atual  Chanceler por elemento sintonizado ao multilateralismo,   3) a seleção de um novo embaixador para Washington afinado à nova realidade, a ser indicado após a posse de Biden.  

A prevalecer o amadorismo ideológico na política externa brasileira que hoje se observa,  sérios problemas poderão resultar nas relações com a maior potência mundial.

1) Vide episódios com a Argentina e França.
  

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Saúde e termômetros




A sigla mais usada para medir-se o crescimento de um país é o "PIB" (Produto Interno Bruto). Passou ela a ser a métrica que determina o sucesso ou o fracasso de governantes. Transformou-se na medida de acerto ou de erro. Ela é constantemente usada pelos mais renomados economistas ao descrever a trajetória qualitativa de nações. No entanto, a mensagem solitária que o Produto Interno Bruto envia ao leitor  tanto é verdade quanto mentira. 

É como se a beleza de uma mulher fosse determinada apenas pela harmonia de seu rosto. O resto é escondido ao grande público, seja por decência, seja por recato, seja por vergonha. 

O PIB revela quanta riqueza um país produziu em um período, porém, um país nada é que não seja o seu  povo. Falha ao não mostrar qual o grau do bem-estar a quais os segmentos da população que se beneficiaram do aumento desta riqueza? Poder-se-ia indagar se 10% da população representa a Nação? Ou serão 20, 50  ou 100%? Afinal, o que é riqueza e para quem ela se manifesta?

Pelas dados disponíveis pela Fundação Getúlio  Vargas, sabe-se que, no Brasil de hoje, 10% da população recebe 80% da riqueza gerada no ano.  Assim sendo, se o valor do PIB em determinado ano atingisse R$ 7 trilhões, e se naquele ano mostrasse um crescimento  de 4%, ou seja, equivalente à 280 bilhões de cruzeiros, qual seria seu impacto sobre o brasileiro?

Destes 280  bilhões de aumento de PIB, 10% da populaçao, ou  20 milhões de brasileiros, teriam recebido 224 bilhões (80%), e o restante 180 milhões de cidadãos receberiam tão somente 56 bilhões. O "per capita" do primeiro grupo seria de R$ 11.200,00 enquanto o restante da população teria um "per capita" de  R$ 311,00.

Assim, razoável concluir-se que o acompanhamento da evolução de uma nação não deve se ater, apenas, à evolução ou involução do PIB. Se ao governo é demandada a informação sobre a condição  econômica do país, torna-se essencial, também, a divulgação tanto do Índice de Desenvolvimento Humano (¹), onde é avaliada a estrutura de serviços básicos, como saúde, educação, saneamento, à população, como, também, a evolução do Índice de Gini (²), onde se reflete a distribuição de renda aos habitantes.

Observa-se, que, ao examinar-se mais detalhadamente tais índices, o conceito de "Trickle down economy"(³), tão reverenciado pelos economistas liberais, vem demonstrando, empíricamente, sua fragilidade.  A economia tem beneficiado, sem dúvida o topo da pirâmide, mas revela, também, a estagnação das camadas inferiores e majoritárias.  Nos Estados Unidos, desde o governo Reagan (1981 a 1989) até os dias de hoje, o ganho real da classe média tem se revelado estagnado, em contrário à excepcional expansão das classe de maior conteúdo econômico.

Não apenas o governo, mas também a sociedade, deve acompanhar a eficácia da administração pública através de informações pertinentes. Neste caso é importante o questionamento da imprensa e dos que acompanham a economia do país. Desta visão mais ampla  se determinará o bom rumo, ou não, instruindo a escolha dos futuros governantes. Serão eles mais ou menos inclinados à prevalência do sistema capitalismo liberal, da democracia social ou da esquerda radical?

Sem dúvida, a pandemia tem imposto sérios obstáculos ao desenvolvimento do país. À luz da evolução destes índices qualitativos, porém, caberá à elite política, cultural e econômica, reconhecer que, no Século da expansão explosiva da comunicação em  massa, a insatisfação decorrente de agudas disparidades não mais deve ser ignorada, senão ao preço de adubar a insatisfação extremada.

Cabe a geração atual corrigir os rumos para que as gerações futuras não se encontrem em beco sem saída.      

                                                                 OOOOOO

(1). No final do próximo ano será publicado o estudo do ano de 2019. O IDH do Brasil foi de 0,761 em 2018 ante 0,760 em 2017, quando o país ficou em 78º lugar, de acordo com uma revisão dos dados do ano passado.

(2).   Considerando o rendimento médio mensal real domiciliar per capita, o Índice de Gini para o Brasil caiu de 0,545 em 2018, recorde da série histórica da pesquisa iniciada em 2012, para 0,543 em 2019.  O valor "0" indica  distribuição igualitária dentre a população.

(3). Publicado no Bloomberg em 2 de setembro 2019

"One of the big things we've seen this year is that putting cash into the hands of middle and lower-income households is an incredibly effective policy that has all kinds of positive overall benefits.Trickle-up economics works. So there's a lot of talk about tax and trade policies that we might implement on a permanent basis to shift buying power to people who are more inclined to spend that money, as opposed to rich households, who will just save it and bid up the price of financial assets."

domingo, 8 de novembro de 2020

The day after




Finalmente, chega-se ao final das eleições norte-americanas. Joe Biden é o vencedor. Os Estados Unidos, colocados  por think tank de Harvard no 76° lugar dentre as nações democráticas do globo no que tange a (in)eficiência de seu processo eleitoral, revelam-se sob angústia e insegurança. Será a eleição para valer, ou, como acontecido no passado, votos serão descartados e resultado alterado? Já veremos...

Tão importante quanto a ascensão de Biden é a derrota de Donald Trump. Fosse outro o político derrotado, pouca atenção mereceria. No caso de Trump o cenário parece ser outro. Ainda que, hoje, moribundo políticamente, poderá ele retornar. Sua força política e carisma, como evidenciadas pela sua excepcional votação, torna possível a consolidação de sua facção, agressiva e intolerante, em busca de revanche.   

Ainda que em pápeis invertidos, ambos protagonistas continuarão tendo forte influência nos destinos do país. A clivagem ideológica refletida nos estreitos resultados eleitorais promete uma nação ferida, polarizada e intolerante, onde o adversário político torna-se inimigo pessoal.

Tal polaridade trará o espectro da instabilidade, tanto interna quanto internacional.

A vitória, importante frisar, não é completa, uma vez que o Senado (48 a 46) permanece em mãos Republicanas, e na Câmara  com as dos Democratas (233 a 197). Biden tem, diante de si forte desafío, pois os avanços terão que ser negociados em busca de desarmamento ideológico. 

A derrota da pandemia e suas consequências tanto no aspecto sanitário quanto no econômico será prioridade no âmbito interno; liberação da vacina e dos incentivos para a retomada econômica. O Covid 19, cujo recrudescimento já leva a 1000 mortes por dia, será o adversário imediato.

Porém, não menos importantes serão as providências para reverter a realidade Republicana.  O projeto da saúde popular exigirá aperfeiçoamento, as regras imigratórias humanizadas, a proteção ao meio ambiente fortalecida, as agências reguladoras revigoradas, a expansão do endividamento público contido, a disparidade de renda atenuada mediante reformulação fiscal.  

Já, no plano internacional, deverá haver a retomada da globalização, desprezada e hostilizada pelo governo Trump. As Nações Unidas e suas agências, tais como UNESCO, OMS, OMC deverão ser re-incorporadas na agenda do Departamento de Estado. Os tratados abandonados, desde o Acordo de Paris até o retorno ao tratado de  desnuclearização do Irã também merecerão atenção.

A revisão das relações com a Europa/OTAN (aproximação), China (negociação), Rússia (prevenção), Israel (contensão) e a pequena Cuba (atração) deverá merecer especial atenção.O Brasil, com ênfase na proteção ambiental da Amazônia, também estará na agenda de "Foggy Bottom".¹

No rescaldo post-eleitoral, a partir da posse de Joe Biden em janeiro 2021, será conveniente a neutralização política de Trump através de projetos legislativos bi-partidários, assim desmontando a perigosa fórmula da intransigência negocial. A persistir em rumo onde prevaleça a sombra ideológica do ex-presidente, terá o partido Republicano por resultado  tolher suas alternativas políticas futuras, atando-se à âncora do personalismo radical.    

Os dois partidos fariam bem em priorizar a despolarização da política norte americana, uma vez que a tendência ao uno-partidarismo existente sob o comando de Donald Trump mostrou-se ineficaz e traumático, colocando em risco a estabilidade democrática da nação americana. 

(1) State Department



domingo, 1 de novembro de 2020

Charada eleitoral




Fossem as eleições em qualquer outro país que não os Estados Unidos, o seu sistema eleitoral levaria o observador à incredulidade. Como, no Seculo XXI, a escolha de um presidente possa ser outra que não decoresse do voto popular majoritário? Como um candidato perde a eleição e o acesso à Presidência do país tendo superado o adversário por diversos milhões de voto? Como o candidato perdedor do voto popular é levado à Presidência? Poder-se-ia clasificar tal país como "democrático"? (¹)

A resposta é NÃO. A adoção de tal procedimento seria rechaçada "urbi et orbi"; sendo os tribunais internacionais mobilizados para invalidar tal prática. Pressões econômicas, e, talvez, até militares seriam usadas para fazer com que tal país voltasse ao bom rumo.

Mas tal é a realidade. Aflito, o planeta observa e aguarda as imperfeitas eleições norte-americanas, cujo resultado determinará seu novo rumo. 

Tem-se, neste momento, a clara evidência da inter-relação global, onde nenhum país escapa da atração gravitacional que emana de Washington. A favor ou contra, nada se decide sem levá-la em conta.

No campo interno haverá o acirramento das noções opostas, acentuando os preceitos da economia liberal a níveis extremos por um lado, e, do outro, o retorno à visão sócio-capitalista 

A disputa que, também, se trava no palco internacional, oferece duas opções básicas:

_ A primeira escolha, sob Donald Trump,  refletirá o retorno ao passado onde, sob influência Mercantilista (¹), a nação Americana, auto centrada, verá o mundo, ou como concorrente a ser vencido, ou como parceiro menor, a ser subjugado, tanto comercial quanto políticamente. Rejeita o conceito de David Ricardo que privilegia a noção das vantagens relativas dos países no jogo de benefício mútuo.  

Por defender objetivos de soberânia extrema, Trump buscará o desmantelamento progressivo das instituições internacionais como as Nações Unidas que buscam a coordenação política e econômica tendo em conta o interesse global. Ameaça  a rede de proteção às nações, tanto poderosas como vulneráveis, criada no imediato pós-guerra.

Prevalecerá o atual descaso, senão abandono, das medidas de proteção ambiental, causando danos à esta e às futuras gerações.

No exterior, Trump manterá o apoio à expansão da influência israelense, alterando o equilíbrio de forças com o perigo de gerar desestabilização e conflito. Já na Europa provavelmente manterá seu descaso.

Pontualmente, pode prever-se o prosseguimento da Questão Chinesa, onde o acirramento da desavença comercial se transforma em ameaça de conflito internacional. Disseminando o germe da discórdia, Washington  imporá aos países em sua órbita o distanciamento comercial com Pequim (²), podendo causar-lhes perdas significativas. Hoje,  nenhum país pode prescindir do intercâmbio comercial e político com a China sem que pague alto preço.

Quanto ao Brasil, manter-se-á o mesmo desequilíbrio, onde o Brasil, como se rico fora, faz concessões comerciais e políticas aos Estados Unidos, recebendo em troca valiosas promessas...

Donald Trump vê no multilateralismo o esvaziamento de seu poder negocial. Para maximizar seu poder, buscará nas negociações  bilaterais a imposição de seu inigualável peso, ofuscando as pretensões de seu  interlocutor.

_ Já, na segunda opção,  a vitória de Joseph Biden deverá alterar e reverter as prioridades, tanto internas quanto externas. 

No campo doméstico, o governo eleito terá no Congresso o apoio da Câmara dos Deputados, o Senado passando para a oposição. No Supremo Tribunal os Democratas serão minoritários, mas os Juízes julgarão, ao que se supõe, de acordo com a lei, evitando interpretações politizadas.

Internamente estima-se uma visão mais voltado ao Social, tanto na saúde, no racial, no imigratório, no fiscal e no ambiental. Talvez dê maior atenção aos problemas causados pela crescente concentração de renda e no desamparo hospitalar.

Espera-se uma reabertura do diálogo multilateral, privilegiando as instituições internacionais. O retorno ao Acordo de Paris, talvez o tratado de não proliferação nuclear com o Irã, a retomada dos acordos comerciais com a União Europeia e a Ásia, provavelmente voltem à agenda.

No campo externo haverá a reaproximação com as demais nações, abandonando-se America First por, talvez, America Together. Atenuar a hostilidade nas relações com a China, retomar relações cordiais com a Europa (UE e Reino Unido) e refazer a receita Brasil-Estados Unidos com especial ênfase no ambiental.

Estas são alguns temas em torno deste crucial momento para americanos e para os demais cidadãos do planeta. A interrogação prevalece. Qual será o comportamento das facções mais intolerantes durante o processo eleitoral, até onde irá a inconformidade de Donald Trump caso perca, e até que ponto o processo judicial poderá interferir nos resultados da vontade popular? 


(1) America First

(2) Caso do 5G chinês