sábado, 1 de agosto de 2020

Leapfrogging

La red 5G ofrece un futuro prometedor para las compañías


Theodore Roosevldt, no início do Século XX, deu grande impulso à presença global norte-americana. Seu lema era "Speak softly and carry a big stick". Hoje, Donald Trump alterou o lema: "Speak loudly and carry a limp stick."

No ocaso do Século XIX e início do XX, os Estados Unidos marcavam o novo Século com sua vitória sobre a Espanha, assim conquistou as Filipinas no longínquo Oriente, ainda colocando Cuba e Porto Rico sob sua tutela. Eram tempos gloriosos onde a Doutrina Monroe  validavam a interferência nos assuntos Latino Americanos mas vedando a presença extracontinental.

Já, Donald Trump, guindado ao poder apesar do voto popular minoritário, transformado em vitória pela alquimia do Electoral College¹, assume o poder em condições bem diferentes de seu longínquo antecessor. Após décadas de insucessos militares e guerras inconclusas², não mais podendo o Presidente acenar com o "Big Stick", resta-lhe  a opção, não mais do "speak softly", mas sim do grito e ameaças, traduzidas em sanções econômicas. 

Restabelecendo em seu governo a anteriormente abandonada intervenção explícita em assuntos pan-americanos, o embaixador norte-americano, desembarca no Brasil com singular mensagem. 

Em entrevista concedida ao O Globo, em 28 de julho, Todd Chapmen, abandonando a linguagem diplomática que deveria sugerir mas nunca impor, recorreu à uma frase impositiva, neo-colonialista e imprópria quando envolve dois países soberanos: "Se o Brasil escolher o sistema 5G da chinesa Huawey, haverá consequências".

Ainda, como justificativa do veto alegou tal opção "permitiria o roubo de propriedade intelectual de empresas americanas" assim fragilizando a segurança dos Estados Unidos. Ora, as comunicações de matriz e filial  não abrangem segredos de propriedade intelectual, estes sempre resguardados com o maior empenho nos labirintos jurídicos das Matrizes. 

O bom senso indica que a real razão por detrás deste pretexto é a política norte-americana de cercear, por todos modos possíveis, o desenvolvimento da China que vê como ameaça à sua hegemonia, seja, ou não, do interesse  dos países hóspedes. 

O Embaixador ainda apela pelos sentimentos "democráticos" da opinião pública brasileira, lembrando  o regime ditatorial chinês. Contudo, tais pruridos não impedem, nem ao Brasil nem aos Estados Unidos negociarem ativamente com países ditatoriais. A proximidade de Washington a Riad é bem conhecida, seja como peão importante no jogo géo-político do Oriente Médio, como o principal produtor de petróleo bem como o mais importante comprador de armas norte-americanas. 

A política externa brasileira tem por finalidade  zelar pelo interesse tanto econômico quanto político do Brasil. 

Se uma Venezuela, vizinha geográfica do Brasil, despreza suas obrigações democráticas, o Itamaraty levará em conta os perigos de tal proximidade e tomará medidas para sua proteção.  O mesmo não acontece, como é o caso da China separada do Brasil por oceanos, onde as relações comerciais não interferem na política interna das partes nem representam perigo para os interesses brasileiros. E assim ocorre com os demais países. 

Esta mesma visão política é compartilhada pela política externa norte-americana onde, na relação econômico-política, também segue seus interesse. Recorre, contudo,  à expressões "moralistas" quando lhe convém potencializar seus objetivos e não como elemento limitador.   Mr. Todd Chapman o faz neste momento.

Sob o ponto de vista do interesse brasileiro, necessário é enfatizar que Brasil constata queda abrupta em seu PIB nos últimos três anos, e, ainda,  vê ameaçado seu desempenho econômico nos próximos dois anos devido à epidemia.

Este acumulo de fatores negativos terão consequências indesejáveis no campo social e político, tendentes a favorecer a Esquerda. Neste cenário que se desenha, o Brasil não pode perder tempo. Não pode apenas depender de sua agricultura. Deve se aproveitar da geração de divisas que o campo nos traz para potencializar investimento em tecnologia de última geração, antes  que a concorrência o faça.  

Abrir mão, do hoje disponível 5G.  é perder tempo e substância econômica, é subordinar o crescimento e sofisticação na "indústria virtual" por razões que não nos dizem respeito. É curvar-se aos  interesses de outro país. Qual será o custo para a Nação por atrasar por uma ano ou mais o salto tecnológico de comunicação e computação?
          
Para recuperar o tempo perdido e para acelerar o tempo a ser ganho ao Brasil se impõe o "leapfrogging"³. O pulo por cima do atraso tecnológico para assim atingir-se o a última geração às nossas portas. O 5G, neste momento,  nos proporciona exatamente isto.



1) Sentido diferente do conceito de colégio eleitoral brasileiro 
2) Coréia, empate; Vietnam, derrota; Iraque, inconclusa; Afeganistão, inconclusa; Granada, vitória.
3) Leapfrogging é Pula Carniça em inglês.

  

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