quarta-feira, 29 de abril de 2015

Comentários sobre "Lideranças em fluxo"

    Ney: Excelente.Em poucas palavras, muito foi dito e na direção certa.
    Lina:Esta pulverização de poder teria levado o USA a uma abertura inédita em relação à Cuba ?
    Philip: Quando o Obama cair fora a liderança volta para os EUA.
    Carlos Alexandre: Sua análise está, como sempre, excelente. No entanto, acho tentar prever o futuro um exercício fútil. Sempre existem duas forças antagônicas em jogo: os pontos de inflexão e a reversão à média. Isso faz com que a história seja imprevisível com o andar de um bêbado. Há pouco tempo atrás li “O Ano 2000”, do Hermann Khan. Errou feio. Sou um otimista. Acho que o mundo tem melhorado e vai continuar melhorando. Achismo puro.
    Ney: Para isso que existem análises e cenários...
    Philip: E lembram-se do Jean Jacques Servan-Schreiber com o desafio japonês? TambéM ERROU FEIO

    Pedro Augusto: Venho acompanhando  seu excelente blog. Parabéns especiais pela análise     sobre a desastrada política America criadora do caos reinante no mundo árabe com                   consequências devastadoras para o ocidente. A Al – Kaida e Putin agradecem penhorados a     Barak Obama.


Brilhante o seu blog de ontem.  Apesar de todos os erros e fracassos que houve nas intervenções dos EUA e  aliados   no Iraque e no Afeganistão,   ninguém tem saudades  do Saddam Hussein,  nem do regime  dos talibãs.   Então para alguma coisa serviram. E talvez o Iraque seja mesmo inviável  e deva ser partilhado entre xiitas, sunitas e curdos.  Pior  seria uma política americana isolacionista. Depois daquele romance que foi best seller e se passa em Cabul no tempo dos talibãs eu fico horrorizado  só de pensar no que foram aqueles anos.  
José Thomaz 



sábado, 25 de abril de 2015

Prejuizos políticos


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Muitas vezes torna-se  possível encontrar nos meandros da contabilidade a solução para mistérios da imoralidade pública.


Não fosse a exigência da Price Waterhouse Cooper em recusar-se a certificar os relatórios contábeis conforme inicialmente apresentados, os brasileiros estariam ainda submetidos às versões díspares sobre o que teria acontecido à Petrobras. Não saberiam os cidadãos se, de fato, o ocorrido na maior empresa brasileira representava uma “falencia geral dos órgãos”, ou se tratava-se apenas de patologia amena, encontradiça em qualquer empresa maior.


Finalmente, passando por crivo acurado, a publicação do balanço há pocos dias demonstrou a extensão do prejuizo financeiro, das superavaliações, dos lançamentos contábeis enganosos. A Petrobrás, dominada pela visão nítidamente deshonesta do Partido dos Trabalhadores, proprietário atual da “holding política” que detêm seu controle acionário, apresentou prejuizo de dezenas d e bilhões


Revela a auditoria, ainda, que o descalabro administrativo da Petrobras aproveitou-se dos projetos superfaturados, das compras super-avaliadas que tiveram, todos eles, a recomendaçãoda Diretoria e o beneplácito do Conselho Administrativo da empresa.


Para aqueles que aida nutram dúvidas quanto a responsabilidade dos governantes, foram todas estas iniciativas aprovadas ao longo da era PT, servindo para maximizar e desviar um caudal de dinheiro para os cofres partidários e particulares.


A responsabilidade dos membros do Conselho de Adminstração, à época dos desmandos, é inequívoca, arrolando seus presidentes, Dilma Rousseff e Guido Mantega. Não bastassem os desvios éticos, com nítida consequência financeira, o PT presidiu a maior queda do valor da empresa em sua história, ao decidir por uma reformulação desastrada, causando a perda de metade do seu valor cotado em Bolsa.


Cai por terra, assim, qualquer ilusão de que os desmandos e agruras por que passa a Petrobras nada mais são do que reflexos das administrações há muito passadas. Aqueles brasileiros que, com aguda consciência social, que comreensívelmente priorizam a melhoria das classes desfavorecidas, devem refletir sobre a ação travestida daqueles que, no cume do poder político, abandonam a obrigação moral, com o perigoso pretexto de que os fins justificam os meios. Entrementes, alegremente, estes maus políticos veêm suas contas correntes particulares incharem. Abandonam, também, a obrigação social, pois quantas escolas, hospitais, aumentos de salário para professores, poderiam ser financiados pelo dinheiro subtraido?


A fim de transformar esta cataclismo político em mero evento passageiro, a Presidenta vem a público prometer que a Petrobrás ainda dará muitas alegrias. O que passou, passou... Mas estas alegrias virão se alterada for a filosofia executiva do PT, permitindo que a empresa estatal aja como empresa e não como afiliada deste ou daquele partido que compõe a “base aliada”. Virão as alegrias do fato de ter a Petrobras quadros honestos e competentes, que saberão aproveitar à riqueza das reservas de petróleo, a dimesão do mercado consumidor, e o respeito às regras de conduta que qualquer empresa, estatal ou privada, tem, por obrigação, obedecer.


segunda-feira, 20 de abril de 2015

Lideranças em fluxo


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Nas grandes recepções oferecidas em Washington por ocasião da reunião do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, onde se reunem expoentes financeiros, empresariais e políticos, proliféram as indagações quanto ao novo rumo do planeta, e a quem caberá sua liderança.


A enfase parece centrar-se não tanto para qual pólo irá o cètro do comando mundial, mas sim, quais as consequências do vácuo que ameaça instalar-se face à diluição do poderio internacional norte americano. A indagação não se origina na mente de representantes da esquerda anti-americana, nem, tão pouco, deste ou daquele analista Russo ou Chinês. A indagação vem sendo oferecida por respeitáveis analistas norte americanos, europeus e asiáticos. Dentre estes se destaca o conhecido Lawrence Summers, colaborador de G W Bush e Barack Obama, bem como Edwin Truman, anteriormente do Tesouro e colaborador do atual governo, e outros de ilibada reputação. Seus argumentos parecem centrar-se no que consideram relevante perda de prestígio dos Estados Unidos perante amigos e inimigos.


Muitos são os fatos que sustentam este questionamento. A política externa adotada para o Grande Oriente Médio é, em boa parte, responsável pelo enfraquecimento do gigante. Se possível fosse escolher um fato seminal que explique o desmonte do castelo de cartas que representa o atual cáos que grassa naquela região, escolher-se-ia a trapalhada da primeira Guerra do Iraque  quando a embaixadora norte americana ofereceu ao antigo aliado, Saddam Hussein, o nil obstat para invasão do Kuwait.


Em evidente reviravolta, Washington levou seus exércitos a expulsar e punir, mediante severas sanções, o ditador Iraquiano. A intervenção norte-americana levou os vencedores, por razões politicas e logísticas, à concentrar tropas norte-americanas na Arábia Saudita. A presença destes “estrangeiros infiéis” em solo Saudita, considerada blásfema pelos puristas Wahabitas, juntou-se a outras contestações, levando um grupo de radicais Sauditas, liderados por Osama Bin Laden, a planejar e executar o nefasto atentado de Nine Eleven.


O consequênte lançamento de duas guerras punitivas, contra o Afeganistão e o Iraque tornaram-se “vitórias de Pirro”, onde tanto sua tesouraria quanto sua imagem (“Soft Power”) sofreram enorme dano. No primeiro caso, os Talibãns foram afastados do governo, emprendendo uma guerra de guerrilha que até hoje persiste. Já o governo de Saddam Hussein foi deposto, tendo por preço a destruição econômica do país e sua desagregação política, caracterizada pelo sectarismo religioso e seu fracionamento geográfico, dividido entre Xiitas, Sunitas e Curdos.


Aproximadamente 8.000 soldados morreram, e mais de 15.000 foram feridos. Estima-se mais de 200.000 civís iraquianos mortos. Do lado financeiro, os gastos ultrapassaram todas as expectativas, ecedendo um trilhão de dolares por ano. Ainda, as perdas colaterais destas decisões hoje incluem o caos instalado na Mesopotamia e na Síria, o berço dos neo-terroristas do Estado Islâmico.


Tem sido alto o preço da aliança “incondicional” com Israel face à continua ocupação militar da Palestina e o ininterrupto e crescente sequestro das terras do dominado. A aposição do veto norte americano no Conselho de Segurança das Naçoes Unidas a qualquer proposição contrária aos interesses de Tel Aviv, retira de Washington a legitimidade de sua posição, ferindo sua imagem de defensor dos direitos humanos e da Lei Internacional.


Já, a clivagem interna observada em Washington, entre partidos, facções e dissidências políticas vêm sabotando a tentativa meritória de negociar com o Irã o seu afastamento da corrida nuclear.
Não bastasse a discórdia interna, o Primeiro Ministro de Israel decidiu participar, in loco, do debate, oferecendo apoio e argumentos ao partido Republicano.


No cenário Europeu, o contencioso com a Rússia tem por origem a contínua expansão de OTAN, “pari passu” com o encolhimento da ex República Soviética. É considerada pelo Kremlin como uma “política de cerco”. A intolerância Russa para com a arregimentação de “estados tampão” pelo Ocidente manifestou-se nos conflitos na Georgia e na Ucrânia. A progressão da aliança Ocidental nas suas fronteiras é vista como ameaça direta à sua segurança. Por resultado, a Russia anexou a Criméia e exige a neutralidade da Ucrânia. A tentativa norte americana de cooptar a Ucrânia revelou açodamento e desconhecimento da relação das forças políticas do país. Confrontada com a reação, constatou-se a incapacidade norte- americana de reajir à anexação da Criméia, lance audacioso de Wladimir Putin. Sugere-se, assim, fragilidade, tanto na Casa Branca, como no Pentágono e no Departamento de Estado.


No campo de colaboração econômica com a União Européia, Barack Obama enfrenta séria oposição ao proposto Tratado de Livre Comércio. Esta resistência provém, não apenas de setores da oposição Republicana, mas, também, dos sindicatos e de parcelas consideráveis do estamento Democrata.


No Extremo Oriente, Washington vem perdendo terreno, face à uma China em contínua expansão tanto nos campos diplomático quanto no econômico e financeiro. A relutância de Washington em validar o acordo celebrado pelo qual aumentar-se-ia a participação acionária no FMI de diversos países, entre os quais os BRICS, levou Beijing a criar o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura. Até o momento o projeto já recebeu, apezar da oposição ativa de Washington, a adesão de mais de 40 países, dentre os quais países líderes europeus.


Observa-se, assim, que são muitos os eventos que alimentam dúvidas sobre a imutabilidade das forças que hoje dominam o mundo, e quais as consequências das mudanças por vir.


Referindo-se ao recém-criado Banco de Desenvolvimento Chinês, Lawrence Summers, ex-presidente da Universidade de Harvard, exclamou: “neste momento os Estados Unidos perderam seu status de 'underwriter' do sistema econômico global”. Os demais campos de atividade internacional, talvez mereçam semelhante preocupação.










terça-feira, 14 de abril de 2015

CURTAS

OBSERVAÇÕES DE BOLSO

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Na terra dos franceses, muito se conversa sobre politica, mas de preferência dentre àqueles do mesmo campo doutrinário. Debates com o adverário ideológico são penosos, podendo levar ao rompimento de relações entre amigos. Em reuniões polidas, pisam-se em óvos, evitando melindrar este ou àquele. Quando muito, um silêncio constrangedor segue-se ao comentário imprudentemente oferecido. Trata-se, de assunto "pessoal", no restrito sentido inglês, onde a fronteira é inviolável.

Já, neste campo, o brasileiro é mais democrático, pois apesar da habitual vemência dos argumentos, raro será testemunhar-se o rompimento de laços de amizade.


Como no Brasil, a esquerda também anda desmoralizada na França. Dilma não mais comanda a preferência pública, pelo contrário, arrasta-se pelos níveis mais baixos que a estatística permite. Com Hollande, acontece o mesmo. Em ambos os casos os gastos da maquina estatal mantiveram-se excessivos, de forma a impedir o equilibrio orçamentario, enquanto os sacrificios trazidos pela alta dos impostos não oferecem a solução prometida.


Ambos enfrentam sérias desavenças no âmago de seus partidos. Curiosamente, tanto o governo PT como o Socialista Francês, confrontados com a ineficácia de suas políticas econômicas, são levados, a contra-gosto, na busca da ortodoxia econômica encontrar os últimos sopros de oxigênio que poderão evitar o desastre eleitoral nas próximas eleições.



NOVAS JOGADAS NO ORIENTE MÉDIO

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O conflito entre a Aliança Saudi-Sunita e o Campo Xiita se amplia. Do lado Sunita, a compra de mais aviões franceses, os Raffalle, pelos Emirados Árabes, está em vias de conclusão. A corrida armamentista está em progresso.  O objetivo inicial é a derrota dos Yemenitas Xiitas, contudo a desestabilização do Irã seria o objetivo final.


A entrada de duas potências nesta lissa, os Estados Unidos, mediante servições de inteligencia e treinamento para Riad e seus parceiros, e a Rússia, vendendo à Têerã seus foguetes anti-aéreos S300, de última geração, adicionam os ingrediantes para a expansão, talvez descontrolada, do conflito.


A Al Qaeda yemenita penhorada agradece.




NOVA ERA NAS AMERICAS

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A recente reunião dos estados Pan Americanos no Panamá contrastou com outras anteriores. Àquelas, polarizadas pela intransigência norte americana por uma lado, e pela indisfarçavel antipatia de muitos países latinos contra Washington, raramente terminavam de forma construtiva. Seria razoável concluir-se  que residia na relaçao Washington-Havana o pômo da discórdia continental.


Barack Obama, em passe de mágica, alterou o clima, retirando do clube dos bolivarianos e simpatizantes o seu leit motif pro-Cuba. A cordialidade explícita dos encontros Obama-Raúl colocou por terra aqueles argumentos dos esquerdistas radicais, defensores da utópica independência à outrance, que, no final das contas, se revela suicida no mundo globalizado.


A reunião recém encerrada poderá dar início a uma nova era de colaboração no hemisfério, desde que a progressão se dê com tacto e sabedoria, por ambas as partes. Tanto a retirada de Cuba da lista dos Estados terroristas, como o término das sanções econômicas serão condições sine qua non.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Poker a beira do lago

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Como sóe acontecer, é na Suiça onde mais se tenta concertar o mundo. Muitas vezes, fica-se na tentativa. Deve-se a escolha à secular neutralidade da operosa nação, cuja paisagem tranquila une a placidez dos lagos com a gótica projeção dos picos nevados. Lugar para contemplação, meditação e intenções pacíficas.


Desta vez, trata-se de desatar o nó górdio criado por um Irã nuclear. Negociações complicadas, com inúmeras variáveis, interlocutores de duvidosa sinceridade, cartas na manga, escutas indiscretas, pensamentos velados...Mais um jogo de poker do que um xadrez, onde o bluff, a desinformação, a malícia pervasiva se sobrepõe ao visível movimento das peças. Onde os muitos que, de fato, estão no jogo sequer sentam-se à mesa.


Além dos 5+1, onde a Alemanha assume (que diria Roosevelt!) o status de membro permanente do Conselho de Segurança, faltando-lhe apenas o direito de veto, tem-se o solitário interlocutor Iraniano. No jogo, o maior cacife, de longe, pertence aos Estados Unidos, que tem como associados Londres, Paris e Berlim.  Rússia e da China observam e põem suas fichas, neste ou naquele..


Para Barack Obama, a neutraliação nuclear do Irã o libera de um eventual conflito armado com um inimigo mais fraco, porém indigesto. Equivalente a um Iraque potencialzado, os Persas tornar-se-iam sorvedores de enormes recursos de uma tesouraria já fragilizada e de uma nação cansada de guerra. Ainda, porventura envolvido em conflito com o Irã, Washington reduziria sua capacidade de empreender iniciativas relevantes demandadas pela instável situação na Síria e o Iraque, bem como conter o expansionismo Israelense. Ainda, a nova atitude saudita, tomando o proverbial freio nos dentes, retira dos Estados Unidos a preponderância das ações político-militares no teatro Judeo-Árabe, cujas consequências são, ainda, imponderáveis.


Porém, longe das benfazejas brisas Helvéticas, ainda que não convidados, tem-se a aliança pontual de Israel e a Arábia Saudita e seus subsidiários Estados Sunitas, que, de longe, jogam o seu poker. O estado Judeu, impelido pelo radical Netanyahu, dá as mãos ao outrora inimigo mortal, Rei Salman al Saud, novo e radical líder Wahabita. Conspiram, com argumentos, intrigas e dinheiro (muito dinheiro) para formar o lobby anti Iraniano. Com eficácia surpreendente, o congresso Norte Americano ve-se co-optado pela cornucópia do AIPAC (associação judaica) e da Embaixada Saudita. Consolida-se, assim, uma aliança subreptícia, onde a bancada majoritária do legislativo de uma superpotência é seduzida pelos apelos dourados apelos de outras nações.


Com esta distribuiçao de forças, o jogo promete ser duro. Não se iludam aqueles que vêem a contenção nuclear do Iran como o único objetivo. Outros, talvez tão importantes, incluem a desmoralização de Obama facilitando a ascenção de um presidente Republicano nas próximas eleições; a definitiva absorção do que resta da Paletstina por um Israel Nuclear, enquanto desvia a atenção para os perigos Iranianos; a justificativa para que as potências Sunitas esmaguem as incômodas minorias xiitas face à “ameça expansionista do novo impáero Persa”.


Com tantos jogadores, formais e informais, difícil será prever-se a conclusão e consequências deste jogo de infinita brutalidade que se trava na pacífica Lausanne.