domingo, 22 de abril de 2018

Política e farsa


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Teria sido uma farsa? A punição imposta à Síria e à Rússia pela tríade Estados Unidos, França e Alemanha teria por objetivo manter sua reputação de guardiães da "moralidade bélica" perante a "Comunidade Internacional" ou atender objetivos de política interna dos respectivos países? A resposta parece ser: ambos.

Voltando à punição, esta se configura quando relevante dano é provocado  ao país punido. Ora, levantado-se o véu do segredo militar, constata-se após o ataque que os presumidos perpetrantes, Síria,  e seu aliado Rússia, nada sofreram de relevante.

Surge, então, a análise dos reais objetivos. Ao governo Trump, confrontado pelo desafio à já conhecida "linha vermelha" quando do uso das armas químicas, a qual não poderia ser atravessada, coube engendrar duas respostas: a pública e a verdadeira. A primeira já conhecida, a segunda presumida.

Enrolado pelos escândalos na política em Washington e alhures, onde a ainda difusa participação russa é uma incógnita, fácil concluir-se o cuidado que o presidente americano dedica à sua relação com o presidente Putin. Assim, Donald Trump tem evitado qualquer excesso de aspereza que possa provocar, em seu interlocutor, retaliações e revelações que lhe causem irreparável prejuízo político.

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Assim, sabendo que a possível morte de tropas russas na contemplada ação punitiva, e conhecendo o perigo que deriva de atacar o Urso enraivecido, Trump teria encontrado a solução, ou seja, um  gesto simbólico sem reais consequências militares.  O show poderia prosseguir sem sofrimentos de parte a parte.

Combina-se a baixa intensidade do ataque em troca da inexistência de qualquer retaliação russa.

Já do outro lado do Atlântico, com o fim de aumentar a credibilidade do ataque, a britânica Thereza May e o gaulês Emanuel Macron são cooptados. A Premier britânica, pendurada na gangorra instável que é sua tênue liderança na Câmara dos Comuns, aceitou de bom grado desviar a insatisfação interna recorrendo ao inimigo externo, formula de grande apelo político. Já o Presidente Macron, que pretende empolgar a liderança da União Européia aproveita-se da ausência voluntária de Frau Merkel neste episódio, junta-se com entusiasmo ao projeto Trump.

Executado o plano, todos estão satisfeitos. Pune-se o transgressor, colhe-se o fruto político no lado Ocidental.  Colheita proveitosa sem  que tenha corrido qualquer risco. Do lado Oriental, nenhum dano relevante foi sofrido. E o jogo prossegue.

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