OBSERVAÇÕES DE BOLSO
Na terra dos franceses, muito se conversa sobre politica, mas de
preferência dentre àqueles do mesmo campo doutrinário. Debates com o adverário ideológico são penosos, podendo levar ao rompimento de relações entre amigos. Em reuniões polidas,
pisam-se em óvos, evitando melindrar este ou àquele. Quando muito,
um silêncio constrangedor segue-se ao comentário imprudentemente
oferecido. Trata-se, de assunto "pessoal", no restrito sentido inglês, onde a fronteira é inviolável.
Já, neste campo, o brasileiro é mais democrático, pois apesar da habitual vemência dos argumentos, raro será testemunhar-se o rompimento de laços de amizade.
Como no Brasil, a esquerda também anda desmoralizada na França.
Dilma não mais comanda a preferência pública, pelo contrário,
arrasta-se pelos níveis mais baixos que a estatística permite. Com
Hollande, acontece o mesmo. Em ambos os casos os gastos da maquina
estatal mantiveram-se excessivos, de forma a impedir o equilibrio
orçamentario, enquanto os sacrificios trazidos pela alta dos impostos não oferecem a solução prometida.
Ambos enfrentam sérias desavenças no âmago de seus partidos.
Curiosamente, tanto o governo PT como o Socialista Francês,
confrontados com a ineficácia de suas políticas econômicas, são
levados, a contra-gosto, na busca da ortodoxia econômica encontrar os últimos
sopros de oxigênio que poderão evitar o desastre eleitoral nas
próximas eleições.
NOVAS JOGADAS NO ORIENTE MÉDIO
O conflito entre a Aliança Saudi-Sunita e o Campo Xiita se amplia. Do
lado Sunita, a compra de mais aviões franceses, os Raffalle, pelos
Emirados Árabes, está em vias de conclusão. A corrida armamentista está em progresso. O objetivo inicial é
a derrota dos Yemenitas Xiitas, contudo a desestabilização do Irã
seria o objetivo final.
A entrada de duas potências nesta lissa, os Estados Unidos,
mediante servições de inteligencia e treinamento para Riad e seus
parceiros, e a Rússia, vendendo à Têerã seus foguetes anti-aéreos
S300, de última geração, adicionam os ingrediantes para a
expansão, talvez descontrolada, do conflito.
A Al Qaeda yemenita penhorada agradece.
NOVA ERA NAS AMERICAS
A recente reunião dos estados Pan Americanos no Panamá
contrastou com outras anteriores. Àquelas, polarizadas pela
intransigência norte americana por uma lado, e pela indisfarçavel
antipatia de muitos países latinos contra Washington, raramente
terminavam de forma construtiva. Seria razoável concluir-se que residia na relaçao Washington-Havana
o pômo da discórdia continental.
Barack Obama, em passe de mágica, alterou o clima, retirando do
clube dos bolivarianos e simpatizantes o seu leit motif pro-Cuba. A
cordialidade explícita dos encontros Obama-Raúl colocou por terra
aqueles argumentos dos esquerdistas radicais, defensores da utópica
independência à outrance, que, no final das contas, se revela
suicida no mundo globalizado.
A reunião recém encerrada poderá dar início a uma nova era de
colaboração no hemisfério, desde que a progressão se dê com
tacto e sabedoria, por ambas as partes. Tanto a retirada de Cuba da lista dos Estados terroristas, como o término das sanções econômicas serão condições sine qua non.
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