quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Divórcio?



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Fará pouco mais de um ano iniciou-se um conto de fadas. Mão na mão, olhares penetrantes, corridinhas impetuosas pelos corredores da Casa Branca, o recém empossado Donald Trump conheceu Emmanuel Macron, presidente da França.

O namoro continuou. Macron convida Trump, ex aluno de Academia Militar com aração por uniformes, para assistir, como hóspede preferencial, ao desfile militar comemorando o nascimento da república francesa. Novamente, juras de amor foram confirmadas. Os Estados Unidos da América do Norte tinha encontrado sua alma irmã no outro lado do Atlântico. Nem mesmo Theresa May, líder dos primos britânicos, soube superar o francês.

Mas o passar do tempo é inclemente. Decisões intempestivas, voluntariosas, emotivas, fruto de uma visão simplista e incompleta do que sejam as relações internacionais e até mesmo os interesses dos Estados Unidos, desnudaram o verdadeiro Donald Trump.

O abandono do acordo climático de Paris, a retirada unilateral do tratado anti-nuclear com o Irã, a ameaça de reduzir os aportes à OTAN, a imposição de maiores tarifas sobre produtos Europeus transformaram o cordial amigo em temido adversário.

Nesta semana, convidado por Macron para integrar as solenidades celebrando o término da Primeira Guerra Mundial, Trump teve que ouvir a resposta da União Européia. Macron, porta-voz do Velho Continente, trouxe ao plenário a visão que deveria reger o mundo moderno. Em crítica indireta ao hóspede, o presidente francês demonstrou que as guerras, tal como aquela cujo fim estava sendo celebrado, são fruto do nacionalismo exacerbado, do desprezo às demais nações.

Seguiram-se mal-entendidos e malcriações, envolvendo chuvas e cemitério, que serviram para acentuar o azedume criado. Usando sua arma favorita, “the” Donald recorreu ao Twitter. Em mensagem fulminante lembrou ao ex-favorito que, não fosse os Estados Unidos, estariam os franceses ainda falando alemão. Gesto inédito nos anais da diplomacia.

Perdeu Emmanuel uma boa oportunidade de retrucar, lembrando à Trump que, não fosse a França com seu exército sob o general e Conde Rochambeau e sua marinha sob o Marques de Grasse, George Washington e seus descendentes estariam, ainda, reverenciando a corôa inglesa.


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