segunda-feira, 4 de junho de 2018

Ressaca e meditação

 Resultado de imagem para fotos de gráficos em queda

Terminou a greve. Teve o apoio de empresários do setor, da  militância da esquerda e, surpreendentemente de boa parte da população. A notar-se, a jeunesse dorée das classes abastadas. A insatisfação com o governo Temer, que domina a maioria esmagadora do povo brasileiro, é tão grande que levou a opinião pública a apoiar uma das mais perigosas e nefastas ocorrências que já ameaçou o país.

A durar mais alguns dias o desabastecimento teria causado o caos econômico e social.

Foi um misto de ingenuidade, onde esperava-se em consequência da greve uma correção de rumo do governo, e ignorância, onde presumia-se que uma paralisação da atividade econômica pudesse levar à redução de impostos.

Pelo contrário, o governo, pressionado pelas próximas eleições, tudo fez para agradar os grevistas, com consequências negativas para a Nação. Assim, aumentos e novos impostos serão necessários para cobrir os 15 a 20 bilhões de reais de perdas causadas pela paralisação.

Ainda, a interferência política na determinação dos preços  de combustíveis torna-se um retrocesso aos tempos do governo Dilma. Foi relevante a perda de confiança de investimentos no Brasil em geral e na Petrobrás em particular, onde as ações despencaram prejudicando os fundos de pensão que garantem aposentadorias. Por resultado tem-se o aumento das taxas de juros em financiamentos externos para cá direcionados, trazendo relevante dano para o governo e empresas. Mais grave, ainda, é a perda de confiança externa na moeda brasileira, que se reflete nos mercados cambiais, trazendo o Brasil para a incômoda companhia da Argentina e a Turquia. A prevalecer a atual tendência, os efeitos inflacionário e creditícios far-se-ão sentir.

Prolonga-se, desta forma, a agonia dos 13 milhões de brasileiro desempregados em busca de seu lugar ao sol e, perversamente, oferece aos investidores, pescadores em águas turvas, as benesses dos enormes ganhos especulativos.

As Forças Armadas, também, saíram feridas neste episódio. Sua mobilização foi lenta e insuficiente. Ainda, os modestos contingentes mobilizados não impunham o respeito suficiente para conter, preventivamente, uma oposição agressiva, como se verificou em diversas ocorrências. Estariam o Exercito e  a Força aérea com estoques suficientes de combustível para debelar a crise face a uma possível escalada? O constrangimento em torno dos aeroportos e de refinarias parecem ter revelado insuficiência de planejamento e execução.

E fica importante alerta quanto à vulnerabilidade que decorre  da excessiva preponderância do transporte rodoviário. A alternativa ferroviária torna-se imprescindível, não apenas para fins de maior eficiência e menor custo no transporte de cargas como também o é no campo da segurança nacional.




Nenhum comentário: