sábado, 21 de outubro de 2017

Eleições e decepções

   
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A novela que se desenrola em torno do senador Aécio Neves não mais surpreende o eleitor. Acusado de mau comportamento, o presidente do partido PSDB, arrisca dar razão à crença popular, onde todos os políticos “são a mesma coisa”.

De fato, a severidade moral exibida pelos políticos da antiga Oposição, quando o alvo era o PT e seus aliados, esvaneceu-se ao encontrar em suas própria fileiras elementos maculados pelo colapso moral que assola o país.

Ameaçado, demonstrando intimidade com o pináculo da justiça brasileira, o sobrinho de Tancredo Neves não teve dificuldade em dirigir-se a Ministro do Supremo. Nada menos do que vinte telefonemas foram disparados, o que demonstra insidiosa intimidade entre potencial réu e juiz, cuja tarefa é julgar imparcialmente. Ambos pecaram. Assim, quando mais aguda era a crise que o ameaçava, Aécio recorreu ao compadrismo azeitado pela implícita “uma mão lava a outra”. Já no Congresso, onde não mais existe Oposição mas sim Posição (que faria corar o Kamasutra), o jovem Aécio, já sob suspeita de quadrilhagem, recebeu o apoio de seus pares e se mantêm no seu meio.

Parece, por enquanto, estar livre da vara da Justiça. E, assim, pretende liderar seu partido nas eleições de 2018. É verdade que o PSDB, até o momento, não soube recrutar homens de real e visível valor, o que permite ao senador insistir na tese “kamikase” de candidatar-se à presidente desta desnorteada república. Tudo indica que, a prosseguir neste caminho, seguirá os tristes passos de François Fillon nas últimas eleições francesas, onde, tendo sido descobertas suas estrepolias, não só perdeu a presidência mas, também, levou seu partido à derrota fragorosa.

Vale o alerta de que o esgarçado nó que prende a espada de Dâmocles está se desatando. Pouco, muito pouco, a mantêm acima das cabeças de povo e elite. Por anêmico que tenha se revelado desde a justa deposição de Dilma em rito constitucional, cabe ao PSDB reorientar o país a partir de sua necessária vitória nas eleições de novembro 2018. Urge, assim, a escolha de varão probo e experiente que possa vencer a acirrada disputa eleitoral que estas eleições prometem. Deverá lembrar-se de Cesar ao exigir, não apenas honestidade, mas também a aparência de sê-lo.

A permanecer no poder a caterva que ora dirige o país, ou, ainda, a volta da cataclísmica aliança da hipócrita esquerda com a incontida corrupção, estará o Brasil diante de gravíssima crise moral e institucional. Se assim for, talvez seja a bandeira o último refugio.



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