A novela que se
desenrola em torno do senador Aécio Neves não mais surpreende o
eleitor. Acusado de mau comportamento, o presidente do partido PSDB,
arrisca dar razão à crença popular, onde todos os políticos “são
a mesma coisa”.
De fato, a severidade
moral exibida pelos políticos da antiga Oposição, quando o alvo
era o PT e seus aliados, esvaneceu-se ao encontrar em suas própria
fileiras elementos maculados pelo colapso moral que assola o país.
Ameaçado, demonstrando intimidade com o pináculo da justiça brasileira, o
sobrinho de Tancredo Neves não teve dificuldade em dirigir-se a
Ministro do Supremo. Nada menos do que vinte telefonemas foram
disparados, o que demonstra insidiosa intimidade entre potencial réu
e juiz, cuja tarefa é julgar imparcialmente. Ambos pecaram. Assim,
quando mais aguda era a crise que o ameaçava, Aécio recorreu ao
compadrismo azeitado pela implícita “uma mão lava a outra”. Já
no Congresso, onde não mais existe Oposição mas sim Posição (que
faria corar o Kamasutra), o jovem Aécio, já sob suspeita de
quadrilhagem, recebeu o apoio de seus pares e se mantêm no seu meio.
Parece, por enquanto,
estar livre da vara da Justiça. E, assim, pretende liderar seu
partido nas eleições de 2018. É verdade que o PSDB, até o
momento, não soube recrutar homens de real e visível valor, o que
permite ao senador insistir na tese “kamikase” de candidatar-se à
presidente desta desnorteada república. Tudo indica que, a
prosseguir neste caminho, seguirá os tristes passos de François
Fillon nas últimas eleições francesas, onde, tendo sido
descobertas suas estrepolias, não só perdeu a presidência mas,
também, levou seu partido à derrota fragorosa.
Vale o alerta de que o esgarçado nó que prende a espada de Dâmocles está se desatando.
Pouco, muito pouco, a mantêm acima das cabeças de povo e elite. Por
anêmico que tenha se revelado desde a justa deposição de Dilma em
rito constitucional, cabe ao PSDB reorientar o país a partir de sua
necessária vitória nas eleições de novembro 2018. Urge, assim, a
escolha de varão probo e experiente que possa vencer a acirrada
disputa eleitoral que estas eleições prometem. Deverá lembrar-se
de Cesar ao exigir, não apenas honestidade, mas também a aparência
de sê-lo.
A permanecer no poder a
caterva que ora dirige o país, ou, ainda, a volta da cataclísmica
aliança da hipócrita esquerda com a incontida corrupção, estará
o Brasil diante de gravíssima crise moral e institucional. Se assim
for, talvez seja a bandeira o último refugio.
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