Fará
pouco mais de um ano iniciou-se um conto de fadas. Mão na mão,
olhares penetrantes, corridinhas impetuosas pelos corredores da Casa
Branca, o recém empossado Donald Trump conheceu Emmanuel Macron,
presidente da França.
O
namoro continuou. Macron convida Trump, ex aluno de Academia Militar
com aração por uniformes, para assistir, como hóspede
preferencial, ao desfile militar comemorando o nascimento da
república francesa. Novamente, juras de amor foram confirmadas. Os
Estados Unidos da América do Norte tinha encontrado sua alma irmã
no outro lado do Atlântico. Nem mesmo Theresa May, líder dos primos
britânicos, soube superar o francês.
Mas o
passar do tempo é inclemente. Decisões intempestivas,
voluntariosas, emotivas, fruto de uma visão simplista e incompleta
do que sejam as relações internacionais e até mesmo os interesses
dos Estados Unidos, desnudaram o verdadeiro Donald Trump.
O
abandono do acordo climático de Paris, a retirada unilateral do
tratado anti-nuclear com o Irã, a ameaça de reduzir os aportes à
OTAN, a imposição de maiores tarifas sobre produtos Europeus
transformaram o cordial amigo em temido adversário.
Nesta
semana, convidado por Macron para integrar as solenidades celebrando
o término da Primeira Guerra Mundial, Trump teve que ouvir a
resposta da União Européia. Macron, porta-voz do Velho Continente,
trouxe ao plenário a visão que deveria reger o mundo moderno. Em
crítica indireta ao hóspede, o presidente francês demonstrou que
as guerras, tal como aquela cujo fim estava sendo celebrado, são
fruto do nacionalismo exacerbado, do desprezo às demais nações.
Seguiram-se
mal-entendidos e malcriações, envolvendo chuvas e cemitério, que
serviram para acentuar o azedume criado. Usando sua arma favorita,
“the” Donald recorreu ao Twitter. Em mensagem fulminante lembrou
ao ex-favorito que, não fosse os Estados Unidos, estariam os
franceses ainda falando alemão. Gesto inédito nos anais da
diplomacia.
Perdeu
Emmanuel uma boa oportunidade de retrucar, lembrando à Trump que,
não fosse a França com seu exército sob o general e Conde Rochambeau e sua
marinha sob o Marques de Grasse, George Washington e seus
descendentes estariam, ainda, reverenciando a corôa inglesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário