sábado, 11 de julho de 2020
Está na hora
Poucos assuntos são tão fascinantes como a História. Com ela mergulha-se no passado, ilimitado na sua extensão, desvendando de onde, como e porque aqui chegamos. Conta a história de terras e culturas passadas que influíram na nossa, de gente esquecida que nos moldaram. A História ilumina o nosso Presente por dar-nos compreensão e, ainda, nos ajuda a estimar o que está por vir.
Ao mergulhar no mundo que se foi aprendemos quais eram as regras do jogo da vida; desde o passado ainda selvagem na sua luta pela sobrevivência e poder, e a atual e sofisticada luta pela sobrevivência e pelo acumulo de riqueza e poder. Muda a aparência, mantem-se a substância.
Outras coisas não mudam; a busca pela posse da terra, o único bem reconhecidamente finito. Mesmo passando pelo gradual ordenamento da sociedade, essencial à sua perenidade, onde o homem submete-se ao bem comum de sua tribo, o imperativo competitivo não esmorece. Apenas muda de forma e configuração. Ao longo da história o conflito torna-se a regra, seja em busca do material, seja do simbólico.
Em sua trajetória guerreira, a humanidade mostrou sua ferocidade e impiedade, recorrendo à escravidão, tanto dentro dos limites de sua própria raça quanto na conquista de outras. Já no Século XVIII, surge o Iluminismo e sua compreensão e sacralização do ser humano. Confrontando a dubiedade das religiões preponderantes a nova visão abriu as portas do Ocidente para o entendimento da solidariedade humana.
Cada qual no seu tempo, a escravidão existiu em todas as terras, em todas as sociedades, e, cada qual no seu tempo, a repeliram.
Porém, ainda resta o germe desta praga com a permanência do racismo. Este é o inimigo real e atual, não as estátuas de outros tempos, de outras leis, de outros entendimentos. O que importa é o aqui e agora; deixar claro que a cor da pele é neutra pois nem valoriza nem desvaloriza. Os protestos que ora ocorrem em busca de igualdade racial merece o apoio de todos, mas não basta. Essenciais são as políticas de valorização das classes menos favorecidas com acesso à saúde à educação e à moradia para que assim adquiram o instrumental que lhes abra as portas à igualdade cidadã.
Ainda que, respeitando o arcabouço da livre "economia de mercado", não se pode esperar que o mito da "Trickle down economy" prevaleça. A experiência não a valida. Perante a realidade sócio econômica do país o Estado deve liderar, seja por ação direta, seja por estímulos e incentivos, o preenchimento do abissal fosso ora existente.
Ainda, o alerta está dado face ao desmoronamento econômico post pandemia, cujas consequências na base da pirâmide sócio-econômica exigem ação emergencial. A perdurar a situação atual, o Brasil estará cada vez mais ameaçado pelas falsas promessas de uma esquerda radical ou de um messias aventureiro.
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2 comentários:
Mais uma vez Pedro, ótima explanação. Abs Elenice Milani.
Obrigado, Elenice. O Brasil já esperou demais.
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