Vale perguntar-se o que embasa tal
desinteresse? Afinal das contas o Brasil reúne, dentre outros,
diversos trunfos que contrariam tal desprezo.
- Extensão territorial que
- o torna influente em qualquer país Sul Americano
- projeta sua influência no continente Africano
- dimensão geográfica e populacional que favorece a tomada de rumo próprio
- Oitava Economia do planeta onde
- desponta como a segunda maior produtora de alimentos
- imensa produção de minerais, supridor das necessidades de grandes “players” internacionais como a China e o Japão
- mercado de 80 a 100 milhões de consumidores de bens e produtos internacionais
- autossuficiência energética.
O distanciamento histórico de
Washington, que após o projeto fracassado da ALCA, zona de livre,
mas nem tanto, comercio se confirmou, só parece ser revisto quando,
por razões extremas, vide 2a Guerra Mundial ou a iminente vitória
comunista no governo Jango, o interesse pelo Brasil reaparece.
Também, a constante relutância do Itamaraty em submeter o Brazil à
condições subsidiárias também tem agastado um Departamento de
Estado habituado à fácil aquiescência de seus interlocutores
latino americanos.
Assim, com acerto, a política externa
brasileira tem privilegiado o forum multilateral, onde seus
interesses são melhor defendidos, protegidos que se tornam de
pressões excessivas de parceiros impositivos. Para o Brasil, as
Nações Unidas e as demais organizações ancilares vêm permitindo
ao Brasil tratamento equitativo no que tange suas aspirações
comerciais e sua proteção política.
Neste quadro, a diversificação do
comercio internacional brasileiro vem tendo efeito benéfico,
reduzindo o risco de parcerias estreitas e preponderantes. Submete,
assim, os diferendos à arbitragem das agências internacionais como
a OMC (Organização Mundial do Comércio).
Retornando ao diálogo Norte-Sul, o
silêncio é a regra, e revindicações pontuais o interrompe. A
recente viagem do Secretário de Estado, Rex Tillerson à diversos
estados sul americanos teve por fato mais relevante uma omissão. A
não visita ao Brasil como se nada houvesse a dialogar. Como nada é
gratuito nas relações diplomáticas, cabe concluir que Washington
manifestava sua insatisfação. Mas com o que?
A expansão da presença Chinesa no
campo dos investimentos industriais e em infraestrutura brasileira
parece ser um deles. Ainda, a negativa, bem fundamentada, do governo
brasileiro de disponibilizar a base de lançamento de foguetes em
Alcântara talvez seja outro motivo. A preferência pelos caças
suecos sobre os jatos norte-americanos, por recusa de transferência
de tecnologia, pode-se adicionar à lista. A recusa da venda da
Embraer à Boeing, seria ela mais um motivo?
Ou nada disso importa. Apenas, em
arroubo imprevisível e desgovernado, Donald Trump achou por bem
repetir o feito da Rainha Vitória, quando irritada com a Bolivia,
pediu a Whitehall a sua retirada do mapa.
N.R. Após publicação deste artigo foi divulgado pelo N Y Times a ressurreição da Doutrina Monroe, conforme discurso de Rex Tillerson, antecedendo sua viagem à America do Sul. Alvo: a China.
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