domingo, 8 de abril de 2018

Dois pesos, duas medidas

Dentre os diversos artigos publicados na imprensa mundial sobre a prisão de ex-presidente Lula por corrupção, poucos jornais analisaram o ocorrido com isenção.

Resultado de imagem para foto de lulaDestaca-se o New York Times, que reflete o habitual menosprezo pelo Brasil onde a regra é denegrir o que por aqui ocorre. Quanto à Lula, propriamente dito, seus correspondentes no Brasil já o chamaram de bêbedo, provocando a sua ira; agora, atribuem-lhe a fantasia de herói perseguido. Ainda, parece ter prevalecido o viés de que o “defensor dos pobres” fora esmagado pelo estamento dos poderosos.


Nada menos verdadeiro. Os juízes foram aqueles que desafiaram o estamento dos poderosos. Este, fossem eles de qualquer partido, tentaram e ainda tentam coibir a capacidade investigativa e condenatória dos tribunais.

Insiste a imprensa estrangeira em afirmar ter sido o líder do PT vítima de conspiração judiciária. Acusam os tribunais brasileiros de agirem como se “Corte Kanguru” fossem, expressão que define um julgamento de resultado pre-definido redundando na condenação desejada.

Ora, tal comparação só seria possível quando de uma única instância onde um juiz, ou juízes em colegiado, determinassem a sentença. A prosseguir o julgamento, a arregimentação dos “conspiradores” tornar-se-ia inviável ao atingir-se outras instâncias. Neste caso, nada menos do que oito juízes (três na segunda instância e mais cinco na terceira), indicados por sorteio, tornaram a pretensa conspirata inviável. Ainda, tendo sido os votos contrários ao ex-presidente proferidos por unanimidade, cai por terra qualquer pretensão de mobilização de juízes para fraudar o processo.

Ainda, ao negar o Habeas Corpus à Lula da Silva, e em derradeira decisão antes de sua condenação, seis juízes, ou seja, a maioria do Supremo Tribunal Federal validou as decisões das instâncias inferiores assim autorizando a prisão de Lula.

A lisura e transparência do processo, televisada como não ocorre nos Estados Unidos, puderam ser constatadas por todos.

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Evidenciando a má vontade do New York Times e similares, bordejando o mau jornalismo, observa-se que, simultaneamente à condenação de Lula da Silva, outro presidente foi processada. No caso, a Sra Park Geun Hye , ex primeira mandatária da Coréia do Sul. Foi condenada a 23 anos de prisão por corrupção, ou seja, pelo mesmo crime cometido pelo ex presidente Luis Ignácio Lula da Silva.

Contudo, por razões desconhecidas, não fosse o preconceito dedicado aos do “South of the border”, a coondenação coreana mereceu cobertura isenta de qualquer crítica. Porque será?

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