domingo, 11 de junho de 2017

Rescaldo


Imagem da história para fotos julgamento tse de EL PAÍS Brasil

O espetáculo foi deprimente. As fundamentadas denuncias envolvendo o atual presidente trouxeram vergonha e desalento aos cidadãos, à Pátria. A moralização do Brasil é essencial.

Neste momento, dois imperativos parecem guiar a nação. O primeiro será o de assegurar sua viabilidade econômica através das reformas econômicas, que possibilitem o equilíbrio do Orçamento e a produtividade de sua força trabalhadora. O segundo será a depuração das práticas corruptas que infectam a atividade política no país e aviltam o equilíbrio social . Um depende do outro. Ambos objetivos só podem ser alcançados em ambiente político estável.

O recente embate no Superior Tribunal Eleitoral demonstra a importância destes desafios. Conquanto as pessoas de bem naturalmente inclinavam-se para a condenação da chapa Dilma-Temer, colocando o impositivo moral acima dos demais, por outro lado, frágil será o pilar da Ética em país desorganizado e economicamente inviável. A absolvição foi uma derrota moral.

Porém, como muitas vezes na história dos conflitos, por vezes melhor será retirar-se do campo de batalha, para depois, em melhores condições, ganhar-se a guerra. A derrubada de Temer no julgamento do TSE poderia transformar-se em vitória de Pirro, pois as múltiplas variáveis que acompanhariam a escolha dos eventuais sucessores à presidência poderiam impor ao país, nas suas sucessivas fases, um labirinto político de alto custo e imprevisíveis consequências.

Vencedora a tese da deposição, impor-se-ia à nação, no espaço de 16 meses, três chefes executivos; o primeiro, o presidente da Câmera, o segundo a ser eleito indiretamente, o terceiro em sufrágio direto. Três novos nomes se sucederiam no governo do Brasil, cada qual com sua visão, cada um com sua agenda. A verificar-se tal cenário criar-se-ia, de imediato, clima de profunda instabilidade, a mais negativa das circunstâncias para a retomada do investimento e a pacificação social.

O restabelecimento da paz institucional neste período que antecede as próximas eleições parece prudente e desejável. Tal tranquilidade, acompanhada da melhoria que já se observa no comportamento da economia, permitirá maior probabilidade de sucesso eleitoral em outubro de 2018 bem como a varredura cívica dos dejetos deixados por aqueles que tanto enganaram o povo.


Nenhum comentário: